Peço desculpas ao leitor e à leitora se o título deste texto promete mais do que pode oferecer. Na verdade, eu não tenho uma fórmula mágica para con seguir boas vocações, embora tenha tido a graça de acompanhar algumas delas. A última surpresa foi um breve e-mail que recebi de uma jovem adulta, já formada:
"Meu coração arde pelo Senhor e penso que não posso mais negar minha vocação. Ainda não cheguei no momento da eleição no EVC, portanto quero ser prudente e paciente". O EVC é a experiência dos Exercícios Espirituais na Vida Cotidiana, seguindo a metodologia inaciana. A "eleição" é o objetivo central dos Exercícios. Consiste na descoberta da vontade de Deus sobre o e a exercitante.
Atrair vocações no Brasil, neste momento, sobretudo no Norte e no Nordeste, não parece difícil. As "novas comunidades" e os "movimentos", que os nossos teólogos consideram "fundamentalistas " , têm suas casas e seminários cheios. São boas vocações? Só Deus sabe. O tempo mostrará a que vieram. O que sim podemos afirmar é que é menos ruim ter uma paróquia sem padre do que uma paróquia com um padre problemático. E toda superiora provincial preferirá ter uma Província pequena, mas de irmãs unidas e identificadas com o carisma da congregação, do que um bando de religiosas divididas ou "franco-atirador".
Um grupo de jovens irmãs me dizia, com humor, que sua congregação fazia "propaganda enganosa" na pastoral vocacional: todos os folhetos e o site da congregação apresentavam religiosas jovens, bonitas, sorridentes... Pareciam tão felizes que suscitava nas jovens - especialmente as do interior, e de maneira especial nas jovens com problemas familiares, carência afetiva etc - o desejo de serem daquela forma: livres, alegres e "felizes para sempre". AÍ, entram na congregação e encontram uma realidade muito diferente.
Uma pessoa que está em alto cargo de uma ordem religiosa acaba de reconhecer que nosso estilo de vida não é atrativo para muitos jovens. É claro, porém, que qual quer jovem inteligente compreende que constatações deste gênero não são publicáveis no material de propaganda do instituto. Toda propaganda deverá ser discreta, mas nunca negativa.
Então perguntará o leitor e a leitora impaciente: "Como atrair boas vocações sacerdotais e religiosas?". A resposta é bem conhecida: vivendo com coerência e alegria a própria vocação diante da juventude. Tratando estes jovens e estas jovens com carinho, com prudência e com paciência, como disse a jovem adulta que me enviou o e-mail. Quem não estiver disposto ou disposta a "perder tempo", escutando os jovens, poderá publicar livros de pastoral vocacional, participar de congressos vocacionais e distribuir santinhos do fundador ou fundadora da congregação, mas dificilmente cativará o coração de jovens em quem Deus semeou a boa se mente da vocação.
Luís González-Quevedo Religioso Jesuíta e sacerdote
"Meu coração arde pelo Senhor e penso que não posso mais negar minha vocação. Ainda não cheguei no momento da eleição no EVC, portanto quero ser prudente e paciente". O EVC é a experiência dos Exercícios Espirituais na Vida Cotidiana, seguindo a metodologia inaciana. A "eleição" é o objetivo central dos Exercícios. Consiste na descoberta da vontade de Deus sobre o e a exercitante.
Atrair vocações no Brasil, neste momento, sobretudo no Norte e no Nordeste, não parece difícil. As "novas comunidades" e os "movimentos", que os nossos teólogos consideram "fundamentalistas " , têm suas casas e seminários cheios. São boas vocações? Só Deus sabe. O tempo mostrará a que vieram. O que sim podemos afirmar é que é menos ruim ter uma paróquia sem padre do que uma paróquia com um padre problemático. E toda superiora provincial preferirá ter uma Província pequena, mas de irmãs unidas e identificadas com o carisma da congregação, do que um bando de religiosas divididas ou "franco-atirador".
Um grupo de jovens irmãs me dizia, com humor, que sua congregação fazia "propaganda enganosa" na pastoral vocacional: todos os folhetos e o site da congregação apresentavam religiosas jovens, bonitas, sorridentes... Pareciam tão felizes que suscitava nas jovens - especialmente as do interior, e de maneira especial nas jovens com problemas familiares, carência afetiva etc - o desejo de serem daquela forma: livres, alegres e "felizes para sempre". AÍ, entram na congregação e encontram uma realidade muito diferente.
Uma pessoa que está em alto cargo de uma ordem religiosa acaba de reconhecer que nosso estilo de vida não é atrativo para muitos jovens. É claro, porém, que qual quer jovem inteligente compreende que constatações deste gênero não são publicáveis no material de propaganda do instituto. Toda propaganda deverá ser discreta, mas nunca negativa.
Então perguntará o leitor e a leitora impaciente: "Como atrair boas vocações sacerdotais e religiosas?". A resposta é bem conhecida: vivendo com coerência e alegria a própria vocação diante da juventude. Tratando estes jovens e estas jovens com carinho, com prudência e com paciência, como disse a jovem adulta que me enviou o e-mail. Quem não estiver disposto ou disposta a "perder tempo", escutando os jovens, poderá publicar livros de pastoral vocacional, participar de congressos vocacionais e distribuir santinhos do fundador ou fundadora da congregação, mas dificilmente cativará o coração de jovens em quem Deus semeou a boa se mente da vocação.
Luís González-Quevedo Religioso Jesuíta e sacerdote
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