sábado, 25 de dezembro de 2010

Irmã Dulce será beatificada em 22 de maio em Salvador

Cerimônia vai ocorrer em Salvador, no Parque de Exposições.
Freira passará a ser chamada 'Bem-aventurada Dulce dos Pobres'.

A cerimônia de beatificação de Irmã Dulce foi marcada para o dia 22 de maio de 2011, em Salvador, de acordo com a arquidiocese da capital baiana. A missa na qual será realizado o rito de beatificação vai ocorrer no Parque de Exposição da cidade. O horário ainda não foi definido.

De acordo com a assessoria da arquidiocese, o Cardeal Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Geraldo Majella Agnelo, designou o padre Manoel Filho para coordenar o evento. Padre Manoel foi responsável pela organização da cerimônia de beatificação de Irmã Lindalva, religiosa que viveu na Bahia e foi beatificada em 2007.

O decreto que formaliza a condição de beata de Irmã Dulce foi assinado por Bento XVI em 10 de dezembro. A abertura do processo de beatificação de Irmã Dulce ocorreu em 17 de janeiro de 2000. No ano seguinte foi anunciado o milagre e, em 2002, o processo foi levado para análise do Vaticano.

Para que fosse considerada beata, uma vasta documentação foi encaminhada ao Vaticano, que fez o reconhecimento jurídico, em junho de 2003, sobre a veracidade do milagre atribuído a Irmã Dulce.

Em abril de 2009, a religiosa foi considerada venerável pela biografia. Isso, segundo a Igreja Católica, implica dizer que Irmã Dulce teve uma vida de santidade.

Beatificação

A concessão do título de beato ou bem-aventurado é o reconhecimento de uma vida cristã em grau heróico, segundo a Osid. Com a concessão, o papa passa a permitir à Irmã Dulce uma devoção pública limitada, com a inclusão de seu nome no calendário das festas litúrgicas da Igreja. A festa em devoção ao beato acontece ordinariamente no aniversário da sua morte, ocasião considerada como um nascimento para a vida eterna. Irmã Dulce morreu no dia 13 de março de 1992.

A beatificação é uma etapa no processo para a canonização. Para a canonização é necessária a aprovação de um milagre adicional atribuído à intercessão do beato. No momento da canonização, o papa declara que o beato está entre os santos do céu e inscreve o nome da pessoa na lista oficial dos Santos da Igreja.

Fonte: http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/12/irma-dulce-sera-beatificada-em-22-de-maio-em-salvador.html

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Papai Noel e o Menino Jesus

O bom velhinho estava todo apressado em suas muitas atividades para o natal. Eram muitos pedidos de toda parte do mundo e por isso o trabalho se tornou intenso nos dias que antecedem a data mais esperada do ano. Alguns dos pedidos, dizia dos desejos de sempre, bicicleta, boneca, carrinho, casinha, nos mais minuciosos detalhes de acessórios, cores e tamanhos. Mas a maioria das crianças hoje pede mesmo é entretenimento tecnológico. Celulares, jogos eletrônicos, computadores, MP5, 6…

Das muitas cartas, Papai Noel ficou impressionado com a quantidade deste ano, de pedidos para paz no mundo, de amor para os lares, concórdia entre irmãos que a muito não se falam ou para que papai e mamãe não se separe. Notou, ele, como que a cada ano, aumenta essa carência das crianças.

Em cada correspondência, junto ao desejo do coração, as crianças pronunciavam-se comunicando os feitos, sacrifícios e renuncias, para que no final do ano fossem consideradas bem comportadas e então merecedoras e dignas de terem um natal realmente feliz, com o mérito do presente.

De repente em meio a tantos pedidos, surge uma cartinha que lhe chama muito a atenção. Ao invés da criança expressar seu sonho neste natal, pergunta ao Papai Noel:

“Meu bom e companheiro Papai Noel!

O que você desejaria receber neste natal?

Posso lhe enviar qualquer coisa que deseje, desde que não desconsidere minha correspondência e acredite em mim. Não porque Sou o Soberano e Rei do universo e tudo possuo, pois me foi dado pelo meu Pai, mas porque Meu coração está cheio de Bondade, e o que mais possuo é o Amor, e que desejo derramar a todos os homens.

As arvores cobertas de neve, as bolas coloridas, as múltiplas luzes, os lindos presentes, enfim, todos os enfeites natalinos, só tem, realmente um sentido, quando esse Amor está presente no coração de cada um. E este dom divino tem sido esquecido pelos homens.

Tudo é muito bonito nesta época do ano, porém, nem sempre os adornos refletem o coração das pessoas. Ficam atrelados em suas atividades durante todos os meses, e agora tudo é medido por resultados e merecimentos, assim, só consideram o natal feliz, se alcançaram ou foram considerados dignos de adquirir algo.

Eu nasci na rusticidade e pobreza dum cocho de animais, destituído de qualquer beleza, porém, meus pais me sorriam muito felizes e unidos também, pela transcendência desse Amor que Eu vim trazer ao mundo, e que eles experimentaram por primeiro. Não precisávamos de troca de presentes ou favores. A alma já estava satisfeita.

Ah, o único pedido que peço é este: Que acreditem no Amor e que não me esqueçam neste natal! Sou o aniversariante sim, mas não quero receber. Eu vim para dar a vida e não para ser servido, presenteado. Mais triste que não receber uma lembrança é oferecer algo e encontrar só indiferença. A salvação é gratuita.

Um Feliz Natal!

Com toda ternura do mundo.

Menino Jesus”

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Natal é tempo de oferecermos ao outro o que temos de melhor

Mas um ano termina, outro começa a chegar e com ele chegam também novos sonhos, planos, aspirações e desejos de fazer o mundo melhor. As ruas iluminadas, as casas decoradas, a troca de cartões e presentes nos contagiam. Há um clima diferente no ar que nos envolve e faz nosso lado melhor vir à tona. Gestos de ternura e perdão são espontâneos e votos de felicidades voam distâncias e cruzam mares para chegar aos corações.

Então é Natal! A esperança volta a brilhar nos horizontes, nos lares e na alma de cada um que se deixa contagiar pelo encanto desta época de paz, amor e luz. E é precisamente no contexto deste tempo que somos convidados a vivenciar o Mistério do nascimento de Cristo.

Acredito que quando celebramos o Natal algo diferente acontece dentro de nós e nos contagia, inclinando-nos à mudança, à simplicidade e à busca do essencial.

Lembro-me de que, quando eu era criança, gostava muito de ouvir as histórias a respeito do nascimento de Cristo. Depois das narrativas que sempre apresentavam diferentes versões, eu ficava tentando entender, com minha ingênua razão, por que Deus, sendo assim tão grande e podereso, foi nascer justamente em um lugar tão simples. Fui crescendo no conhecimento e encontrando respostas para a questão, mas a verdade é que elas não calam o meu coração. Não consigo ver o presépio apenas como decoração de Natal. Principalmente porque suas figuras nos falam e nos desafiam à construção de um mundo melhor.

No centro do presépio dois bracinhos de criança, que se abrem em nossa direção, cheios de ternura e de paz, nos ensinam que é abrindo os braços na direção do outro que construímos um feliz ano novo e uma feliz vida nova. Discreto e sereno lá está também José, figura tão importante no nascimento de Cristo. Homem simples, trabalhador, como tantos entre nós. Dedicação, pureza, humildade e obediência a Deus movem seu coração e conduzem suas atitudes. É com razão que padre Zezinho afirma, em uma das suas inúmeras canções, que "O mundo seria bem melhor se todo pai fosse José [...]". Ainda no presépio encontramos Maria refletindo a serenidade, a luz e a paz de que a humanidade tanto precisa. Sua ternura materna irradia e consola o coração de filhos aflitos que a contemplam, buscando aprender com ela o jeito de corresponder a Deus.

E quando vamos a caminho do presépio também nos deparamos com os Reis Magos. Eles também nos ensinam, pois envolvidos pelo encanto do Natal, trazem em suas mãos: ouro, incenso e mirra, ou seja, o que tinham de melhor para oferecer. Certamente é próprio do tempo natalino oferecermos ao outro aquilo que temos de melhor. Não falo de bens materiais, aliás, os presentes de Natal só têm sentido se simbolisam o amor que nos move a doá-los e nunca podem ocupar o centro das celebrações. Natal é tempo de oferecer o que temos de melhor sim, e o que temos de melhor habita dentro de nós, não se vende nem se compra, só pode ser oferecido. Procuremos, portanto, oferecer hoje nosso melhor sorriso, o abraço mais caloroso, a palavra mais afavel e amemo-nos uns aos outros sem esperar nada em troca.

É tempo de nos deixarmos envolver pela eterna simplicidade, alegria e pureza do presépio, expressas nos bracinhos abertos do Menino Jesus. Assim, verdadeiramente o Natal estará acontecendo em nossa vida e haverá paz na terra e em nossos corações!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A coroa do Advento e seu significado

Deus se faz presente na vida de todo ser humano e de todas as formas deixa-nos sentir Seu amor e desejo de nos salvar. A palavra ADVENTO é de origem latina e quer dizer CHEGADA. É o tempo em que os cristãos se preparam para a vinda de Jesus Cristo. O tempo do Advento abrange quatro semanas antes do Natal.

Atualmente há uma grande preocupação em reavivar este costume muito significativo e de grande ajuda para vivermos este tempo. A coroa ou a grinalda do Advento é o primeiro anúncio do Natal. É um círculo de folhagens verdes, sua forma simboliza a eternidade e sua cor representa a esperança e a vida. Vem entrelaçado por uma fita vermelha, símbolo tanto do amor de Deus por nós como também de nosso amor que aguarda com ansiedade o nascimento do Filho de Deus.

No centro do círculo se colocam as quatro velas para se acender uma a cada domingo do Advento. A luz das velas simboliza a nossa fé e nos leva à oração, e simbolizam as quatro manifestações de Cristo:

1° Encarnação, Jesus Histórico;
2° Jesus nos pobres e necessitados;
3° Jesus nos Sacramentos;
4° Parusia: Segunda vinda de Jesus.

No Natal se pode adicionar uma quinta vela branca, até o término do tempo natalino e, se quisermos, podemos pôr a imagem do Menino Jesus junto à coroa: temos que nos atentar, porém, que o Natal é mais importante do que a espera do Advento.

Essa coroa é originária dos países nórdicos (países escandinavos, Alemanha), a qual contém raízes simbólicas universais: a luz como salvação, o verde como vida e o formato redondo como eternidade.

Simbolismos estes que se tornaram muito adequados ao mistério natalino cristão, e que por isso, adentraram facilmente nos países sulinos. Visto que se converteram rapidamente em mais um elemento de pedagogia cristã para expressarmos a espera de Jesus como Luz e Vida, em conjunto com outros símbolos, certamente mais importantes, como são as leituras bíblicas, os textos de oração e o repertório de cantos.

O comércio e o sistema deste mundo fazem questão de esquecer o verdadeiro sentido do Natal e nós podemos cair nessa, mas é possível dar presente e celebrar o verdadeiro sentido: O Menino Jesus é o nosso grande presente!

Sugestão: você pode fazer uma coroa do Advento em sua casa e celebrar com sua família à luz da nossa fé a chegada de Jesus Cristo nosso Salvador. E a cada domingo ir acendendo as velas, convidando seus familiares para rezar.

Oração: Senhor Jesus, celebrar o teu Natal é fazer da minha vida, da minha casa, um lugar de eternidade e salvação. Que a Tua luz brilhe em cada coração. Acendendo cada vela desta coroa do Advento queremos acender a esperança, o amor, a fraternidade e a Salvação que é o grande presente que queremos dar a todos que amamos por intermédio do Menino Jesus, que vai nascer em nossa família.

Como você se prepara para celebrar esta grande festa do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo? Clique em comentários e diga como você vive este tempo litúrgico? Natal feliz é Natal com Cristo!

Equilibrar a sexualidade

É muito difícil nos dias de hoje não ser tentado na sexualidade. Por onde passamos nos deparamos com estímulos. As pessoas aprendem desde a adolescência, ou até antes, que a sensualidade traz status de poder, de auto-estima, então, tornam-se sedutoras, provocativas. E alguns realmente se entregam a esses apelos, vivendo a impureza.

Quando nos voltamos para Deus, ouvimos dizer que a castidade é o método de purificar todas essas sujeiras que jogaram em nós.

Mas corremos o risco de viver um puritanismo e não trabalharmos corretamente a sexualidade como dom concedido por Deus e apreciar a sua real beleza.

Existe diferença entre Castidade e Continência.

Castidade considera o fato de sermos sexuados e eleva a sexualidade ao seu verdadeiro propósito, sem querer arrancá-la de nós: “A castidade comporta uma aprendizagem do domínio de si que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda suas paixões e obtém a paz, ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz. A dignidade do homem exige que ele possa agir de acordo com uma opção consciente e livre, isto é, movido e levado por convicção pessoal e não por força de impulso interno cego ou debaixo de mera coação externa. O homem consegue esta dignidade quando, libertado de todo cativeiro das paixões, caminha para o seu fim pela escolha livre do bem e procura eficazmente os meios aptos com diligente aplicação.”(cf. Catecismo da Igreja Católica – art. nº 2339).

Castidade é o propósito que adestra os estímulos corpóreos do homem, canalizando para suas verdadeiras potencialidades. Não é uma opção alienante, não faz fugir da realidade, não frustra, mas tranquiliza, não enfraquece nem diminui o desejo, mas põe ordem, fortalece, dá auto domínio, auto controle, auto estima.

Continência é abstenção (cf. www.dicionarioweb.com.br). É o puritanismo. Extrai algo e não devolve outra opção. Na área da sexualidade, a continência fará com que a pessoa lute contra seus impulsos, mas, sem direcioná-los para o lugar certo. A continência por si só, gera ansiedade, pois o desejo ainda existirá na forma antiga e quando a pessoa se deparar novamente com o estimulo, aumentará a tensão até que não resista. E ao não resistir, fabricará dentro de si o sentimento de culpa, pelo orgulho de não reconhecer sua fraqueza mediante aquilo que é lei de Deus.

É muito importante conhecer a diferença entre Castidade e Continência, e claro, trabalhar no nosso interior. Tanto que, sabemos, mesmo aqueles que contraíram o sacramento do matrimônio, e que lhes é permitido a relação sexual, quando não orientam bem sua sexualidade, podem voltar a vícios como masturbação, buscar novas aventuras ou estímulos via internet e etc.

Enquanto a pessoa que harmoniza seus instintos é alguém mais calmo, tranqüilo, alguém que sabe se relacionar em todas as circunstancias, mesmo as mais adversas.

Nunca se viu na história de todos os tempos, um personagem que foi feliz, quando este agiu impulsionado em grande parte pelas suas paixões. Ao contrário, paixões geraram guerras, vinganças, ódio e sentimentos inversos ao amor. “afastai-vos das paixões humanas, que fazem guerra a vós mesmos.” (cf. Tg 4, 1)

Paixões humanas acendem conflitos interiores contra as inclinações que temos de coisas nobres e de vida eterna.

A castidade é a base sólida para conseguir a tempera de que precisamos para chegar onde se deseja.

Um vencedor, necessita de bons princípios, regularidade, constância e fé, acreditar que é possível. Caso contrário ele(a) distrair-se-a na primeira tentação que estiver a beira do caminho, motivado pelos instintos e ficará por ali mesmo.

Só um coração em Deus é capaz de ter essa clareza, que é possível realizar-se a partir do que é justo, verdadeiro.

Castidade nos condiciona a sermos impulsionados pela alma e abre a visão para a eternidade.

Deus abençõe!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

A conversão me fará renunciar tudo o que gosto de fazer?

A decisão por Jesus requer atitudes que diferem de alguns costumes, ocasiões e práticas que tínhamos anteriormente.

Uma mudança ocorreu no coração e abrimos os olhos para o que é verdadeiro, justo, saudável e correto. Por vezes, até nos espantamos com o quanto estávamos prejudicando a nós mesmos, quando enveredávamos por vias obscuras atrás de prazeres venéreos.

Mas, a verdade é que mesmo na vida antiga, tínhamos um convívio social, eram acontecimentos, ambientes, entretenimentos e companhias que nos forneciam certa adrenalina e sabores de experiências nesta vida.

Éramos parte desse mundo, que o encontro com Cristo nos revelou a face oculta e maléfica que existia sem que percebêssemos. Agora o nosso interior mudou, mas o habitat que nos cerca não se transformou em conjunto ao nosso ser e voltamos para nossa existência com o desafio de sobreviver em um ambiente, agora hostil ao Jesus Cristo que portamos e queremos viver.

A firme escolha de romper com o pecado poderão exigir que deixemos de freqüentar alguns lugares e até de perder amizades, se essas nos quiserem empurrar para o mau caminho.

O ponto agora que vem a tona é: Uma vida nova, de busca de conversão, elimina os prazeres, gostos da vida e exige um isolamento social?

Para responder, vou me amparar nos seguintes textos bíblicos.

“Não peço que os tires do mundo, mas sim que os preserves do mal” (cf. Jo 17, 15).

A conversão é a tomada de consciência de que somos cidadãos do Céu, mas ainda vivemos neste mundo. Jesus não pediu ao Pai que nos tire das eventualidades que permeiam a existência nesta terra, mas somente que nos livre daquilo que leva a perdição.

Devemos assim, santificar as realidades do mundo. Exemplo, o futebol entre amigos, não precisa ser regado à bebedeira, mas servir para bons relacionamentos. A dança e a música não devem promover a sensualidade, mas, pode inserir valores como o amor de Deus no seu contexto. Ser “sal na massa” (cf. Lc 13, 21) é introduzir a mensagem da Boa Nova na essência e propósito das coisas.

E “Quando o espírito impuro sai de um homem, ei-lo errante por lugares áridos à procura de um repouso que não acha. Diz ele, então: Voltarei para a casa donde saí. E, voltando, encontra-a vazia, limpa e enfeitada. Vai, então, buscar sete outros espíritos piores que ele, e entram nessa casa e se estabelecem aí; e o último estado daquele homem torna-se pior que o primeiro” (cf. Mt 12, 43-45) Ao se retirar da vida de alguém, (principalmente do jovem) qualquer tipo de impureza é preciso substituir por algo bom que preencha o vazio. Pois, mesmo que sendo uma má inclinação, essa via lhe era um suporte, uma válvula de escape às pressões e não deve simplesmente ser extirpada. É como um processo de reeducação alimentar, ninguém consegue sobreviver sem o alimento, apenas deve-se substituir o que se come, por nutrientes mais saudáveis ou menores quantidades.

Nunca deixe que se instale um espaço vago no ser.

É importante que, tanto a pessoa que viveu seu início de conversão, quanto àqueles que promovem tal encontro com Cristo, se preocupe com essa substituição. As pessoas renovadas procurem amizades, ocupações e meios de distração que subsidiem essa mudança. E as instituições invistam em eventos que possam ter como centro a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Seus princípios e Seu amor.

Ser de Deus, não significa de modo algum, ser alienado ao mundo, muito pelo contrário, o Senhor deseja tornar o ser humano feliz, com as características, traços e potencialidades que Ele mesmo imprimiu em cada um. Mesmo que gastando nossos tesouros numa vida desenfreada, Deus não retira de nós o que somos. “Pois os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis” (cf. Rm 11, 29), mas somente uma vida com o Altíssimo pode deixar a sua casa, seus dons e vocação em perfeita ordem e arrumação.

Deus abençoe!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A cura da autopiedade

O Homem é um ser racional. Tem a capacidade de organizar pensamentos e idéias, não somente para sua vida, mas até mesmo, na ocorrência de elementos cotidianos e naturais. Por isso, tendemos em tudo, a querer compreender e encontrar causas, razões, explicações e os efeitos.
Assim, quando algo foge da quietude ou rotina que nos fornecia certo bem estar, uma falha em nossos planos, ou quando somos alvo de injustiças, automaticamente buscamos encaixotar a causa e o que foi o desencadear do problema dentro de nosso entendimento. A mente se esforça para adequar um esquema no qual inclua alguma ação própria ou uma variável que possa ter desencadeado o resultado negativo.

Isso é muito bom, pois é uma forma da pessoa não se acomodar diante do desfavorável, mas nem sempre, teremos de pronto, respostas às questões interiores. Nesse desenrolar da atividade mental que ainda não compreende a chave de sua frustração, ou não se vê merecedor do desgosto, pode estar nascendo o sentimento de autopiedade.

Pensamentos geram sentimentos e esses últimos podem marcar de modo muito profundo o nosso interior, transformando a experiência em uma carga negativa muito pesada. Há momentos em que é quase inevitável não render-se ao chamado “coitadismo”. Ainda que mentalmente, fazemos perguntas como: “Porque comigo?”, “O que eu fiz pra merecer isto?” Mesmo para Deus dirigimos tais indagações.

Porém, esse sentimento nunca ajudou ninguém a vencer os problemas, pois engessa a capacidade de pensar e de olhar macro, consequentemente extirpa parte das forças da pessoa e tira o animo para uma tentativa de reação.

Autopiedade é também um dos fatores que mais dificulta o processo de cura interior de alguém. Faz com que o individuo encontre-se, o tempo todo, como vítima de sua história e nunca se perceba como agente transformador.

A solução contra essa impressão, será tomar sempre, a decisão de enfrentar o problema. Nunca fixar o pensamento em que somos reféns do mal. Todos os seres humanos estão sujeitos ao sofrimento e a desilusão e não somos nós somente, os maiores desafortunados do mundo. Saia do sentimento de que o meio conspira contra.

Não importa quanto for dolorosa ou difícil a situação, temos sempre que encarar de frente qualquer agrura. Mesmo que o fato não possa ser mudado, mude você o seu interior, ou então, estará condenado a estacionar na paralisia de achar-se sempre vítima impotente.

Jesus nunca amenizou ou tratou os sentimentos de autopiedade, ao contrário, curou aqueles que estavam decididos a sair do problema e buscar uma solução. O mestre só pode agir na nossa liberdade. Ele o faz quando permitimos saindo do fechamento próprio.

Imagine se havia auto-piedade no coração daquele cego que gritava por Jesus, mesmo com os outros insistindo pra que ele se calasse: “Muitos o repreendiam, para que se calasse, mas ele gritava ainda mais alto: ‘Filho de Davi, tem compaixão de mim!’ “ (cf. Mc 10, 48).

Também a mulher, que recebeu uma resposta de Jesus, que num primeiro momento até pareceu grosseira: “Jesus respondeu-lhe: Não convém jogar aos cachorrinhos o pão dos filhos” (cf. Mt 15, 26). A réplica dessa mulher demonstrou que nem o problema nem a indiferença do Senhor lhe tiraram o foco e a fé de alcançar algo positivo: “Certamente, Senhor, replicou-lhe ela; mas os cachorrinhos ao menos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos” (cf. Mt 15, 27).

Uma outra mulher que sofria com fluxo de sangue, mesmo com medo por ter feito algo proibido, (segundo a lei, ela não poderia tocar em ninguém cf. Lc 15, 19) expôs-se em meio à multidão, mas não parou no ser vitima, ainda que com a aparente reprovação que podia encontrar: “(Jesus) voltando-se para o povo perguntou, quem tocou minhas vestes? E ele olhava em derredor para ver quem o fizera. Ora, a mulher, atemorizada e trêmula, sabendo o que nela se tinha passado, veio lançar-se-lhe aos pés e contou-lhe toda a verdade” (cf. Mc 5, 30-33).

Por mais angustiante que seja, ainda que venhamos a ser expostos, Jesus não quer nos deixar no comodismo da sensação da autopiedade. Ele estende a mão para mim e para você hoje, mas se ficarmos de braços cruzados, no fechamento do “achar-nos coitadinhos”, nada irá mudar.

Cabe a cada um assumir a sua parte no milagre que Deus tem para cada um de nós.

Deus abençoe!

sábado, 13 de novembro de 2010

NHÁ CHICA PODE SER BEATIFICADA EM 2012


A notícia foi confirmada pelo frade do Vaticano Paolo Lombardo responsável por reunir documentos e prova de candidatos a santos. Ele anunciou na sexta feira que a Serva de Deus Francisca Paula de Jesus - Nhá Chica - poderá ser beatificada em 2012.
Segundo o Frei, em declaração a um jornal do Rio de Janeiro, o Brasil terá dois novos santos, ou melhor, santas, nos próximos dois anos. Irmã Dulce, da Bahia, deverá ser beatificada pelo Papa Bento XVI em maio de 2011, e Nhá Chica, de Minas Gerais, exatamente um ano depois. Ele deu a declaração à imprensa quando esteve em Barra do Piraí, no Sul Fluminense aonde conduziu o ato de translado dos restos mortais do também candidato a santo, o advogado Franz de Castro Holzwarth.
“As beatificações dessas duas (Dulce e Nhá Chica) já estão programadas para estas datas”, - garantiu Lombardo.
O Frei disse também que Dulce, Nhá Chica e Franz estão numa fila de 2.000 candidatos a santos, cujos processos estão sendo analisados pelo Vaticano. “Elas (Dulce e Nhá Chica) estão na frente porque o Santo Papa tem dado preferência a candidatos que não são italianos nem espanhóis. Itália e Espanha já têm santos demais”- justificou.
Francisca de Paula de Jesus, que morreu em 1894, tem vários registros de milagres em livros da época e um caso recente em estudo pelo Vaticano. Em 1995, após pedir à Nhá Chica, uma professora aposentada de Caxambu (MG) teve um problema congênito grave no coração curado. Outro importante passo rumo à beatificação 0 Estudo das Virtudes, foi completado em junho deste ano quando uma Comissão de Teólogos reconheceu as Virtudes da Serva de Deus, deixando-a mais próxima da honra dos altares.


Assessoria de Comunicação
ABNC Associação Beneficente Nhá Chica
Congregação das Irmãs Franciscanas do Senhor
(35) 3343- 1077
contato@nhachica.org.br
http://www.nhachica.org.br/


Com informações do jornal O DIA

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Ser pessoa é muito complicado

O mundo de hoje é complexo. O emaranhado de informações a que temos acesso nos comunica, mas não nos formam. Temos sistemas cada vez mais sofisticados, burocracia para tudo, muitos meios carregados com dados de toda natureza, corretos e até incorretos. E tudo isso para chegar onde mesmo?

Acabamos ficando exigentes, intransigentes, complexos e, às vezes, mal educados.

O homem mais incrível que habitou a face da terra nos disse: “Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas” (cf. Mt 10, 16). Até procuramos exercitar a prudência, o que muitas vezes nos remete a cercarmos de processos a nossa volta, tornando tudo muito difícil. Jesus, pelo contrário era capaz de decifrar os códigos mais ininteligíveis do ser humano e devolver em forma desmistificada.

Exorcizou demônios com práticas modestas: “Quanto a esta espécie de demônio, só se pode expulsar à força de oração e de jejum” (cf. Mt 17, 20). Mostrou como alcançar os favores do inalcançável Pai Altíssimo: “Pedi e se vos dará. Buscai e achareis. Batei e vos será aberto” (cf. Mt 7, 7); Mostrou como orar: “Nas vossas orações, não multipliqueis as palavras, como fazem os pagãos que julgam que serão ouvidos à força de palavras”; “Pai Nosso” (cf. Mt 6, 9); falava em parábolas quando os homens não entendiam (cf. Mt 13, 36; Lc 15, 12), ou comparava a realidade rural com os mistérios do Reino dos Céus para os homens simples entenderem (cf. Mt 13, 32).

E Ele quis ensinar o homem a ter uma essência simples. Olhar o outro lado da trama e verificar o que realmente importa.

Geralmente o cerne do problema está envolvido por um novelo de situações que lhe conferem um maior corpo, configurando o que é simples em uma enorme dificuldade.

Complicamos as coisas, principalmente quando queremos que nossas ações tenham resultado. E quanto maior o esforço e o tempo, mais nos perdemos em expectativas. E isso é só um exemplo do que agiganta e encorpa nossas agruras. Queremos falar e imediatamente sermos ouvidos, plantar e colher, transmitir e receber. O estado da impotência é humilhante, tanto quando fazemos pelos outros, quanto ao nos vermos incapazes diante de nós mesmos. O orgulho da obrigação de ter que fazer dar certo é o que nos torna intolerantes.

Um coração refinado não impõe sua verdade. Antes, aguarda o momento em que a força do seu amor, encontre a abertura necessária no coração do outro ou ache portas entreabertas nas situações da vida. Permite-se estar na impotência, não como atitude de passividade, mas contemplando e entendendo melhor qual o centro da complexidade. Jesus esperou a conversão de Maria de Bethânia, mesmo após a ressurreição de seu irmão Lázaro. Nem este gesto a convenceu naquela hora. (cf. Jo 12, 1-10)

Descomplica-se quem não acredita somente na sua iniciativa. Ser simples é acreditar no poder do Alto. Com a inocência e simplicidade de uma criança, saber que existe um Pai que, em todo momento cuida de nós “todo o que não receber o Reino de Deus com a mentalidade de uma criança, nele não entrará” (cf. Mt 10, 15).

É Ele quem tudo realizará. Somos meros semeadores, tudo o que devemos fazer é plantar as sementes, gastar nossos talentos. Os corações são terrenos. E quem se encarrega de fazer germinar é o Senhor. Somente ame!

Se a nossa essência for de amor, tudo ficará mais simples.

Deus os abençoe!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A celebração da festa de todos os Santos

No dia 1º de novembro, a Igreja celebra a festa de Todos os Santos. Segundo a tradição, ela foi colocada neste dia, logo após 31 de outubro, porque que os celtas ingleses - pagãos -, celebravam as bruxas e os espíritos que vinham se alimentar e assustar as pessoas nesta noite (Halloween).

Nesse dia, a Igreja militante (que luta na Terra) honra a Igreja triunfante do Céu “celebrando, numa única solenidade, todos os Santos” – como diz o sacerdote na oração da Missa – para render homenagem àquela multidão de Santos que povoam o Reino dos Céus, que São João viu no Apocalipse: “Ouvi, então, o número dos assinalados: cento e quarenta e quatro mil assinalados, de toda tribo dos filhos de Israel. Depois disso, vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de toda nação, tribo, povo e língua: conservavam-se em pé diante do trono e diante do Cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão". "Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro.” (Ap 7,4-14)

Esta imensa multidão de 144 mil, que está diante do Cordeiro, compreende todos os servos de Deus, aos quais a Igreja canonizou através da decisão infalível de algum Papa, e todos aqueles, incontáveis, que conseguiram a salvação, e que desfrutam da visão beatífica de Deus. Lá “eles intercedem por nós sem cessar”, diz uma de nossas Orações Eucarísticas. Por isso, a Igreja recomenda que os pais ponham nomes de Santos em seus filhos.

Esses 144 mil significam uma grande multidão (12 x 12 x 1000). O número doze e o número mil significavam para os judeus antigos plenitude, perfeição e abundância; não é um valor meramente aritmético, mas simbólico. A Igreja já canonizou mais de 20 mil santos, mas há muito mais que isto no Céu. No livro 'Relação dos Santos e Beatos da Igreja', eu pude relacionar, de várias fontes, quase 5mil dos mais importantes; e os coloquei em ordem alfabética.

A "Lúmen Gentium" do Vaticano II lembra que: "Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós junto ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por seguinte, pela fraterna solicitude deles, a nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio” (LG 49) (§956).

Na hora da morte, São Domingos de Gusmão dizia a seus frades: “Não choreis! Ser-vos-ei mais útil após a minha morte e ajudar-vos-ei mais eficazmente do que durante a minha vida”. E Santa Teresinha confirmava este ensino dizendo: “Passarei meu céu fazendo bem na terra”.

O nosso Catecismo diz que: “Na oração, a Igreja peregrina é associada à dos santos, cuja intercessão solicita” (§2692).

A marca dos santos são as bem–aventuranças que Jesus proclamou no Sermão da Montanha; por isso, este trecho do Evangelho de São Mateus (5,1ss) é lido nesta Missa. Os santos viveram todas as virtudes e, por isso, são exemplos de como seguir Jesus Cristo. Deus prometeu dar a eterna bem-aventurança aos pobres no espírito, aos mansos, aos que sofrem e aos que têm fome e sede de justiça, aos misericordiosos, aos puros de coração, aos pacíficos, aos perseguidos por causa da justiça e a todos os que recebem o ultraje da calúnia, da maledicência, da ofensa pública e da humilhação.

Esta 'Solenidade de Todos os Santos' vem do século IV. Em Antioquia, celebrava-se uma festa por todos os mártires no primeiro domingo depois de Pentecostes. A celebração foi introduzida em Roma, na mesma data, no século VI, e cem anos após era fixada no dia 13 de maio pelo papa Bonifácio IV, em concomitância com o dia da dedicação do “Panteon” dos deuses romanos a Nossa Senhora e a todos os mártires. No ano de 835, esta celebração foi transferida pelo papa Gregório IV para 1º de novembro.

Cada um de nós é chamado a ser santo. Disse o Concilio Vaticano II que: “Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade” (Lg 40). Todos são chamados à santidade: “Deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48): “Com o fim de conseguir esta perfeição, façam os fiéis uso das forças recebidas (…) cumprindo em tudo a vontade do Pai, se dediquem inteiramente à glória de Deus e ao serviço do próximo. Assim, a santidade do povo de Deus se expandirá em abundantes frutos, como se demonstra luminosamente na história da Igreja pela vida de tantos santos” (LG 40).

O caminho da perfeição passa pela cruz. Não existe santidade sem renúncia e sem combate espiritual (cf. 2Tm 4). O progresso espiritual da oração, mortificação, vida sacramental, meditação, luta contra si mesmo; é isto que nos leva gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças. Disse São Gregório de Nissa (†340) que: “Aquele que vai subindo jamais cessa de ir progredindo de começo em começo por começos que não têm fim. Aquele que sobe jamais cessa de desejar aquilo que já conhece” (Hom. in Cant. 8).

Felipe Aquino

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

MORADORES DE BAEPENDI PARTICIPAM DE PESQUISA DO INSTITUTO DO CORAÇÃO


Iniciado em dezembro de 2005, o projeto Corações de Baependi entra agora em sua segunda fase. Promovido pelo Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular Instituto do Coração (InCor) / HC. FMUSP o projeto visa determinar a importância genética na transmissão de fatores de risco cardiovasculares (hipertensão arterial, hipercolesterolemia e diabetes) dentro de núcleos familiares em uma população brasileira. A cidade de Baependi, no sul de Minas, foi escolhida para a pesquisa depois que uma médica, nascida e criada na cidade, teve a iniciativa de indicar o município para ser sede desse grande estudo.
Nesta segunda etapa, que terá inicio em novembro de 2010, o objetivo é determinar como os fatores genéticos poderiam estar implicados na alta prevalência das doenças cardíacas e dos seus respectivos fatores de risco como hipertensão, diabetes e hipercolesterolemia. Além disso, de forma inédita, o trabalho irá determinar a forma com que os fatores genéticos podem influenciar nos distúrbios do sono (síndrome da apnéa obstrutiva do sono).
Cabe ressaltar que só poderão participar do estudo os indivíduos que participaram da 1° etapa com adição das pessoas maiores de 18 anos que pertencem às famílias sorteadas e que por eventualidades não puderam participar da etapa anterior.
Segundo os pesquisadores, o novo estudo pode auxiliar no tratamento e prevenção das doenças cardíacas e seus respectivos fatores de risco em um futuro próximo. Além disso, será uma oportunidade interessante para que os participantes do projeto possam realizar exames cardíacos sofisticados a custo zero. Cerca de 1800 pessoas serão recrutadas e informadas sobre a participação no estudo. A convocação dos participantes será realizada pela equipe de saúde do PSF. Os horários, datas e locais dos exames serão informados pelos agentes do PSF no momento da convocação.
Há quatro anos participaram do estudo aproximadamente 1700 pessoas distribuídas dentro de 124 famílias. Sua estruturação foi tão ousada e bem sucedida, que até hoje o presente projeto é considerado o maior e mais importante estudo relacionando genética de famílias e doenças cardiovasculares do Brasil. Além disso, a 1° etapa desse projeto já gerou três trabalhos publicados em revistas internacionais conceituadas, contribuindo assim para a divulgação da cidade (Baependi) no cenário internacional.

Mais informações:
Rafael Alvim
Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular
Instituto do Coração (InCor) / HC.FMUSP
Tel: (35) 8837-0036

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Dizer não é também amar

Amar não é e nunca será tarefa fácil, exige de nós empenho e decisão. O amor sincero comporta o sofrimento e a doação em favor do outro. Pelo bem do outro, inúmeras vezes, enfrentamos dificuldades que nos causam dor e pesar.

Existem situações nas quais temos de desagradar a quem amamos em virtude de seu próprio bem. Tais decisões são difíceis e doem mais em nós do que naqueles que são objetos de nossa repreensão. Porém, é importante salientar que corresponder sempre e irrefletidamente aos desejos de quem se ama pode se tornar algo negativo, que tende a deformar e não formar. Dentro dessa perspectiva, afirmo que: “Dizer ‘não’ também é uma forma de amar”.

Limites são necessários para qualquer ser humano, pois, por meio deles, alcançamos equilíbrio e maturidade. Pais que não impõem limites aos filhos acabam criando pequenos reis e rainhas e, conseqüentemente, tornando-se seus súditos.

Somente quem já recebeu um “não” na vida consegue compreender a especificidade da palavra humildade. Somente aqueles que não foram correspondidos no que queriam, em algum momento de sua história, sabem compreender que sua vontade não é absoluta e que nem sempre estão certos.

É no “não” e no “sim”, no equilíbrio das possibilidades, que se forma uma pessoa, é assim que o orgulho se ausenta e o ser humano consegue entender que os outros também são bons.

Nem tudo o que queremos é o melhor para nós, porém, nem sempre conseguimos enxergar assim. É aí que descobrimos quem nos ama, pois os que sinceramente se interessam por nós não têm medo de nos dizer a verdade e de nos corrigir quando necessário.

Não é fácil corrigir e dizer 'não'; seria mais fácil e conveniente dizer sempre 'sim' e estar sempre sorrindo, pois quem diz 'não' se expõe e, muitas vezes, atrai sobre si a ira do outro. Quem corrige, mesmo querendo o bem do outro, corre o risco de ser mal interpretado, contudo, demonstra um grande amor e cuidado com o outro.

Só quem nos ama nos diz 'não'. Só quem se interessa por nós tem a sensibilidade de cuidar de nós, através da poda.

Precisamos ter sensibilidade para detectar e aceitar o amor que se manifesta em uma multiplicidade de formas e que nos encontra também naquilo que tanto nos desagrada.

Se enxergarmos assim, sentiremo-nos mais amados e cuidados, evitaremos muitas contrariedades, além de descobrirmos belezas antes não contempladas. Faça essa experiência!

Adriano Zandoná

terça-feira, 26 de outubro de 2010

São Frei Galvão, rogai por nós!

Bento XVI em nosso país, quando veio declarar digno dos altares, a imagem do primeiro santo brasileiro, São Frei Galvão.

Todo título dado pela Igreja nesta terra a uma alma que alcançou a perfeição e está diante de Deus, vem dos seus feitos terrenos. Os santos são nossos auxiliadores, padroeiros de profissão ou atividades, intercessores de causas nas quais eles também vivenciaram.

Celebrar a santidade de Frei Galvão, é reconhecer o que ele tão bem fez aqui neste mundo.

Arquiteto, Engenheiro, Construtor, religioso, homem de boa oratória, Antônio Sant´Anna Galvão ficou conhecido por todos esses atributos, porém o que mais lhe rendeu cair nas graças do povo, foi a divina inspiração de proporcionar a cura dos doentes através das pilulas, que conhecemos até hoje.

A prova de que sua missão e feitos continuam tão eficazes, mesmo após sua morte, é que tais pílulas foram objeto de minucioso estudo pelo Vaticano. Examinaram-se os casos de pessoas que alcançaram verdadeiros milagres, através delas. A Igreja só pode considerar intervenção divina, quando esgotam-se as possibilidades cientificas. Somente quando a situação em pauta é tida como impossível a medicina ou a qualquer outra ciência é que atribui-se a intercessão de um santo.

O que São Frei Galvão nos deixou foi seu testemunho, seu serviço, mas acima de tudo uma presença amiga ao povo brasileiro, que ainda hoje é viva e real.

Que esse nosso companheiro celeste continue intercedendo pela sua gente, para que o maior país católico do mundo, a partir da herança que dele recebemos, inaugure um novo tempo, e que muitos santos sejam gerados no ventre da nossa terra.

São Frei Galvão, rogai por nós.

Sandro Ap. Arquejada

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Vencer os medos

O medo é uma das principais emoções que regem a vida do ser humano. (cf. Catecismo da Igreja Católica nº 1772). É um mecanismo psíquico que serve para nos alertar de algo que atenta contra nossas emoções ou a integridade física.
Existe o chamado estado ou síndrome de pânico, que é o pavor nas suas mais altas instancias. Neste caso, para sanar a síndrome de pânico é preciso tratamento médico.
Porém, o que mais percebemos entre os seres humanos é o medo na forma de zonas de tensão, caracterizado por certo receio que paralisa a pessoa mediante situações que possibilitem o fracasso, a exposição ou que possam ferir os sentimentos. Esse tipo de temor engessa a pessoa no exercício de sua liberdade e na sua capacidade de amar. Por medo, muitas vezes prolongamos situações desconfortáveis e dolorosas, agimos por coação, ocultamos a verdade por receio de reação do outro, não queremos desagradar ou perder.

Para vencer os medos a única saída é enfrentá-los, pois, o objeto causador pode ser externo, mas o temor sempre será uma emoção, portanto, estará dentro da pessoa, e só ela pode decidir por si mesma e adentrar nos lugares sombrios do seu coração. Segundo o psicoterapeuta Augusto Cury, o segredo para se vencer o medo, até mesmo o pânico, está em: enfrentar os focos de tensão, desafiar o medo e reedita-lo na mente. (O mestre do amor, Ed. Academia de Inteligência-2002, pg. 43).
Quando enfrentamos aquilo que nos diminui, geralmente descobrimos que o monstro é muito menor do que imaginávamos.
Os traumas e as situações novas que remetem ao medo são oportunidades de crescimento. É necessário encará-las, agora munido da decisão de vencer, com o conhecimento de causa do tempo presente (que trouxe a experiência de quem você é e do mundo ao seu redor), e principalmente, com o Cristo Jesus que te ama e te faz vencedor. Jesus ensinou os apóstolos a enfrentar seus medos, transformando homens temerosos da Galiléia (até tinham medo de fazer perguntas, cf. Mc 9, 32) em destemidos propagadores do Evangelho, privilegiando três formas:

Ser ousado: “Jesus chama Pedro para andar sobre as águas” (cf. Mt 14,29). Entre no terreno desconhecido, busque a motivação de ir um pouco mais além.

Permitir o insucesso, o fracasso: “o jovem rico foi embora e não seguiu Jesus” (cf. Mt 19,22) Se algo não der certo, você pode continuar, buscando novas possibilidades, saberá quais outros caminhos tentar. O erro também faz parte do processo de aprendizado.
Também permita o erro dos outros: “os apóstolos voltaram a pescar após a ressurreição de Jesus” (cf. Jo 21,6), não condene o culpado, mesmo que lhe cause algum prejuízo, veja como investimento na pessoa. É melhor ter ao lado pessoas experimentadas do que meros coadjuvantes.
Acreditar em sua intuição: “Jesus estimulava a intuição dos seus apóstolos dirigindo-lhes perguntas ‘E vós quem dizeis que eu sou?, ’” (cf. . Mt 16,15). Métodos e teorias existem porque alguém antes pressentiu e foi buscar provas. Siga a voz do coração! Deus se comunica com nós também pela forma de inspiração.

As palavras registradas nos Evangelhos são eternas e atuais, para homens do tempo de Jesus e os de hoje. E Nosso Senhor Jesus Cristo sempre dizia: “Não tenhais medo” (cf.). Mt 8,26; 14,27; Lc 12, 4; Jo 20,19 “Coragem” (cf. Mt 9,2; Mc 10,49; Jo 16, 33). Essas são Palavras para cada um de nós também.

Deus te abençoe!
Sandro Ap. Arquejada

Revestir-se com as Armas de Deus

Assim, pois, como Cristo padeceu na carne, armai-vos também vós deste mesmo pensamento: quem padeceu na carne rompeu com o pecado(cf. I Pd 4,1).

Gosto muito desse versículo, tanto pelo seu conteúdo, que nos recorda, que Cristo padeceu por nós e que devemos aderir a ele rescindindo com o pecado, mas também porque ele traz uma técnica muito importante para nossa conversão. No centro de tudo está o pedido de uma atitude nossa: armai-vos deste mesmo pensamento”.

Armar significa não somente dotar de armas, mas antes de tudo, guarnecer de qualquer coisa para dar resistência e segurança, fortificar, prevenir.

Então, “armar o pensamento” é fortalecer a mente, o espírito e os sentimentos, para não sucumbir diante das situações de provação.

A experiência da efusão do Espírito Santo provoca em nós uma mudança interior através do conhecimento da paixão do Cristo e do seu amor por nós, e isso gera uma aversão ao pecado. Porém, somos seres carnais, no qual ainda estaremos sofrendo as tendências da carne. Por isso, não podemos recorrer ao Espírito em atitude de espera que Ele provoque em nós uma força que anule nossa humanidade, trazendo inercia diante da tentação. Deus não moverá o céu para mudar nosso temperamento e nossos sentimentos.

Para romper com o pecado, é preciso que juntamente com a força do alto, conheçamos nossas fraquezas, onde somos mais vulneráveis, e que a partir daí, “armemos nossos pensamentos” em atitude de luta, de combate, contra o que nos afasta de Deus.

Arme seus pensamentos, sabendo que vai deparar-se com situações e pessoas que podem provocar a ocasião de queda, então vá, de ante-mão, antecipando e meditando como reagir melhor.

Se você pede que o Céu te conceda alguma virtude, saiba que o Senhor está lhe atendendo também em situações que contrariam seus limites. Exemplo: Quem pede a paciência deverá prevenir-se em situações que irão lhe tirar a paciência e buscar gerar dentro de si a calma necessária. Quem tem dificuldade com outra pessoa, vá estudando o que pode fazer de bom pelo outro e atenuar ou mesmo acabar com as diferenças. Aquele que sofre por sua maledicência, saia de casa tentando se conter em suas conversas.

Toda a oração de Ef 6,10, traz a figura de um guerreiro que arma-se para as contrariedades oferecidas por Satanás.

Isso tudo é um processo, ninguém nesta vida já está pronto, tudo se dará a partir da decisão de hoje, colocar em prática.

O Espírito Santo de Deus pode fazer tudo em nós, mas não atua sem a nossa permissão. Armar o pensamento é assumir a nossa parte, mas abrindo as portas para que esse Espírito faça também o que lhe cabe.

Que Deus abençoe suas lutas.

Sandro Ap. Arquejada sandroarq@geracaophn.com

Fonte: http://blog.cancaonova.com/sandro/2010/10/18/revestir-se-com-as-armas-de-deus/

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Salário: como utilizar bem dessa providência

O salário que recebemos é uma das fontes da ação da Divina Providência em nossa vida. O que quero dizer é que Deus nos dá a graça de um trabalho como garantia da sobrevivência familiar. Por isso, é necessário aprender a usar o dinheiro que ganhamos com o suor do nosso trabalho da melhor forma possível.

O orçamento familiar não é apenas “anotar despesas realizadas”: é algo que envolve planejar, eleger prioridades e controlar o fluxo de caixa. Além disso, é uma ferramenta que ajuda a entender nossos hábitos de consumo. É uma oportunidade para a família refletir sobre os projetos de vida e objetivos comuns, a fim de que todos caminhem numa única direção, possibilitando o crescimento da unidade familiar.

É também um instrumento para aprendermos a esperar e a escolher o melhor; não de forma individual, mas coletiva, levando-nos a pensar e a buscar o melhor para toda a família. Logo, controle financeiro não é algo que apenas as famílias de classe alta precisam fazer. Essa não é uma tarefa fácil, mas não é impossível. Entretanto, exige disciplina e muita disposição para fazer eventuais ajustes, além de caderno, lápis e calculadora.

Precisamos compreender que todas as nossas escolhas – desde as menores até as maiores – decidem não só quais serão as nossas ações, mas, sobretudo, quem estamos sendo. E essa é uma questão fundamental. A mídia promove os produtos e muitos se deixam levar por ela, exagerando nos gastos. Além da mídia, um ponto perigoso é o desejo de status, ou seja, o desejo de imitar os outros, de ter o mesmo que os outros. Também existem aqueles que gastam muito por fuga ou por compensação, ou seja, por questões psicológicas. E outros ainda que querem oferecer aos filhos tudo que não tiveram na infância...

Em todos esses casos, sem disciplina, não há renda que suporte. Portanto, o primeiro passo é cada um identificar se faz compras por necessidade ou por compulsão. Entre os “sintomas” da compulsividade está a falta de organização, isto é, dificilmente você anota o que gasta com seus compromissos.

Precisamos entender que o desejo incontrolável de gastar pode ser uma doença, que pode ser superada com tratamento psicológico e medicação. Mas é fundamental que a pessoa reconheça que está enferma e precisa de ajuda.

A chave do sucesso do seu planejamento reside na sua capacidade de criar uma estrutura sustentável que equilibre receitas e despesas e permita que você administre o inesperado e poupe.

Fazer orçamento familiar é uma questão de sobrevivência. Por isso, precisamos saber elaborá-lo.

Artigo extraído do livro "Dinheiro à luz da fé". Ouça comentário do autor.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O papel da mãe na criação dos filhos

Educar os filhos é a grande missão que Deus confiou aos pais. É por causa da importância dessa tarefa, que nos deu o quarto Mandamento: “honrar pai e mãe”. Sem a educação dos pais os filhos se perdem; é por isso que as nossas cadeias estão cheias de jovens e a droga consome a muitos, além do mundo do crime.

Nada é tão grande neste mundo como construir um ser humano. As máquinas acabarão um dia, mas o nosso filho jamais.

É pela educação que o ser humano conquista e desenvolve as suas faculdades; e Deus quis que isto fosse feito antes de tudo pelos pais, e de modo especial pela mãe. Hoje sobretudo, onde muitas mães são obrigadas a criar sozinhas os seus filhos, porque são “órfãos de pais vivos”, essa missão se torna mais importante e árdua ainda. Neste caso o papel da mãe triplica de importância, porque ela tem que fazer o papel do pai e dela mesma.

Ghandi dizia que “a verdadeira educação consiste em pôr a descoberto o melhor de uma pessoa.” Para isto é preciso a arte de educar, a mais difícil e mais bela de todas.

Certa vez Michelangelo viu um bloco de pedra e disse a seus alunos: “aí dentro há um anjo, vou colocá-lo para fora!” Depois de algum tempo, com o seu gênio de escultor, fez o belo trabalho. Então os alunos lhe perguntaram como tinha conseguido aquela proeza. Ele respondeu: “o anjo já estava aí, apenas tirei os excessos que estavam sobrando”. Educar é isto, é ir com paciência e perícia tirando os maus hábitos e descobrindo as virtudes, até que o “anjo” apareça.

Michel Quoist dizia “que não é para si que os homens educam os seus filhos, mas para os outros e para Deus.”

Educar é colaborar com Deus, e é na educação dos filhos que se revelam as virtudes dos pais.

Educar é promover o crescimento e o amadurecimento da pessoa humana em todas as suas dimensões: material, intelectual, moral e religiosa. Por isso, educação não se recebe só na escola, mas principalmente em casa. Às vezes se ouve dizer: “ele é analfabeto, mas é muito educado”. Não adianta ser doutor e não saber tratar os outros como gente; não saber cumprir com a palavra dada; não se comportar bem; trair a esposa e os filhos; não ser gentil; não ser afável, etc. Sem dúvida, a educação é a melhor herança que os pais devem deixar aos filhos; esta ninguém pode lhes roubar nem destruir.

O livro do Eclesiástico diz aos pais: “Aquele que ama o seu filho, corrige-o com freqüência, para que se alegre com isso mais tarde…” (Eclo 30,1).

A educação visa sobretudo colocar o homem no caminho do bem e da virtude, do qual ele sempre tende a se desviar. É aos pais que cabe sobretudo dar início a esta tarefa na vida dos filhos. A Igreja nos ensina que :

“Pela graça do Sacramento do matrimônio os pais receberam a responsabilidade e o privilégio de evangelizar os seus filhos. Por isso os iniciarão desde a tenra idade nos mistérios da fé, da qual são para os filhos os “primeiros arautos” (LG,11). Associá-los-ão desde a primeira infância à vida da Igreja. (CIC, 2225)

A tarefa de educar, como dizia D. Bosco, “é obra do coração”, é obra do amor, por isso tem muito a ver com a mãe. Sem o carinho e a atenção da mãe a criança certamente crescerá carente de afeto e desorientada para a vida.

O povo diz que atrás de um grande homem, há sempre uma grande mulher, mas é preciso não esquecer que “esta mulher” mais do que a esposa, é a mãe.

É no colo da mãe que a criança precisa aprender o que é a fé, aprender a rezar e a amar a Deus e as pessoas.

É no colo da mãe que o homem de amanhã deve aprender o que é a retidão, o caráter, a honestidade, a bondade, a pureza de coração.

É no colo da mãe que a criança aprende a respeitar as pessoas, a ser gentil com os mais velhos, a ser humilde e simples e não desprezar ninguém.

É no colo da mãe que o filho aprende a caridade, a vida pura da castidade, o domínio de todas as paixões desordenadas e a rejeitar todos os vícios.

É a mãe, com seu jeito doce e suave, que vai retirando da sua plantinha que cresce a erva daninha da preguiça, da desobediência, da mal-criação, dos gestos e palavras inconvenientes. É ela que vai lhe ensinando a perdoar, a superar os momentos de raiva sem revidar, a não ter inveja dos outros que têm mais bens e dinheiro.

É a mãe que nas primeiras tarefas do lar lhe ensina o caminho redentor do trabalho e a responsabilidade.

Até o filho de Deus quis precisar de uma Mãe para cumprir a sua missão de salvar a humanidade; e Ele fez o seu primeiro milagre nas bodas de Caná exatamente porque ela lhe pediu. Por isso, cada mãe é um sinal de Maria, que ensina seu filho a viver de acordo com a vontade de Deus.

Neste mundo, às vezes perverso, que penetra sorrateiro em nossas casas, e insiste numa sistemática pregação de anti-valores por algumas tvs, mais do que nunca é necessário uma mãe atenta para combater tudo aquilo que prejudica a educação dos seus filhos.

Mais do que nunca ela precisa saber conquistar os seus filhos, não por aquilo que lhes dá, mas por aquilo que é para eles: amiga de todas as horas, consoladora. Saiba sempre corrigir o seu filho, mas que nunca seja com grosseria, com gritos ou com humilhações. E jamais na frente dos outros.

Se você conquistar o seu filho a ponto dele ter um sagrado orgulho de te-la como sua mãe, então, você poderá fazer dele o que desejar.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Os anjos são santos?

Há uma distinção entre a santidade dos anjos e a nossa

Normalmente essa pergunta pode vir à nossa cabeça, mas, como é questão de fé, é importante esclarecer e é bom nos debruçarmos sobre o que diz a Bíblia e a Doutrina da Igreja. Realmente há uma distinção entre a santidade dos anjos e a nossa. Os anjos são santos, mas são espíritos puros dotados de inteligência e vontade e na natureza há uma diferença entre a nossa santidade humana da santidade deles [anjos]. Nós somos humanos dotados de corpo, alma e espírito; os anjos são seres puramente espirituais. Por serem seres espirituais, os anjos bons e maus não podem ter a sua existência provada de maneira experimental e racional; no entanto, a Revelação atesta a sua realidade. Eles são mencionados mais de 300 vezes na Bíblia. Apesar de sua dignidade superior eles são somente criaturas de Deus, nós somos filhos de Deus.

Vejamos o que diz o Catecismo da Igreja Católica (CIC) nos números:

328 A existência dos seres espirituais, não corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos, é uma verdade de fé. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto à unanimidade da Tradição.

332 Eles aí estão, desde a criação e ao longo de toda a História da Salvação, anunciando de longe ou de perto esta salvação e servindo ao desígnio divino de sua realização: fecham o paraíso terrestre, protegem Lot, salvam Agar e seu filho, seguram a mão de Abraão, comunicam a lei por seu ministério, conduzem o povo de Deus, anunciam nascimentos e vocações, assistem os profetas, para citarmos apenas alguns exemplos. Finalmente, é o anjo Gabriel que anuncia o nascimento do Precursor e o do próprio Jesus.

333 Desde a Encarnação até a Ascensão, a vida do Verbo Encarnado é cercada da adoração e do serviço dos anjos. Quando Deus "introduziu o Primogênito no mundo, disse: - Adorem-no todos os anjos de Deus” (Hb 1,6). O canto de louvor deles ao nascimento de Cristo não cessou de ressoar no louvor da Igreja: "Glória a Deus nas alturas..." (Lc 2,14). Protegem a infância de Jesus, servem a Jesus no deserto, reconfortam-no na agonia, embora tivesse podido ser salvo por eles da mão dos inimigos, como outrora fora Israel. São ainda os anjos que "evangelizam", anunciando a Boa Nova da Encarnação e da Ressurreição de Cristo. Estarão presentes no retorno de Cristo, que eles anunciam serviço do juízo que o próprio Cristo pronunciará.

329 Santo Agostinho diz a respeito deles: - “Anjo (mensageiro) é designação de encargo, não de natureza. Se perguntares pela designação da natureza, é um espírito; se perguntares pelo encargo, é um anjo: é espírito por aquilo que é, é anjo por aquilo que faz". Por todo o seu ser, os anjos são servidores e mensageiros de Deus. Porque contemplam "constantemente a face de meu Pai que está nos céus" (Mt 18,10), são "poderosos executores de sua palavra, obedientes ao som de sua palavra" (Sl 103,20).

Para alcançarmos a santidade Deus nos presenteou com um companheiro de caminhada, que conhece como ninguém a vontade do Senhor: Desde o início até a morte, a vida humana é cercada por sua proteção e por sua intercessão. "Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida" (CIC n°336). Ainda aqui na terra, a vida cristã participa na fé da sociedade bem-aventurada dos anjos e dos homens, unidos em Deus. Portanto, os anjos são criaturas espirituais que servem ao Senhor e aos homens em relação ao Seu plano divino de salvação. A santidade faz parte da natureza dos anjos, mas para nós seres humanos e limitados pela nossa humanidade ferida pelo pecado, a santidade é uma luta, uma conquista diária, requer vontade firme, renúncias, obediência a Deus e Sua vontade, vida de oração e comunhão com Ele e com os irmãos.

A Igreja fala de virtudes heroicas praticadas por homens e mulheres que foram fiéis e trilharam uma vida santa e os chama de modelos e intercessores: "Ao canonizar certos fiéis, isto é, ao proclamar solenemente que esses fiéis praticaram heroicamente as virtudes e viveram na fidelidade à graça de Deus, a Igreja reconhece o poder do Espírito de santidade que está em si e sustenta a esperança dos fiéis, propondo-os como modelos e intercessores. "Os santos e as santas sempre foram fonte e origem de renovação nas circunstâncias mais difíceis da história da Igreja." Com efeito, "a santidade é a fonte secreta e a medida infalível de sua atividade apostólica e de seu elã missionário" (CIC 828).

Deus nos criou para a comunhão com Ele e "O aspecto mais sublime da dignidade humana está nesta vocação do homem à comunhão com Deus. Este convite que Deus dirige ao homem, de dialogar com ele, começa com a existência humana. Pois se o homem existe, é porque Deus o criou por amor e, por amor, não cessa de dar-lhe o ser, e o homem só vive plenamente, segundo a verdade, se reconhecer livremente este amor e se entregar ao seu Criador" (CIC nº. 27).

O nosso saudoso Papa João Paulo II afirmou certa vez: "Não tenhais medo da santidade, porque nela consiste a plena realização de toda autêntica aspiração do coração humano. Entre as maravilhas que Deus realiza continuamente, reveste singular importância a obra maravilhosa da santidade, porque ela se refere diretamente à pessoa humana". E o Sumo Pontífice resume tudo dizendo: “A santidade é a plenitude da vida”. Portanto, Deus Pai, na Sua infinita misericórdia e Providência, nos presenteia com os santos anjos para nos ajudar como companheiros na dura caminhada para a santidade. Por isso, desde criança aprendemos:

"Santo Anjo do Senhor, meu zeloso e guardador, se a Ti me confiou a piedade Divina sempre me rege, me guarde, me governe, me ilumine. Amém".

sábado, 18 de setembro de 2010

Comunicado da Assessoria de Imprensa CNBB

O jornal O Estado de S. Paulo, em sua edição de sexta-feira, 20, na página A7, trouxe uma nota afirmando que o secretário geral da CNBB, dom Dimas Lara Barbosa, “admitiu que os católicos votem em candidatos que são favoráveis ao aborto”. A citação, fora de seu contexto, leva o leitor a interpretações que não correspondem em absoluto à posição do secretário geral em relação a este tema.

Diante disso, o secretário solicitou uma retificação por parte do jornal que foi publicada na edição deste sábado, 21, na página 2, coluna Fórum dos Leitores.

Publicamos abaixo a íntegra do texto

Prezado Senhor Diretor de Redação,

Foi com desagradável surpresa que vi estampada minha fotografia no topo da página A7 da Edição de hoje, sexta-feira, 20 de agosto, com a nota de que eu teria admitido que os católicos votem em candidatos que são favoráveis ao aborto.

Gostaria de expressar, mais uma vez, a posição inegociável da CNBB, que é a mesma do Magistério da Igreja Católica, de defesa intransigente da dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural. O aborto é um crime que clama aos céus, um crime de lesa humanidade. Isso, evidentemente, não significa que o peso da culpa deva recair sobre a gestante. Também ela é, na maioria das vezes, uma grande vítima dessa violência, e precisa de acompanhamento médico, psicológico e espiritual. Aliás, esses cuidados deveriam vir antes de uma decisão tão dramática.

Os católicos jamais poderão concordar com quaisquer programas de governo, acordos internacionais, leis ou decisões judiciais que venham a sacrificar a vida de um inocente, ainda que em nome de um suposto estado de direito. Aqui, vale plenamente o direito à objeção de consciência e, até, se for o caso, de desobediência civil.

O contexto que deu origem à manchete em questão é uma reflexão que eu fazia em torno da diferença entre eleições majoritárias e proporcionais. No caso da eleição de vereadores e deputados (eleições proporcionais), o eleitor tem uma gama muito ampla para escolher. São centenas de candidatos, e seria impensável votar em alguém que defenda a matança de inocentes, ainda mais com dinheiro público. No caso de eleições majoritárias (prefeitos, senadores, governadores, presidente), a escolha recai sobre alguns poucos candidatos. Às vezes, sobretudo quando há segundo turno, a escolha se dá entre apenas dois candidatos. O que fazer se os dois são favoráveis ao aborto? Uma solução é anular o próprio voto. Quais as conseqüências disso? O voto nulo não beneficiaria justamente aquele que não se quer eleger? É uma escolha grave, que precisa ser bem estudada, e decidida com base numa visão mais ampla do programa proposto pelo candidato ou por seu Partido, considerando que a vida humana não se resume a seu estágio embrionário. Na luta em defesa da vida, o problema nunca é pontual. As agressões chegam de vários setores do executivo, do legislativo, do judiciário e, até, de acordos internacionais. E chegam em vários níveis: fome, violência, drogas, miséria... São as limitações da democracia representativa. Meu candidato sempre me representa? Definitivamente, não! Às vezes, o candidato é bom, mas seu Partido tem um programa que limita sua ação. Por isso, o exercício da cidadania não pode se restringir ao momento do voto. É preciso acompanhar, passo a passo, os candidatos que forem eleitos. A iniciativa da Ficha Limpa mostrou claramente que, mesmo num Congresso com tantas vozes contrárias, a força da união do povo muda o rumo das votações.

Que o Senhor da Vida inspire nossos eleitores, para que, da decisão das urnas nas próximas eleições, nasçam governos dignos do cargo que deverão assumir. E que o cerne de toda política pública seja a pessoa humana, sagrada, intocável, desde o momento em que passa a existir, no ventre de sua própria mãe.

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Você se aceita como é?

Cada um de nós é riquíssimo no seu ser. Fomos feitos à imagem de Deus; o que mais poderíamos desejar? O Todo-poderoso entrou dentro de Si mesmo para, lá, ir buscar o nosso molde.

Como, então, você pode ficar reclamando das qualidades que você não tem? Não seria isso ser ingrato com o Senhor?

Antes de lamentar e lamuriar o que você não tem, agradeça o que você já tem e tudo o que recebeu gratuitamente de Deus Pai. Olhe primeiro para as suas mãos perfeitas… e diga: "Muito obrigado, Senhor!" Pense nos seus olhos que enxergam longe; seus ouvidos que ouvem o cantar dos pássaros, e diga mais uma vez: "Obrigado, Senhor!" Da mesma forma, olhe para a beleza e o vigor da sua juventude e agradeça ao bom Pai, de quem procede toda dádiva boa.

A pior qualidade de um filho é a ingratidão diante do pai. Jesus ficou muito aborrecido quando curou dez leprosos (uma doença incurável na época!), mas só um (samaritano) voltou para agradecer. E este não era judeu, isto é, o único que não era considerado pertencente ao povo de Deus.

Você recebeu uma grande herança de Deus, que está dentro de você: sua inteligência, sua liberdade, vontade, capacidade de amar, sua memória, consciência, etc., enfim, seus talentos, que o Senhor espera que você os faça crescer para o seu bem e o dos outros. A primeira coisa a fazer, para que você possa multiplicar esses talentos, é aceitar-se como você é, física e espiritualmente.

Não fique apenas olhando para os seus problemas, numa espécie de introspecção mórbida, porque senão você acabará não vendo as suas qualidades; e isso o tornará escravo do seu complexo de inferioridade.

São Paulo disse que somos como que "vasos de barro", mas que trazemos um tesouro de Deus escondido aí dentro (cf. I Cor 4, 7).

Eu não estou dizendo que você deva se esconder dos seus problemas nem fazer de conta que eles não existem; não é isso. Reconheça-os e aceite-os; e, com fé em Deus, e confiança em você, lute para superá-los, sem ficar derrotado e lamuriando a própria sorte.

Saiba que é exatamente quando vencemos os nossos problemas e quando superamos os nossos limites, que crescemos como pessoas humanas.

Não tenha medo dos seus problemas, eles existem para serem resolvidos. Um amigo me dizia que todo problema tem solução; e que, quando um deles não a tem [solução], então, deixa de ser problema. “O que não tem remédio, remediado está”, diz o povo. Não adianta ficar chorando o leite derramado.

É na crise e na luta que o homem cresce. É só no fogo que o aço ganha têmpera. É sob as marteladas do ferreiro que a lâmina vira um espada. Por isso, é importante eliminar as suas atitudes negativas.

Deus tem um desígnio para você e para cada um de nós; uma bela missão a ser cumprida, e você pode estar certo de que Ele lhe deu os talentos necessários para cumpri-la.

Deus Pai quer que você seja um aliado d'Ele, um cooperador d'Ele, na obra da construção do mundo. O Senhor não nos entregou o mundo acabado, exatamente para poder nos dar a honra e a alegria de sermos Seus colaboradores nesta bela obra. Ele precisa de nossas mãos e de nossa inteligência, pois quer usar os nossos talentos. Por essa razão, o homem mais infeliz é aquele que se fecha em si mesmo e não usa os seus talentos para o bem dos outros. Este se torna deprimido.

Na "Parábola dos Talentos", Jesus mostrou que só foi pedido um talento a mais àquele que tinha ganhado um; mas que foi pedido dez novos talentos ao que tinha dado dez. Deus é coerente.

Você sabe que é “único” aos olhos d'Ele, irrepetível; logo, você recebeu talentos que só você tem; então, o Senhor espera que você desenvolva esta bela herança, sendo aquilo que você é.

É um ato de maturidade ter a humildade de reconhecer os seus limites e aceitá-los; isso não é ser menor ou menos importante; é ser real.

Aceite suas limitações, seus problemas, seu físico, sua família, sua cor, sua casa, também seus pais e seus irmãos, por mais difíceis que sejam… e comece a trabalhar com fé e paciência, para melhorar o que for possível.

Se você não começar por aceitar o seu físico, aquilo que você vê, também não aceitará os defeitos que você não vê. Você corre o risco de não gostar de você se não aceitar o seu corpo. Muitos se revoltam contra si mesmos e contra Deus por causa disso. Você só poderá gostar de você - amar a si mesmo - se aceitar-se como é física e espiritualmente. Caso contrário não será feliz.

É claro que é bom aprender as coisas boas com os outros, mas não podemos querer imitá-los em tudo. Você não pode ficar se comparando com outra pessoa, e quem sabe, ficar até deprimido porque não tem o mesmo sucesso dela. Cada um é um diante de Deus Pai. Também não se deixe levar pelo julgamento que as pessoas fazem de você. Saiba de uma coisa: você não será melhor porque as pessoas o elogiam, mas também não será pior porque elas o criticam. Como dizia São Francisco, “sou, o que sou diante de Deus.”

Certa vez, iam por uma estrada um velho, um menino e um burro.

O velho puxava o burro e o menino estava sobre o animal.

Ao passarem por uma cidade, ouviram alguém dizer:

“Que menino sem coração, deixa o velho ir a pé. Devia ir puxando o burro e colocar o velho sobre este!”

Imediatamente o menino desceu do burro e colocou o velho lá em cima, e continuaram a viagem.

Ao passar por outro lugar, escutaram alguém dizer:

“Que velho folgado, deixa o menino ir a pé, e vai sobre o burro!”

Então, eles pararam e começaram a pensar no que fazer:

O velho disse ao menino:

"Só nos resta uma alternativa: irmos a pé carregando o burro nos nossos braços!…"

Moral da história: é impossível agradar a todos!

Do livro – "Jovem, levanta-te!" – Editora Cléofas

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Leitura Orante DA BÍBLIA

Escuta, Compromisso de vida e Perseverança

A cada dia, temos de colher a nossa porção de alimento, assim como o povo de Deus no deserto colhia a sua porção de maná. Para isso, temos uma modalidade de encontro especial com Deus: a leitura orante da Sagrada Escritura, que sempre tem sido uma maneira real de buscar este alimento vital à vida cristã. No mês da Bíblia, saber um pouco mais sobre esta fundamental prática para os cristãos torna-se imperativo para o aumento da fé em Deus. A leitura orante é a chamada “Lectio Divina” ou Lição Divina. Trata-se de uma leitura atenta e sem pressa. Nesta prática, a cada dia é meditado e contemplado um texto escolhido e preparado de antemão. Tal leitura não tem apenas a finalidade de satisfazer a curiosidade intelectual do leitor. Ela tem como objetivo alimentar a vida de fé do cristão, fortalecer sua união com Deus e animar o apostolado

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Fonte: Informativo Nhá Chica Setembro/2010

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Setembro Mês da Biblia

Bíblia: tesouro do coração

Como definir a Bíblia? Se contemplarmos o autor, diremos: é a Palavra de Deus. Se olharmos o destinatário e a razão porque Deus dirige sua Palavra, diremos: é para revelar-nos o tesouro do seu coração e do nosso coração.

Os judeus contam 24 livros na sua Bíblia, que eles denominam Tanak, termo formado pelas iniciais de Torah “Lei”, Nebi”im “profetas”, e Ketubim outros “escritos”. Estes 24 podem ser também contados 22, o número das letras do alfabeto hebraico. No cânone (lista oficial) cristão, a estes 24 ou 22 livros correspondem 39 livros, ditos “protocanônicos”. A diferença se explica pelo fato de que os judeus consideram como um só livro muitos escritos que no cânone cristão são distintos, por exemplo, os escritos dos 12 profetas “menores”.

A Igreja Católica conta com 46 livros no seu cânone do Antigo Testamento, 39 protocanônicos e 7 deuterocanônicos, chamados assim porque os primeiros foram aceitos no cânone sem grande discussão ou mesmo sem discussão alguma, enquanto que os demais (Eclesiástico, Baruc, Tobias, Judite, Sabedoria, 1º e 2º Macabeus e algumas partes de Éster e Daniel) foram aceitos definitivamente só depois de vários séculos de hesitação por alguns padres da Igreja, (como também de São Jerônimo); as Igrejas da Reforma os chamam “apócrifos”. São 27 os livros do Novo Testamento. Total: 73.

A Palavra de Deus é o alimento do cristão. Uma vez feita a opção de ser filho de Deus pelo batismo, o cristão deverá ter consciência da sua condição e buscar o alimento para qualificar sua vida. Cristo Jesus, ao início da pregação do evangelho, diante do tentador que lhe dizia de converter as pedras em pães, respondeu: “Está escrito: Não só de pão é que se vive, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Lucas 4, 3-4).

Não se é cristão se não se ouve a Palavra de Deus e, se ouvida, não é posta em prática. A vida humana tem valor inestimável não só na eternidade destinada à visão de Deus, mas já no tempo presente por ser motivo da encarnação do Filho de Deus, o que demonstra o amor de Deus por nós. O valor pessoal da vida humana somente é alcançado quando se ama o próximo como Deus fez conosco.

Ser discípulo de Jesus é tornar-se ouvinte e praticante da sua Palavra.

Daí a necessidade de grande atenção à catequese para adquirir a familiaridade com os livros das Escrituras Sagradas e com a exposição sistemática da doutrina e norma de vida nelas contidas.

A iniciação à Palavra de Deus começa dentro da família, alarga-se na comunidade cristã e nos estudos pessoais, não somente em momentos importantes da vida, mas continuamente nas condições mais diferenciadas para confronto, renovação e aperfeiçoamento da vida cristã.

Uma conseqüência necessária é que a catequese não seja destinada somente à criança, mas deve ser permanente. Todos nós precisamos conhecer sempre mais os conteúdos da Palavra de Deus em catequese sistemática, bem como o ensinamento permanente do magistério da Igreja, depositário da missão própria recebida de Cristo Jesus.

Ninguém ama o que desconhece. Os exegetas, os biblistas, os teólogos têm a missão de guardas cuidadosos do depósito da fé. Os catequistas são os profetas de Deus, falam em nome de Deus que assim continua a se dirigir a seus filhos. Devem os catequistas ser fiéis à doutrina de Cristo recebida por meio dos apóstolos que chega até nós por seus sucessores na Igreja. São descabidas interpretações pessoais da Palavra revelada.

Jesus é o verdadeiro exegeta que interpreta a vontade do Pai. “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”, diz Jesus (Lucas 8, ). Devemos pedir, com o salmista no Salmo 118,18: “Tira-me os véus dos olhos e contemplarei as maravilhas de tua Lei”.

“Alimentar-se da Palavra para sermos “servos da Palavra” no trabalho da evangelização: tal é, sem dúvida, uma prioridade da Igreja ao início do novo milênio. Deixou de existir, mesmo nos países de antiga evangelização, a situação de “sociedade cristã” que não obstante as muitas fraquezas que sempre caracterizaram tudo o que é humano, tinha explicitamente como ponto de referência os valores evangélicos” (João Paulo II, Início do Novo Milênio).

A Palavra de Deus revelada aos seres humanos é o tesouro do coração de Deus que é todo Amor para se comunicar aos seres humanos e com eles formar um pacto de amor. Deus revela ao homem o próprio homem, a sua dignidade, a sua destinação. O tesouro do nosso coração, que há de preencher todos os nossos anseios, somente Deus pode realizá-lo. O nosso coração permanece inquieto até que repouse em Deus.

Que este mês da Bíblia nos ajude a tomar consciência da riqueza e necessidade de aprofundar nosso contato e vivência da Palavra de Deus. Assim poderemos dar razão da nossa fé e esperança em Cristo Jesus.

Dom Geraldo Majella Agnelo Cardeal Arcebispo de São Salvador da Bahia - Primaz do Brasil

Por que os jovens optam por morar juntos?

As estatísticas não deixam margem a dúvidas. Se unir-se em santo matrimônio, ou "casar na Igreja", sempre foi uma luta secular (milenar) da Igreja, nos últimos decênios se acentuou perigosamente essa tendência. Os missionários leigos de uma Paróquia, certa ocasião, percorreram os domicílios de um bairro, no qual a grande maioria se professava católica. Verificaram que mais de 80% da população não era legalmente casada (no civil), e mais de 90% dos católicos não tinham um casamento abençoado pela Igreja. Os jovens tinham o costume de "ajuntar os trapos" e irem morar juntos. Isso de "casar com papel passado" sempre ficava para depois; isto é, para nunca. Tais casais ficam tolhidos em sua plena participação na vida da Igreja. É uma deficiência de raiz, para formar uma boa família. O que intriga são as razões de tal procedimento.

Sem explorar todos os motivos que podem originar essa vida, sem a certeza da graça de Deus na família, vou me deter, sobretudo, num deles. É a característica, descrita por Jesus, da perpetuidade do casamento; isto é, o matrimônio não deve ser dissolvido pela separação. Tal exigência vem para o bem do casal e para o bem dos filhos. A Igreja, acolhendo o ensinamento do Mestre, mostra que a fidelidade perpétua faz parte integrante de uma família.

Os namorados, contudo, vão mais longe que os apóstolos de Jesus. Estes, ao ouvirem as exigências de Cristo sobre o casamento, exclamaram: "Mas então é melhor não casar". Os jovens e os adultos de hoje falam: "Então é melhor se ajuntar". Os casadouros raciocinam: "Se o casamento não der certo, então é preciso desfazê-lo e partir para outra solução".

O que falta aos noivos de hoje é um sério namoro, bem conduzido, com o objetivo de conhecer a personalidade do parceiro. A maioria das uniões nasce de uma paixão momentânea, de um lampejo de ardor sexual, de uma intuição de feliz convivência. Não existe a paciência de um conhecimento mais profundo ou a verificação do modo como o parceiro sabe administrar as contrariedades. Mas o que falta mais é arrojo de crer no parceiro e saber que a graça divina estará com todos aqueles que recebem a graça do sacramento do matrimônio.

Dom Aloísio R. Oppermann – Arcebispo de Uberaba-MG
domroqueopp@terra.com.br

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Uma mensagem especial pra você!

Em agosto na Igreja celebramos o mês vocacional, momento forte de reflexão e oração a respeito do chamado que Deus nos faz. Que esta reflexão ajude-os na meditação sobre o forte e suave convite do Senhor: “Vem e segue-me”! Não tenham medo de responder ao chamado do Senhor. Digam sim a Cristo! Digam sim a Igreja! Digam sim ao ser humano! Diga sim a vida.

Lembrem-se que chamado de Deus é a essência da vocação, um chamamento contínuo e definitivo do Criador para seus filhos e filhas. Não apenas uma missão, mas um dom gratuito, que é obrigação prazerosa e necessidade vital para os homens e mulheres. Aqueles que a descobrem, exprimem estes sentimentos e dão testemunho em suas caminhadas de missionários da boa notícia, revelando-a das diversas maneiras que a vocação permite.
Derivada da palavra de origem latina, Vocare, que significa "chamado", vocação é a aptidão natural e a expressão concreta, revelada nos trabalhos, no modo de vida e ações, que está contida em toda pessoa. A Igreja tem uma atenção especial com as vocações, reconhecendo seu valor na vida das pessoas e atuando em prol do crescimento dos “trabalhadores da messe”.
É preciso estar atento ao chamado, hoje são muitas as vozes que confundem e abafam o verdadeiro sentido do chamado de Deus, é preciso saber o momento certo em que Ele chama, e acima de tudo aderir a este chamado.
Muitos são chamados, mas poucos são os escolhidos! A messe é grande e os trabalhadores são poucos (fc. Mt 22,14). As citações bíblicas correspondem a realidade da Igreja, que necessita cada dia mais da disposição dos cristãos para o desenvolvimento dos trabalhos que a “missão”, citada por Jesus, exige. “ todos são chamados, mas nem todos têm condições de aceitar a proposta ao chamado que o Mestre faz. A exigência é grande, a disponibilidade também, porque o chamado exige um compromisso, radicalidade evangélica, regra de vida, uma vida despojada para o Senhor, inteiramente disponível para Ele. É viver inteiramente disponível para o serviço à Igreja, aos marginalizados, aos pobres, feliz sempre. Responder a isso requer um discernimento maduro, sincero, coerente e responsável. E isso é para toda vida, o chamado é para todos, embora nem todos são sensíveis a ele.
Que o Deus da vida e da esperança abençoe a todos.

Pe. Noel Soares
http://vocacaopastoral.blogspot.com/2009/08/uma-mensagem-especial-pra-voce.html