sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Sobre a distribuição gratuita de anticoncepcionais

Reduzir o custo dos anticoncepcionais basta?
: 02 de junho de 2007
O Ministério da saúde anunciou a redução de 90% do preço dos anticoncepcionais, o aumento da oferta gratuita de pílulas e de ampolas injetáveis anticoncepcionais - inclusive das “pílulas do dia seguinte”- nos postos de saúde, a ampliação de verbas para incentivar a vasectomia e a laqueadura, a distribuição massiva e gratuita de preservativos e outras medidas similares.
Está grassando uma verdadeira febre anticoncepcional. Parece que só se enxerga um aspecto do problema e não a dignidade da pessoa humana como um todo e o respeito devido à integridade do organismo humano e as suas funções.
Por outro lado, em nenhum momento se alerta à população dos aspectos negativos dessa campanha anticoncepcional. As pílulas suscitam algumas doenças, como trombo-flebite, trombose da veia hepática, tromboses cerebrais e pulmonares, aumento da pressão arterial, tumores do fígado, câncer de mama, além de outros efeitos psicológicos. Não se adverte que elas têm um potencial efeito antinidativo e, portanto, abortivo. A laqueadura trás consigo a síndrome postubária e sangramentos. E ela, como a vasectomia, provoca freqüentemente o sentimento de frustração e mutilação. Por esta razão, no Brasil, há um aumento progressivo de operações cirúrgicas para conseguir a reversão da ligadura de trompas e da vasectomia… Em parte alguma se fala destas seqüelas colaterais, nem da percentagem, não pequena, na falha do uso dos preservativos.
O problema essencial, contudo, não é este. Há um motivo mais profundo que desqualifica essa campanha: a lei natural determina que existe um vínculo inseparável entre a relação sexual e a transmissão da vida. Romper artificialmente essa união - como acontece com os anticoncepcionais - representa uma grave infração desta mesma lei natural.
As conseqüências são nefastas: utiliza-se o corpo humano - especialmente o da mulher - como simples objeto de prazer; banaliza-se a relação sexual - que está destinada a unir profundamente dois seres humanos e a ser fonte da vida - para convertê-la em mera satisfação instintiva; fomenta o desprezo da vida considerando a eventual gravidez como um perigo que deve evitar-se…
É louvável um verdadeiro planejamento familiar, sem contrariar a lei natural, servindo-se dos métodos naturais - como o Billings e outros - que têm uma eficácia comprovada igual ou maior do que as pílulas e não acarreta efeitos colaterais. Mas em nenhum momento o Ministério da Saúde falou nesses métodos naturais, o qual significa uma péssima e lamentável omissão.
O Estado deve compreender, de modo fundamental, que não existe sociedade estável sem família bem constituída; não há família bem constituída sem fidelidade conjugal; e não há fidelidade conjugal sem a educação da afetividade e do sexo, sem autocontrole.
A questão não consiste em curar os efeitos, mas as causas. Não se encontra o remédio nos preservativos, nas pílulas, na esterilização, mas na mudança de atitude: um verdadeiro trabalho educativo no qual a Família, o Estado e a Igreja têm que envidar os mais vigorosos esforços. Não é com anticoncepcionais que se solucionarão os problemas do desregramento sexual, mas com um trabalho profundo que venha a colocar no lugar que merece, o valor da vida, do amor, do sexo, do matrimônio e da família.
Perguntamos que esforço fez o atual governo para desenvolver um verdadeiro trabalho educativo nesse sentido? Aumentou em 100 milhões de reais a campanha dos anticoncepcionais, mas questionamos que quantia destinou para suscitar no Brasil, a implantação de um sadio sistema de educação afetiva e sexual? (Não um sistema impositivo, estatizante e equacionado numa ideologia reducionista e unilateral, mas aberto à livre opinião das famílias que são as primeiras educadoras naturais dos filhos em processo de formação.).
O Estado não pode instigar a um tipo de educação sexual sem abrir opções aos pais para que possam escolher, com liberdade, entre uma solução ou outra. Será que as autoridades públicas dão às Igrejas e às outras instituições não governamentais - formadas por cidadãos brasileiros - de forma proporcional, os recursos educacionais semelhantes aos que o governo, unilateralmente, gasta em um programa milionário como a campanha dos anticoncepcionais?
Nesse terreno, o caráter subsidiário do Estado na educação dos filhos deveria oferecer a estas instituições esses recursos, a fim de que os pais venham a dispor de novas perspectivas e opções.
O Estado é laico. Ninguém duvida. Mas também são laicas - sem nenhuma conotação religiosa confessional - todas as considerações que acabamos de fazer. E elas não podem deixar de ser levadas em consideração.
Dom Rafael Llano Cifuentes
Bispo da Diocese de Nova Friburgo
Presidente do Regional Leste I da CNBB (RJ)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

RETOME A SUA VIDA COM DEUS

Nascemos para a realidade do céu, somos vocacionados ao céu, mas na nossa liberdade podemos optar o caminho a seguir, e assim, muitas vezes, percorremos o caminho errado. Mas Deus vem ao nosso encontro sempre com misericórdia.
Hoje, rezemos pelas nossas famílias que é o berço das vocações. É da família que nasce os sacerdotes, os consagrados, os leigos. As nossas vocações nascem das famílias.
Vamos pegar a Palavra de Deus que está no Evangelho de São João capítulo 1, 19 a 34.
“E este é o testemunho de João, quando os judeus mandaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu? E confessou, e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo. E perguntaram-lhe: Então quem? És tu Elias? E disse: Não sou. És tu profeta? E respondeu: Não. Disseram-lhe pois: Quem és? para que demos resposta àqueles que nos enviaram; que dizes de ti mesmo? Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías. E os que tinham sido enviados eram dos fariseus. E perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água; mas no meio de vós está um a quem vós não conheceis. Este é aquele que vem após mim, que é antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar a correia da alparca.”
O limite de Deus é a nossa liberdade. Deus não é ladrão para roubar o nosso coração, Ele é educado, bate na porta e se você abrir experimentará uma vida nova.
Se você estiver longe do caminho de Deus, retome. Retome a sua vida. Deus não veio para te condenar. Eu, antes de conhecer a Jesus me deixei estragar, porque o salário do pecado é a morte. Felicidade plena só Deus pode conceder, e só no céu.
Se Deus estiver em primeiro lugar em sua vida, você amará verdadeiramente seu esposo, seu filho, seus pais, pois o amor do Senhor nos faz doar até mesmo a vida.
Hoje eu sou padre, porque um dia tive a graça de abrir o meu coração para Deus, e porque eu amo Jesus sobre todas as coisas sou capaz de gastar a minha vida evangelizando.
Pe. Hamilton

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

PASSOS PARA A CONVERSÃO

Com São José, queremos aprender e nos deixar transformar pelo Senhor. Esses dias, eu fiquei meditando sobre a graça da conversão, que nos é dada . Hoje, eu vou falar sobre sete passos para a conversão:
1 - Onde acontece a minha conversão? Onde eu estou.
Aconteceu aquele problema, aquela surpresa, mas Deus estava e sempre estará com você em todos os momentos. O lugar da sua conversão é o lugar onde você está agora, porque a seu lado está o Senhor. Não importa o problema e a dificuldade pela qual você está passando com algumas pessoas. Nada disso pode atrapalhar a sua conversão. Esta se dá onde você está, aí neste lugar, neste problema, nesta situação. Não queria resolver situações pendentes, para só depois buscar se converter. Quem pensa assim, sempre arruma uma desculpa para deixar a sua conversão para depois.
Não queira fugir da sua realidade, pois é nela que Deus quer realizar uma obra em sua vida. O Senhor está na situação em que você se encontra. Ele está na sua realidade. Não despreze nada que possa ajudá-lo a se converter, nem a dor, nem pessoas, nem situações. Aproveite de tudo isso, pois não existe nada que não possa ser utilizado por Deus para sua conversão. Dessa forma, por causa dela [conversão], não fixe os olhos nas pessoas e nas situações. Para o seu bem, para que ela ocorra, não se fixe nas pessoas. Não olhe para elas, olhe “através” delas. Pois a meta é a conversão!
Não pergunte onde Deus está. Acredite e proclame que o Senhor está com você!
2 - Nossa conversão é a ação do Espírito Santo em nós.
O que devemos fazer é tornar nosso coração sensível às moções do Espírito. A missão d’Ele é nos santificar, mas nós temos o coração fechado para escutá-las [moções d’Ele]. Por isso, precisamos abrir o coração aos apelos d’Ele. É preciso ser obediente ao que Ele nos fala. É necessário entrar na “escola da sensibilidade e da obediência”.
3 - Aceite que um caminho de transformação é uma “porta estreita”.
“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição e numerosos são os que por aí entram. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram” (Mt 7, 13-14).
O mundo oferece caminhos e portas largas e tem feito a sociedade se acostumar com isso. Contudo, você precisa passar pela “porta estreita”, ela é o caminho que nos conduz à santidade. É necessário perceber “quem” ou “o que” é a “porta estreita da sua vida”, que faz com que você seja mais misericordioso, mais paciente, mais corajoso, entre outros. Mas muitos de nós queremos nos ver livres desse “caminho apertado” e dessa “porta estreita”. Jesus diz que poucos a encontrarão. E você? Já conheceu a sua?
4 - Quero realmente me converter? Quero realmente mudar de vida?
É preciso ter humildade para escutar o que pensam e o que falam de nós. Então, escute o que as pessoas têm a dizer sobre você e, diante de Nosso Senhor, pergunte: “O que há de verdade disso que estão dizendo sobre mim?” Pois, todos somos como um baú, que tem coisas boas e coisas ruins.
Quantas vezes, eu ouvi tantas coisas e voltei para casa chorando e, graças a Deus, chorei no colo da Eliana, minha esposa. Pessoas que me disseram, aqui, no pé da escada, que eu era autossuficiente, arrogante, etc. O que você escuta e o tira do sério é porque talvez possua um pouco de verdade. É tempo de mudança, e se você quiser mudar realmente, este é o tempo propício. Nosso Senhor espera de nós uma verdadeira conversão!
5 - Conversão é uma escolha que eu faço!
A sua conversão não é uma escolha de ninguém. É uma escolha muito pessoal. É você que quer mudar, que quer ser melhor, que quer ser de Deus. Portanto, a escolha é sua!
6 - O tempo da conversão é agora.
Nosso Senhor nos dá um tempo para a nossa conversão, e este tempo é agora. Neste momento, neste lugar. Aí onde você está, não existe outro lugar. Isso fundamenta o que eu lhe disse no começo da pregação: valer-se de tudo para a conversão.
7 - Converter-se pela oração. Retirar-se com Jesus.
Retire os olhos das pessoas, dos fatos. Você e eu precisamos aprender a ir mais para o “deserto” a fim de sermos transformados e abençoados. E assim nos converter com a oração e a meditação da Palavra de Deus.
Passe para outras pessoas esses sete passos. É tempo de conversão. Quem se converte, aproxima-se cada vez mais de Nosso Senhor Jesus Cristo. É preciso oferecer ao seu coração o que mais ele deseja e necessita: Nosso Senhor.
(Artigo extraído da pregação de março de 2007)
Ricardo Sá

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A ESCOLHA DO AMOR

Todos os dias fazemos escolhas em nossas vidas. Algumas escolhas são simples; outras, mais complexas. Escolhemos a roupa, o sapato, a alimentação, o trajeto. Escolhemos a escola, o trabalho, as prioridades. Como não é possível resolver todos os problemas de uma única vez, vamos escolhendo aqueles que precisam ser solucionados antes. Escolhemos no supermercado, na loja, a forma de pagamento. Algumas escolhas simples ficam complicadas quando complicamos a vida. Fazer um almoço se torna um calvário para quem está angustiado. Ter de escolher o que fazer e que agrade às outras pessoas da família parece um trabalho insano.
Escolher a escola dos fihos. Escolher a mudança de emprego. Aos poucos as escolhas vão exigindo mais reflexão e o resultado da escolha vai ficando mais sério. Uma coisa é escolher a comida errada no cardápio e decidir que não vai pedir mais aquele prato. Outra coisa é perceber que casou com a pessoa errada. A escolha do casamento tem de ser mais demorada do que a do produto de uma prateleira em um supermercado.
Como somos imperfeitos, a dúvida sempre fará parte de nossas escolhas. E é diante da dúvida que amadurecemos. Pessoas que têm certezas absolutas erram mais e sofrem mais com isso.
A dúvida nos torna mais humildes, mais abertos ao diálogo. Nesses momentos é que percebemos nossa maturidade frente aos obstáculos. Os mais concretos ou os mais abstratos.
Neste início de ano, uma modesta sugestão:
Diante das dúvidas que surgirem, escolha o amor.
Diante de sentimentos mesquinhos, como a inveja, o ciúme, a vingança; escolha o amor. Antes de falar, pense. Mas pense com amor.
Antes de agredir, lembre-se de que o tempo da cicatriz é mais demorado do que o tempo do comedimento.
Antes de usar a palavra como instrumento de maldizer, lembre-se de que o silêncio é o grande amigo e de que, na dúvida, o outro deve receber a sua compaixão.
Diante do comodismo, da alienação, escolha o amor em ação. Assim fizeram os apóstolos, mesmo sabendo que seriam incompreendidos; assim fez Francisco de Assis quando ousou chamar a todos de irmãos; ou Dom Bosco com os jovens que só se aquietavam quando se sentiam amados. Assim fez Madre Tereza de Calcutá que fazia a escolha do amor diante de cada próximo que dela precisasse. Diante da boa dúvida, é bom pedir ajuda.
Para os irmãos e para Deus, a essência do Amor. Os desafios são muitos. É por isso que sozinho fica difícil. Como diz a canção: “Eu pensei que podia viver por mim mesmo. Eu pensei que as coisas do mundo não iriam me derrubar”.
E a oração continua e, com ela, nossa certeza: “Tudo é do Pai. Toda honra e toda glória. É Dele a vitória alcançada em minha vida”.
Que sejamos responsáveis em nossas escolhas simples ou mais complexas. Mais uma vez, com amor, tudo fica mais fácil e mais bonito!
Um grande abraço!
Gabriel Chalita

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

QUEM EU QUERO SER EM 2010

Com o novo ano ressurge em nós o desejo de mudança. Queremos que tudo seja renovado em nossa vida. Geralmente, projetamos as mudanças a partir do exterior: novo visual, casa nova, carro novo, novos trabalhos, novos planos, nova disposição em recomeçar uma dieta alimentar, os exercícios físicos e a meditação da Bíblia, etc... Enfim, o novo ano que se inicia nos envolve pelo tempo propício para acolher o novo. Isso é muito bom! Mas, tudo seria ainda melhor se a transformação começasse pelo nosso interior.
Vamos refletir sobre o assunto?
Primeiramente, sugiro que você escreva em seu diário espiritual, ou em um caderno de anotações, esta pergunta: Quem eu quero ser em 2010?
Você foi criado para se tornar semelhante a Cristo. O maior objetivo do cristão é chegar à estatura da maturidade de Cristo. Deus quer que cada um de nós se torne santo, que assuma os valores, o caráter e as atitudes d'Ele. Deus é amor. Desde o início, o plano do Senhor é fazer o homem à imagem do Seu Filho, Jesus.
Quais destas características abaixo preciso desenvolver para ser capacitado a amar?
Humildade
Paciência
Gentileza
Bondade
Honestidade
Capacidade de Perdoar
Essas características são hábitos que, se você não aprendeu na infância, mesmo já adulto, é possível tornar-se uma pessoa capacitada para amar. Escreva as metas que você precisa atingir em 2010 para conseguir desenvolver as características que ainda lhe faltam para amar.
Exercite-se no dia a dia e no final do ano retomará os seus escritos e você sentirá a satisfação do resultado alcançado, do avanço nos relacionamentos em todas as áreas de sua vida.
O amor é decisão, é atitude amorosa que adotamos, mesmo quando não recebemos nada em troca. Entretanto, amor gera amor. Os primeiros cristãos chamaram a atenção dos judeus através de seus gestos de amor para com os irmãos: Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e os seus bens e dividiam-nos por todos, segundo a necessidade de cada um... partiam o pão nas casas... (cf. At 2, 44-47). E aqueles que observavam estas atitudes diziam: "Vejam como eles se amam!"
Que no final de 2010, as pessoas também possam dizer o mesmo de nós, percebendo que o amor fez a diferença em nossa própria vida e na de nossa comunidade.
Em 2010, quero ser uma pessoa capacitada para amar, lembrando que Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos.
Deus abençoe a nossa decisão de amar sempre!

Marina Adamo

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

III Congresso Vocacional do Brasil

Brasília, 07 de janeiro de 2010.
III Congresso Vocacional do Brasil – 26/10
Estimados animadores vocacionais,
Nossas comunidades, paróquias, dioceses e regionais estão celebrando o 3º Congresso Vocacional do Brasil com o tema “discípulos missionários a serviço das vocações”, e com o lema “Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações” (cf. Mt 28,19).
O 3º Congresso vocacional do Brasil em profunda sintonia com os 2 congressos anteriores quer resgatar e dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos ao longo dos anos na Igreja do Brasil em favor das vocações. A história do serviço às vocações no Brasil ganhou novo impulso com Dom Aloísio Lorscheider, que inspirado pelas mensagens do Papa por ocasião do domingo do Bom Pastor, propôs para sua diocese (Santo Ângelo, RS) que descem maior atenção às vocações. A experiência nascida em Santo Ângelo aos poucos foi ganhando adesão no Regional Sul 3 e posteriormente em todo o Brasil. Em 1983 celebrou-se no Brasil o primeiro ano vocacional, consolidando um novo trabalho em prol das vocações e abrindo um mês dedicado às vocações no calendário das atividades da Igreja no Brasil.
O ano de 2010 é ano de graça para todos nós, pois temos a oportunidade de celebrar o 3º Congresso Vocacional acolhendo as propostas da Conferência de Aparecida, que indubitavelmente é um grande marco na experiência vocacional, conclamando todos os batizados a assumirem sua vocação missionária inerente ao próprio batismo, afinal o “Batismo é fonte de todas as vocações”. Temos, ainda, a alegria de celebrá-lo em comunhão com o Ano Sacerdotal, convocado por Bento XVI para celebrar os 150 anos da páscoa de São João Maria Vianney. Durante o Ano Sacerdotal, muitas são as experiências apresentadas que sustenta a resposta generosa de inúmeros presbíteros da Igreja no Brasil, homens que compreenderam profundamente sua vocação e missão, e por essa razão, animaram e possibilitaram que muitos homens e mulheres também descobrissem sua vocação e missão na Igreja, como consagrados e pais de famílias colaborando em diversas atividades eclesiais.
O Papa Bento XVI em sua mensagem para o domingo do Pastor deste ano nos convida a refletir que o “testemunho suscita vocações”. Assim, somos comprometidos com o evangelho, que é convocação, a darmos testemunho, pois todos têm o direito de conhecer a Cristo, por meio do testemunho, de amá-lo e de segui-lo, ao sentirem que aqueles que com ele se encontraram e ouviram seu apelo, fizeram a opção de unir-se a ele, dando maior sentido à própria vida. O grande desafio vocacional é sempre o de fazer opções. Grande parte da humanidade vive entre inúmeras oportunidades e não tem coragem de fazer opções. Bento XVI ao se dirigir aos jovens em Sidney, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, convocava os jovens a terem coragem de fazer opções, lembrando que o jovem que não faz opção permanece uma criança. E dentre as inúmeras possibilidades, salientava que o jovem não deve ter medo de optar por um seguimento mais radical a Cristo por meio dos Ministérios Ordenados e da Vida Consagrada.
Peçamos ao Senhor da Messe que continue suscitando muitas vocações em nossas comunidades, a fim de que, homens e mulheres, crianças, jovens e adultos, sejamos discípulos missionários a serviço das vocações, e que o 3º Congresso Vocacional do Brasil, seja para todos nós ocasião para acolhermos o mandato de Jesus de “fazer discípulos entre todas as nações”, pois o testemunho suscita vocações.
Na alegria do 3º Congresso Vocacional do Brasil,
Pe. Reginaldo de Lima
Assessor da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

ESPERAR O TEMPO DE DEUS

As notícias chegam para nós de maneira muito rápida. É tudo muito rápido e por causa disso, muitas vezes, queremos que as coisas de Deus sejam da mesma forma: rápidas. Pedimos ao Senhor uma resposta e já a queremos agora. Às vezes, as pessoas que moram na roça sabem esperar mais, mas os habitantes da “cidade grande” são agitados, correm o dia inteiro.
Por causa da velocidade com que as coisas acontecem, vivemos um grande conflito com o Senhor. É aí que entra o tentador, dizendo, "Deus não te ouve"... Entramos em um grande descrédito de Deus, pois queremos a resposta de imediato. Com isso, pode acontecer de um dia qualquer você ver em algum poste um cartaz que prometa resolver seus problemas de imediato.
Veja no Salmo 24,3: "Nenhum daqueles que esperam em vós será confundido". Talvez você esteja confuso, achando que Deus não o escuta. Saiba, Deus não se confunde. Se Ele se confundisse, não seria Deus. "No Senhor eu espero sempre". Sabemos em quem colocamos a nossa confiança! Eu não vou desanimar. “O que espera em Deus possuirá a Terra” (Sl 36,9).
Como ser humano, o que você está esperando em Deus? O seu filho? Seu marido ou esposa? Um emprego? A cura de alguma doença? Deus lhe diz: “Os que esperam no Senhor terão emprego, serão perdoados, curados”. Há pessoas que acham que, porque pecaram, não serão perdoadas, mas isso não é verdade, o nosso Deus é um Deus de perdão, de misericórdia.
Hoje, a depressão se tornou o mal do século, porque as pessoas não esperam mais no Senhor. Elas esperam apenas por um tempo, mas como não conseguem o que querem de imediato, acabam entrando numa tristeza profunda e "caindo" em depressão. Eu fico admirado com o livro do Apocalipse, que diz assim: "Apesar de tudo o Senhor reina, apesar de tudo, Ele já venceu, apesar de tudo a vitória de Jesus é certa".
Existem muitas pessoas gritando que não aguentam mais; é assim quando perdemos a esperança em Deus. Não é fácil, mas é algo que precisamos treinar: "Deus está cuidando de nós, eu sei em quem coloquei a minha confiança". Saiba aguardar n'Aquele que tem o domínio e o poder sobre todas as coisas.
Davi estava sendo perseguido por Saul, então ele disse: "Para os montes levanto os olhos, de onde me virá socorro?" Respirando fundo Davi disse "o meu socorro virá do Senhor, criador do céu e da terra" (Sl 90).
O Senhor não está “dormindo” na situação em que você vive, Ele é Seu guarda e está sempre ao seu lado! O livro dos Salmos diz: “...a sua indignação dura apenas um momento, enquanto sua benevolência é para toda a vida. Pela tarde, vem o pranto, mas, de manhã, volta à alegria” (Sl 29).
Talvez, hoje, você viva o pranto, o sofrimento. Talvez nada tenha dado certo em sua vida, mas o Senhor lhe diz: "Tenha esperança!".
Aqueles que esperam em Deus passam pelo sofrimento, pela dor. Eles passam pelo pranto à tarde, mas esperam a alegria ao amanhecer. Não é brincadeira. Quantas pessoas que esperaram em Deus e hoje colhem a vitória? A cada dia o Senhor manifesta o Seu amor por nós. O sol vem; Ele nunca deixará de vir!
Saiba esperar n'Aquele que é o Seu Senhor. Aguarde, Ele está sentado no trono!
Espere no Senhor e tenha coragem!
Pe. José Augusto