terça-feira, 29 de setembro de 2009

PAPA APONTA SOLUÇÃO PARA PROBLEMAS NO MATRIMÔNIO

''A Igreja não pode ficar indiferente diante da separação dos cônjuges e do divórcio, pois os filhos precisam de referências precisas e concretas''
"É firme a convicção da Igreja que os problemas atuais, que encontram os casais e debilitam a sua união, têm a sua verdadeira solução num regresso à solidez da família cristã, lugar de confiança mútua, de dom recíproco, de respeito da liberdade e de educação para a vida social". Esta foi a afirmação do Papa Bento XVI, nesta manhã, 25, em discurso aos Bispos brasileiros dos regionais Nordeste 1 e 4 da CNBB. Os líderes católicos estão em Roma, cumprindo visita "ad Limina", encontro obrigatório dos bispos com o Papa, a cada cinco anos.
Bento XVI centrou o discurso na família e fez um alerta aos Bispos quanto às "forças" e "vozes" que na sociedade atual "parecem apostadas em demolir o berço natural da vida humana". O Papa recordou que, durante a visita, os Bispos falaram repetidamente sobre situações de assédio à família, mas disse que é confortante perceber que, apesar de todas as influências negativas, o povo nordestino continua aberto ao "Evangelho da Vida".
No momento em que tramita no Congresso Nacional um projeto de lei sobre o divórcio instantâneo, o tema da separação conjugal chamou a atenção do papa. "A Igreja não pode ficar indiferente diante da separação dos cônjuges e do divórcio, diante da ruína dos lares e das conseqüências criadas pelo divórcio nos filhos".
Para Bento XVI os filhos precisam de pais determinados e convictos do papel educador. "É este princípio que a prática do divórcio está minando e comprometendo com a chamada família alargada e móvel, que multiplica os 'pais' e as 'mães' e faz com que hoje a maioria dos que se sentem 'órfãos' não sejam filhos sem pais, mas filhos que os têm em excesso".
O Papa pediu aos padres que acompanhem as famílias para que elas "não sejam iludidas e seduzidas por certos estilos de vida relativistas, que as produções cinematográficas e televisivas e outros meios de informação promovem".
Ao final do discurso, Bento XVI indicou 3 passos de ajuda às famílias. "A oração, pedra angular de todo lar fiel à sua própria identidade e missão; a laboriosidade, eixo de todo matrimônio maduro e responsável; o silêncio, cimento de toda a atividade livre e eficaz".

domingo, 27 de setembro de 2009

QUEM PODE SALVAR O HOMEN SENÃO DEUS?

“O homem tem necessidade de ser libertado das opressões materiais e, mais profundamente, dos males que afligem o espírito. E quem pode salvá-lo senão Deus, que é Amor e revelou o seu rosto de Pai onipotente e misericordioso em Jesus Cristo?”.
Essa foi a reflexão do Papa Bento XVI neste domingo, 27, na Santa Missa celebrada no Aeroporto Tuřany, em Brno, a segunda cidade mais importante da República Tcheca. O Santo Padre deslocou-se à cidade logo cedo (8h45 local) para encontrar os fiéis e peregrinos, cerca de 120 mil, e com eles celebrar a Missa e, em seguida, a oração do Ângelus.
Em sua homilia, o Papa falou sobre a esperança, partindo das palavras de Jesus, escritas em grandes letras no pórtico da Catedral de Brno: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. O Pontífice disse ter acolhido a sugestão do bispo local para falar sobre a esperança, pensando não só no povo deste país, mas também na Europa e em toda a humanidade, “que tem sede de algo sobre que o apoiar solidamente o próprio futuro”. “A experiência da história mostra a que absurdos chega o homem quando exclui Deus do horizonte das suas opções e ações. E mostra também que não é fácil construir uma sociedade inspirada nos valores do bem, da justiça e da fraternidade, porque o ser humano é livre e a sua liberdade permanece frágil. A liberdade tem que ser constantemente reconquistada. Trata-se de uma tarefa que toca a todas as gerações”, apontou Bento XVI.
Detendo-se sobre a realidade do mundo contemporâneo, o Papa destacou: “O vosso país, como outras nações, está vivendo uma condição cultural que muitas vezes constitui um radical desafio para a fé e portanto também para a esperança. De fato, na época moderna, tanto a fé como a esperança foram como que acantonadas, relegadas para o plano privado e ultra-terreno, ao passo que na vida concreta e pública se afirmou a confiança no progresso científico e econômico”. Mas o fundamento da fé e da esperança, sublinhou Bento XVI, permanece sempre e só o Amor de Deus revelado e comunicado em Jesus Cristo: “O homem tem necessidade de ser libertado das opressões materiais e, mais profundamente, dos males que afligem o espírito. E quem pode salvá-lo se não Deus, que é Amor e revelou o seu rosto de Pai onipotente e misericordioso em Jesus Cristo? A nossa firme esperança é portanto Cristo: n’Ele Deus nos amou até ao extremo e nos deu a vida em abundância, aquela vida que cada pessoa, por vezes até mesmo inconscientemente, aspira a possuir”.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

OUTONOS E PRIMAVERAS...

Primavera é tempo de ressurreição. A vida cumpre o ofício de florescer ao seu tempo. O que hoje está revestido de cores precisou passar pelo silêncio das sombras. A vida não é por acaso. Ela é fruto do processo que a encaminha sem pressa e sem atropelos a um destino que não finda, porque é ciclo que a faz continuar em insondáveis movimentos de vida e morte. O florido sobre a terra não é acontecimento sem precedências. Antes da flor, a morte da semente, o suspiro dissonante de quem se desprende do que é para ser revestido de outras grandezas. O que hoje vejo e reconheço belo é apenas uma parte do processo. O que eu não pude ver é o que sustenta a beleza.
A arte de morrer em silêncio é atributo que pertence às sementes. A dureza do chão não permite que os nossos olhos alcancem o acontecimento. Antes de ser flor, a primavera é chão escuro de sombras, vida se entregando ao dialético movimento de uma morte anunciada, cumprida em partes.
A primavera só pode ser o que é porque o outono a embalou em seus braços. Outono é o tempo em que as sementes deitam sobre a terra seus destinos de fecundidade. É o tempo em que à morte se entregam, esperançosas de ressurreição. Outono é a maternidade das floradas, dos cantos das cigarras e dos assovios dos ventos. Outono é a preparação das aquarelas, dos trabalhos silenciosos que não causam alardes, mas, que, mais tarde, serão fundamentais para o sustento da beleza que há de vir.
São as estações do tempo. São as estações da vida.
Há em nossos dias uma infinidade de cenas que podemos reconhecer a partir da mística dos outonos e das primaveras. Também nós cumprimos em nossa carne humana os mesmos destinos. Destino de morrer em pequenas partes, mediante sacrifícios que nos fazem abraçar o silêncio das sombras...
Destino de florescer costurados em cores, alçados por alegrias que nos caem do céu, quando menos esperadas, anunciando que, depois de outonos, a vida sempre nos reserva primaveras...
Floresçamos.

Padre Fábio de Melo

domingo, 20 de setembro de 2009

NÃO BASTA ESCOLHER

Denúncias, investigações, excessos de discursos e bate-bocas; abertura de Comissões Parlamentares de Inquérito, as CPI’s, e seus legisladores inquisidores de depoentes convidados, sabatinadores de réus. São alguns dos ingredientes que fazem o nauseante cardápio da mídia nacional, que imprime uma avalanche de notícias “nervosas” sobre todos os envolvidos, o que só faz acentuar – equivocadamente – a convicção de cada cidadão acerca de suas verdades, especialmente quando se trata de política.
A pouco mais de um ano para as eleições presidenciais, em que o povo terá, novamente, a oportunidade de escolher, além do presidente, governadores, senadores e deputados, o horizonte político está cinzento, apesar de alguns avanços positivos na detecção de irregularidades, e o tempo em Brasília nublado com as inúmeras delações e acusações entre os “atores”, que se projetam negativamente na superfície midiática, o que é profunda e tristemente lamentável.
Com tudo isso acontecendo, precisamos questionar o papel da imprensa neste processo, observando como os meios de comunicação noticiam tais temas.
Estamos mesmo bem informados acerca dos fatos e das ocorrências no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto?
Como cidadãos, por que muitos se acomodaram? Será omissão ou conivência?
Obviamente, sem a efetiva participação dos indivíduos e a necessária perseverança na busca pela verdade dos acontecimentos e a exigência – de nossa parte – com “o bom uso do dinheiro público” não há conquistas nem direitos!
Por que muitos afirmam que, infelizmente, as coisas são assim mesmo e, à menor dificuldade, não agem para transformar o mundo à sua volta?
Sob inúmeros escândalos, vergonhosamente proporcionados por aqueles em quem confiamos o voto para nos representar, a população brasileira se vê, de novo, às margens da verdade sobre as decisões políticas que ocorrem nos bastidores do Planalto, do parlamento na capital federal e em muitos palácios estaduais.
Em 2010, teremos de escolher candidatos para ocupar cargos que exigem preparo, bem como a perspicácia dos eleitores, sobretudo, queremos retidão de caráter daqueles que se propõem a ocupar um lugar no Executivo ou Legislativo. As eleições do próximo ano serão um duro teste que teremos (outra vez!) de enfrentar com coragem, sem desanimar!
O pensador Reitor Inge nos ensina que “fazer o que está certo não é o problema; o problema é saber o que está certo”. Definir exatamente o que é certo e errado nos dias atuais, em que a contradição humana torna-se cada vez mais evidente, é árdua e complexa tarefa destinada a nós, até mesmo para os especialistas. Entretanto, necessitamos repensar nossa vida, nossa realidade, para imprimirmos a ousadia e a audácia a fim de buscar as transformações que a sociedade almeja.
Durante toda a vida percorremos caminhos sinuosos e buscamos com todas as forças acertar nas nossas escolhas, visto que é preciso decidir para seguir e enfrentar os desafios que a caminhada nos oferece. Todavia, é preciso agir positivamente, a fim de promovermos transformações na estrutura sociopolítico-econômica em favor da solidez da democracia e o consequente resgate da eticidade e da moralidade no parlamento.
E não nos esqueçamos de cobrar a reforma política – sobre a qual tanto se comenta e nada foi feito –, que certamente vai oxigenar a mentalidade de nosso povo para a construção de uma nova realidade.
Que este tempo de tantas incertezas nos inspire vigorosamente a uma busca incansável pela edificação de uma política possível e viável, isto é, a um exercício pela equidade na política em que a prevalência ético-moral se manifeste positivamente nas pessoas, nos cidadãos de bem, para que as árvores não deixem secar suas folhas e as flores no futuro não murchem nem apodreçam.
E não citar Santo Agostinho quando afirma que “o dom da fala foi concedido aos homens não para que eles enganassem uns aos outros, mas sim para que expressassem seus pensamentos uns aos outros” seria omitir o bom exemplo de quem optou pela verdade e a quem todas as pessoas – especialmente aqueles revestidos de poder e autoridade – deveriam imitar.
Não basta escolher, é preciso exercer a cidadania em plenitude, participando com disposição para restaurar a consciência, quebrar a rigidez mental que alimenta o pessimismo, para exigir a ética na política e, consequentemente, em todos os demais segmentos institucionais.

Reinaldo Cesar

http://blog.cancaonova.com/jornalistareinaldo

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

DACÁLAGO PARA LER A BÍBLIA COM PROVEITO

Por Dom Mario de Gasperín Gasperín, bispo de Querétaro.
Por ocasião do mês da Bíblia, o bispo de Querétaro, Dom Mario de Gasperín Gasperín, biblista reconhecido, escreveu um "Decálogo para ler a Bíblia com proveito", que compartilhamos a seguir, por considerá-lo de interesse geral.
Decálogo para ler a Bíblia com proveito
1. Nunca achar que somos os primeiros que leram a Santa Escritura. Muitos, muitíssimos, através dos séculos, a leram, meditaram, viveram e transmitiram. Os melhores intérpretes da Bíblia são os santos.
2. A Escritura é o livro da comunidade eclesial. Nossa leitura, ainda que seja em solidão, jamais poderá ser solitária. Para lê-la com proveito, é preciso inserir-se na grande corrente eclesial que é conduzida e guiada pelo Espírito Santo.
3. A Bíblia é "Alguém". Por isso, é lida e celebrada ao mesmo tempo. A melhor leitura da Bíblia é a que se faz na Liturgia.
4. O centro da Sagrada Escritura é Cristo; por isso, tudo deve ser lido sob o olhar de Cristo e buscando n'Ele seu cumprimento. Cristo é a chave interpretativa da Sagrada Escritura.
5. Nunca esquecer de que na Bíblia encontramos fatos e frases, obras e palavras intimamente unidos uns aos outros; as palavras anunciam e iluminam os fatos, e os fatos realizam e confirmam as palavras.
6. Uma maneira prática e proveitosa de ler a Escritura é começar com os Santos Evangelhos, continuar com os Atos dos Apóstolos e Cartas e ir misturando com algum livro do Antigo Testamento: Gênesis, Êxodo, Juízes, Samuel etc. Não querer ler o livro do Levítico de uma só vez, por exemplo. Os Salmos devem ser o livro de oração dos grupos bíblicos. Os profetas são a "alma" do Antigo Testamento: é preciso dedicar-lhes um estudo especial.
7. A Bíblia é conquistada como a cidade de Jericó: "dando voltas". Por isso, é bom ler os lugares paralelos. É um método interessante e muito proveitoso. Um texto esclarece o outro, segundo o que diz Santo Agostinho: "O Antigo Testamento fica patente no Novo e o Novo está latente no Antigo".
8. A Bíblia deve ser lida e meditada com o mesmo espírito com que foi escrita. O Espírito Santo é o seu principal autor e intérprete. É preciso invocá-lo sempre antes de começar a lê-la e, no final, agradecer-lhe.
9. A Santa Bíblia nunca deve ser utilizada para criticar e condenar os demais.
10. Todo texto bíblico tem um contexto histórico em que se originou e um contexto literário em que foi escrito. Um texto bíblico, fora do sue contexto histórico e literário, é um pretexto para manipular a Palavra de Deus. Isso é tomar o nome de Deus em vão.
+ Mario de Gasperín Gasperín
Bispo de Querétaro

NÃO SÓ DE PÃO VIVE O HOMEN

“Não só de pão vive o homem, mas de toda Palavra que procede da boca de Deus” (Mateus 4,4).
Setembro é o mês que a Igreja dedica à Palavra de Deus, mas isso não quer dizer que ela não dedique os outros onze meses. É que, em setembro, a Igreja faz um grande mutirão para lembrar aos católicos a importância da Palavra de Deus, cujos ensinamentos estão expressos na Bíblia
A Igreja Católica escolheu este mês porque nele se comemora o “dies natalis”, a festa de São Jerônimo, “doutor máximo” no ensino das Santas Letras. Na verdade, no século IV, quando a Igreja saia das catacumbas e se multiplicavam os fiéis, a pregação do Evangelho também precisava se multiplicar. São Jerônimo, então, tomou para si a obra imensa de traduzir dos originais escritos nas línguas hebraica, aramaica e grega, para o latim (linguagem popular de então), os Livros que contavam a misericórdia de Deus com a humanidade. A partir daí, para o povo inculto, vindo da barbárie que invadira o Império Romano, a mesma Revelação se traduzia nas esculturas e pinturas das catedrais, que ilustravam para o povo a Palavra e a História da Salvação pregadas nos púlpitos e nas praças. Não havia ainda a imprensa nem mesmo o papel.
Não era fácil a multiplicação dos escritos. Mas, na liturgia e na missão “perseverava a Igreja na doutrina dos Apóstolos, na fração do pão e nas orações”(Cf. At 2,42), como no princípio, no tempo apostólico.
A Bíblia é o Livro dos livros, é a obra mais conhecida em todo o planeta. Ela também conta com o maior número de traduções dentre todas as obras existentes e está presente no maior número de nações. No entanto, nem sempre nos relacionamos com ela do jeito mais ideal.

LEia este texto na íntegra...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

EU ESTOU BUSCANDO A VONTADE DE DEUS OU A MINHA

Nestes dias, sonhei com um barco em alto-mar, nele estavam dois homens, um remando com dificuldade e o outro contemplando-o pacificamente sentado ao seu lado. Era um cenário bonito, um mar azul iluminado pelos primeiros raios de sol... Mas fiquei incomodada ao ver um homem fazendo tanto esforço ao remar sozinho e o outro tão descansado ao seu lado. Foi quando Deus me fez compreender que o mesmo acontece muitas vezes conosco. O mar é a liberdade que Ele nos concede por nos amar; o barco é nossa vida e o homem tentando remar, mesmo sem saber, somos nós que queremos conduzir nossa vida com as próprias mãos e o homem sereno, que estava no barco, a contemplar o esforço do companheiro, é o Senhor, que está sempre conosco, mas respeita a nossa liberdade e espera o momento em que Lhe pedimos ajuda.
Ainda no sonho, em certo momento, aquele homem, já cansado de tentar remar, entregava os remos ao companheiro e este, com muita destreza, remava conduzindo o barco na rota certa. Era como ouvir Deus falar: “Dijanira, é isso que você precisa fazer hoje. Entregue os remos da sua vida em minhas mãos, pois Eu sei remar, Eu estou aqui ao seu lado pronto para ajudar você. Se continuar insistindo em remar sozinha, vai se cansar e não chegará aonde deseja. Deixe-Me conduzir seu barco, deixe-Me remar por você. Confie em mim!”
Partilho com você essa experiência, porque acredito que hoje seja importante falar sobre docilidade e confiança. Não dá para dizer “Tenho fé” se não confio em Deus; e confiar exige atitude. Talvez você me diga: “Eu já fui tão decepcionado! Como posso confiar de novo?” Isso é possível, com a Graça de Deus! As pessoas nos decepcionam, e é natural que seja assim. Ninguém é perfeito neste mundo e, um dia ou outro, alguém acaba agindo da maneira que nós não esperávamos, ou seja, nos decepciona. E a atitude de confiar na graça, que pode agir por intermédio daquela pessoa, nos impulsiona a continuar acreditando.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O PRIMEIRO EVANGELIZADOR DA SUA CASA É VOCÊ

Na Igreja há lugar para todos, mas, na evangelização, vocês leigos podem ir aonde os bispos e nós padres não podemos; em primeiro lugar, na sua família, você é o primeiro apóstolo dela; você pai, mãe, filho. Existem muitos filhos que ainda precisam ser "colhidos" pelo Senhor. Você é o apóstolo da sua casa, você é o evangelizador. Dizemos que "santo de casa não faz milagres", mas a grande arma não está na boca, em você ficar falando com a pessoa, mas a grande arma está nos joelhos: reze, reze, reze! Chegue até a cama de seu filho quando ele estiver dormindo e reze por ele. Queira realmente que seu filho seja resgatado pelo Senhor, queira e não desanime; busque todas as ocasiões. Facilite para que ele se encontre com outros jovens em tantos movimentos que o Senhor tem suscitado na Igreja d’Ele. Você verá o efeito que isso fará. É preciso que você queira a salvação de seus filhos. Quantos filhos e quantas filhas precisam resgatar o pai e a mãe também. Infelizmente, há muitos pais que na nossa cultura são “durões” e não vão à igreja, e precisam ser resgatados pelo Senhor; eles não podem se perder, e é claro que você não quer que eles se percam. E não basta que eles sejam “bonzinhos”, eles precisam voltar a Deus, aos sacramentos. Se nós rezarmos ao Senhor pelos nossos pais e avós, o Senhor buscará o momento para salvá-los, nem que seja o último dia.
Deus o abençoe!
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

GUARDAR O SILÊNCIO

Lembro-me de que, quando seminarista, tinha a língua solta, não encontrava em mim forças para guardar segredos e frequentemente, mesmo não querendo, acabava revelando coisas que pessoas haviam confiado a mim. Estava no terceiro ano de Filosofia quando um dia – sinto que foi o Espírito Santo – me senti tocado de uma forma particular, de modo que um pensamento muito forte surgiu dentro de mim: “Eu preciso aprender a dominar a minha língua, pois se eu não for capaz de guardar segredo, quem é que vai ter a coragem de confiar em mim? Nem eu terei coragem de me confessar comigo mesmo”.
E comecei a me exercitar no controle da minha língua. Graças a Deus, a luta continua, mas a vitória que Deus tem me concedido nessa área tem sido abundante. São Tiago 3 comenta: “Todos nós tropeçamos em muitas coisas. Aquele que não peca no uso da língua é um homem perfeito, capaz de refrear também o corpo todo. Ora, também a língua é um fogo! É o universo da malícia! Está entre os nossos membros contaminando o corpo todo e pondo em chamas a roda da vida, sendo ela mesma inflamada pelo inferno! Da mesma boca saem bênção e maldição! Ora, meus irmãos, não convém que seja assim”.
Buscar o domínio da língua pelo silêncio é algo necessário. Santa Faustina nos exorta em muitas passagens do Diário a empreendermos esta luta: Diário 92: “Nos momentos em que muito sofro procuro calar-me, porquanto não confio na língua que, em tais momentos, tem a tendência de falar de si mesma, e ela deve me servir para glorificar a Deus por tantos bens e dons que ele me concedeu.Quando recebo a Jesus na Santa Comunhão, peço-lhe com fervor que se digne curar a minha língua incessantemente glorifique a Deus. Grandes são os erros cometidos pela língua. A pessoa não atingirá a santidade se não tomar cuidado com a sua língua”.
Diário 118: “A língua é um membro pequeno, mas realiza grandes coisas. A religiosa que não sabe calar-se nunca atingirá a santidade, ou seja, jamais será santa. Que não se iluda – a não ser que através dela esteja falando o Espírito de Deus; neste caso, não é permitido calar-se. Mas, para ouvir a voz de Deus, é preciso ter o silêncio na alma, isto é, com o recolhimento em Deus. Pode-se falar muito e não interromper o silêncio, e ao contrário pode-se falar pouco e sempre romper o silêncio. Oh! Que dano irreparável implica a inobservância do silêncio! Faz-se um grande mal ao próximo, porém ainda maior à própria alma”.
Diário 171: “Luta para guardar silêncio. Como normalmente ocorre, para o retiro vêm Irmãs de diversas casas. Uma das Irmãs, que não tinha visto há muito tempo, veio à cela e disse-me que tinha algo para me dizer. Nada lhe respondi, e ela percebeu que eu não queria interromper o silêncio. E ela comentou: “Não sabia que a Irmã é tão esquisita,” e saiu. Percebi que essa pessoa não tinha nada a tratar comigo, além de satisfazer a curiosidade egoísta. Ó Deus, ajudai-me a me manter fiel”.
Pedir ao Senhor e lutar para guardar silêncio é algo que devemos fazer.
Pe. Antônio Aguiar

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

BÍBLIA - TESTAMENTO DE AMOR

Nela, vamos encontrar os desejos e as intenções de Deus para conosco "Não só de pão vive o homem, mas de toda Palavra que procede da boca de Deus" (Mateus 4,4). A "Bíblia é o Livro dos livros. É a obra mais conhecida em todo o planeta. Também conta com o maior número de traduções dentre todas as obras existentes e está presente no maior número de nações. No entanto, nem sempre nos relacionamos com ela do jeito mais ideal. Estamos no início do mês de setembro, o conhecido e celebrado Mês da Bíblia. É mais uma oportunidade para examinarmos nossa vida e vermos qual é o valor que estamos dando a este livro tão especial e tão importante para todos os que seguem a Jesus, como Caminho, Verdade e Vida.
Bíblia: Testamento de amor! Este livro é um verdadeiro testamento. E o que é um testamento? É uma carta na qual se colocam as coisas mais íntimas, mais sinceras e mais profundas. É onde se fala com o coração e são relatados os "últimos" desejos de alguém. É onde o pai "divide" os bens entre os filhos e amigos. É o meio pelo qual nós fazemos pedidos e recomendações. A Bíblia é o Testamento de Amor, a Carta de Amor que Deus Pai deixou para toda a humanidade. É nela que nós vamos encontrar os desejos e as intenções de Deus para conosco. É nela que podemos encontrar as recomendações e os tesouros que Deus tem para nos oferecer. Se nós não abrirmos a ela e não lermos esta "Carta de Amor", não ficaremos sabendo da amizade íntima que Deus quer ter conosco "desde o nascer ao pôr-do-sol". Pedindo sempre a luz do Espírito Santo e vencendo toda e qualquer preguiça, busquemos ler com fé o Livro Sagrado. E a cada letra, a cada palavra, vamos perceber e ouvir a Voz de Deus que fala ao nosso coração. Nenhuma pessoa consegue sobreviver sem "arroz e feijão", ou seja, sem alimento. Da mesma forma que nenhum seguidor do Senhor consegue viver sem o Alimento da Palavra. Quanto mais intimidade tivermos com ela, tanto mais intimidade teremos com o próprio Senhor. E aí veremos as graças acontecerem como verdadeiros rios de Água Viva, porque a Bíblia é o grande, único e verdadeiro Testamento de Amor.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

OPTAR POR CRISTO

Diariamente somos “experimentados” em nossa liberdade de escolha. Ao mesmo tempo, somos convidados a fazer o mal e solicitados a praticar o bem; assim como a seguir os critérios do mundo e a não nos conformar com ele, mas a transformar-nos renovando a nossa maneira de pensar e julgar, buscando o que é da vontade de Deus (cf. Romanos 12, 1-2).
Quem de nós não foi tentado a “olhar para trás” (cf. Lucas 9, 62) depois de ter prometido amor e fidelidade a Deus, ao cônjuge, ao amigo? Aliás, falar de “fidelidade” em nossos dias tornou-se algo complicado e problemático...
Ontem, como hoje, Jesus é “sinal de contradição”. Segui-Lo, comprometer-se com Ele, com o Seu projeto, com a causa do Reino que Ele veio implantar, não é para quem costuma ficar “em cima do muro”. A opção por Ele deve ser definitiva e incondicional. Não há lugar para o descomprometimento. Escolher um caminho é preciso. É necessário tomar uma posição concreta e transparente: servir a Cristo ou aos variados ídolos que o mundo apresenta e segue. Não se pode ficar indiferente. “Se vos desagrada servir o Senhor, escolhei hoje quem quereis servir” (Josué 24, 15). Não há outra opção nem uma terceira via. Continuar com Cristo ou ir embora. Há “Caminho” melhor do que optar por Cristo?
É possível cansar-me de ser bom e fiel, de praticar o bem, de me comprometer com a verdade, a justiça, a caridade, o amor? É possível fartar-me da Eucaristia dominical, da frequência dos sacramentos, da leitura e meditação da Palavra de Deus? E o que fazer quando a fidelidade conjugal e familiar começar a pesar, a descrença me assediar e o Evangelho a ser palavra dura?
Murmurando, “muitos discípulos o abandonaram e não mais andavam com Ele [Jesus Cristo]” (João 6, 66), porque a Sua palavra era “insuportável” aos ouvidos e incompreensível à razão humana.
“Também vós quereis ir embora”? (João 6, 67).
No seguimento de Jesus só se aceitam voluntários e incondicionais. Os milhares de pessoas na multiplicação dos pães ficaram reduzidos ao pequeno grupo dos amigos mais íntimos de Cristo. Para receber regalias e benefícios pessoais jamais faltarão multidões entusiastas. Ao contrário disso, os verdadeiros discípulos de Jesus são sempre minoria.
Quando as exigências da fé crescem, a debandada é geral. A maioria entende mais de pão do que de discipulado. Quando tudo corre bem, a adesão a Cristo fica mais convidativa. Mas a fé não pode ser confundida com seguro de vida ou convênio de saúde. Ela traz em si exigências que inquietam e levam à “desinstalação”.
“A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna” (João 6, 68). Cristo apresenta-se como opção única e absoluta. Não há outro messias a escolher, não há outro caminho a seguir.
Todos temos dificuldade para assimilar as palavras de Jesus em nossa vida. Justamente porque pensavam em categorias “carnais”, muitos ouvintes de Jesus não podiam aceitar um Messias que viesse numa “carne” humana, isto é, humilde, manso, servo, alheio ao sonho de grandeza, fato próprio de quem se deixa seduzir pelo mundo materialista e pagão. A “carne” de Jesus não combina muito com a nossa sede de sucesso, com o incômodo da partilha, com a entrega da nossa “carne” para a vida do mundo. Confundimos a “glória” de Cristo com “espetáculos religiosos”. Viramos o rosto para Sua imagem desfigurada na pessoa de mendigos, de drogados, de bandidos e sofredores de rua. Essa é uma “carne” que nos incomoda e seria melhor passarmos longe dela, mesmo sabendo que as pessoas sofridas podem ser, também, alimento para a nossa caminhada e certeza da posse do Reino que o Pai preparou para os seus “benditos” (cf. Mateus 25, 33. 34).
Tudo passará. Inexoravelmente. Só Cristo permanece como única esperança para o ser humano sedento de valores perenes. Só a Sua Palavra é mais resistente do que o tempo, capaz de assegurar a vida eterna.
Enquanto perdurar nossa peregrinação na fé e na esperança rumo à eternidade, cabe a nós a decisão da escolha entre o Bem e o Mal, entre Deus e outros ídolos. Na vida de todo ser humano chegará o momento da escolha definitiva. A minha opção, a minha única opção é por Cristo. Só Ele tem palavras de vida eterna.
Dom Nelson Westrupp
Bispo da diocese de Santo André (SP)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

IDOSO, QUANDO TUDO PARECE CONSPIRAR

Todos têm algo para oferecer, independentemente da idade. As crianças, ainda que não cooperem com sua força física, contribuem com a alegria em uma casa. E com o passar dos dias, os nossos pequenos irão fazer novas descobertas, adquirindo uma nova percepção a respeito do mundo. Após alguns anos, eles passarão pela puberdade, entrarão na vida adulta e, pouco a pouco, a presença deles se tornará mais participativa na sociedade.
No ciclo da vida, como todas as coisas, aquelas crianças, que um dia encantaram a família com sua destreza, também vão adentrar na terceira fase da vida e já não chamarão mais a atenção como antes. Por terem se tornado pessoas “velhas”, nem o conhecimento absorvido ao longo dos anos as tirará do “exílio” social.
Vivemos numa sociedade utilitarista, na qual aquele que não produz parece não ter direito de participação. E, assim, a importância da pessoa mais vivida, experiente, para a sociedade, começa a se inverter. Dessa forma, por conta de mais um aniversário, o censo transfere alguém, que antes pertencia ao quadro das estatísticas dos indivíduos economicamente ativos, para o quadro da população improdutiva.
A parcela mais insensata da sociedade acredita que a presença dos idosos em lugares públicos esteja “roubando” a vez de alguém que tem uma agenda repleta de compromissos; a lentidão dos seus passos, mesmo que eles [os idosos] tentem caminhar um pouco mais rápido, também lhes parece obstruir a passagem nas calçadas. Essas pessoas, ao depararem com a debilidade de nossos velhos, realizando uma atividade simples, como a de atravessar a rua, os condenam à morte social.
Por mais importante que seja o que eles têm a falar, poucos se detêm para ouvi-los. Pois, invariavelmente, em meio à conversa, a memória, já não tão eficaz, faz com que repitam o mesmo assunto várias vezes ou se percam em meio ao raciocínio… Tudo parece conspirar contra aqueles que já viveram mais da metade dos anos de seu ciclo de vida. O peso dos anos coopera para que seus olhos já não enxerguem tão bem, mesmo com a ajuda de óculos e as doenças já não são curadas com a mesma rapidez com que aparecem… Como se tudo isso não fosse o suficiente, qualquer coisa que façam parece estar errado diante do mundo.
Sabemos que, como consequência natural do tempo, o envelhecimento faz com que todas as pessoas sofram com a deterioração da saúde. Todavia, não precisamos retirar ou diminuir a dignidade daqueles que abriram e facilitaram o nosso acesso para um mundo melhor. Fazer uma sociedade mais justa para os mais idosos é um compromisso que exige de cada um de nós a coragem de derrubar os padrões estereotipados, os quais classificam o valor de uma pessoa de acordo com sua eficiência e vitalidade física.
(*) Dia 01 de outubro - Dia internacional do idoso
Um abraço

Dado Moura

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

PAI, O PASTOR DA FAMÍLIA

Que beleza a Palavra de Jesus, quando Ele olha para a multidão e percebe que ela precisa ser cuidada. O Senhor faz uma associação direta com uma multidão sem pastor. Pastor é aquele que cuida não com olhos desconfiados de vigilância, mas com olhar zeloso. Pastor é aquele que está à frente de um determinado rebanho.
O padre é o pastor de sua paróquia, assim como o bispo é pastor de sua diocese e o Papa o é da Igreja. A minha palavra de pastor é para convidar você para ser pastor também. Os padres não são os únicos responsáveis pelo pastoreio das ovelhas; você também é responsável pelas ovelhas na sua casa.
O bom pai e a boa mãe ensinam a criança a comer direito desde pequeno. O pastoreio das famílias começa em casa, mas não adianta os pais estarem somente dentro de casa, é preciso que eles exerçam a autoridade. Você não pode ser uma mãe decorativa, pois a família precisa de alguém com as rédeas na mão. Você pai, não pode ser um “repolho” dentro de casa, dizendo ao seu filho que procure a mãe todas as vezes que ele vai até você.
Para uma criança chegar à autonomia, ela precisa de adultos lhe dando as rédeas. Não há nada pior nesta vida do que você se sentir sozinho. Não me refiro à solidão do corpo, pois esta desaparece quando se chega perto de alguém, mas à pior solidão, que é quando você não tem ninguém para falar o que sente e pensa. Você tem que pastorear sua esposa e seu esposo todos os dias. Não é vigiar, é amar.
Muitas mulheres casadas sentem-se solteiras há muito tempo, pois não têm com quem dividir pensamentos e sentimentos. No início, tudo é tão lindo, o primeiro filho, o pai quer dar banho, ama com todas as forças, mas depois não suporta as mínimas coisas. Existem tantos pais que amam somente os filhos na infância, mas depois se cansam deles. Nós não podemos nos cansar do pastoreio. O pastor que vai ficando indiferente aos poucos vai perdendo a confiança.
O pastor não pode ser indiferente ao rebanho que tem. Às vezes fazemos de tudo para chamar a atenção do outro, mas não conseguimos; então, vamos ficando agressivos. Quantas vezes a agressividade do filho é um pedido de socorro: “Pai, seja meu pastor"”.
Você pode ser engenheiro, médico, administrador, empresário, mas o principal ofício que você tem é o de ser pai, é ser pastor de sua casa. Muitas vezes, jogamos o pastoreio de nossa casa para que outros o façam. Um exemplo são as crianças que têm aulas das 7h da manhã até às 22h da noite. E que horas você dá a sua aula? Quem precisa mandar na sua casa é você. Seja pai, pelo amor de Deus! Mergulhe na sabedoria, porque comandar a casa com burrice é a pior coisa que existe.
Prepare-se para essa paternidade, seja um homem de oração. Quando Deus entra na nossa vida, fica mais fácil viver. Pai e mãe que rezam educam muito melhor do que quando um dos dois não reza. Para que você seja um bom pastor na sua casa, reze.

Padre Fábio de Melo

domingo, 6 de setembro de 2009

ABRE-TE! Mc 7,31-37(Evangelho deste domingo)

Efatá é uma palavra chave na liturgia deste domingo; palavra que o Senhor pronuncia hoje para todos e que tem, para cada um de nós, uma ressonância pessoal. É fundamental que cada um de nós veja e pense no conteúdo dela.
Efatá, palavra dita pelo Senhor quando o mar se abriu para a passagem dos escravos rumo à liberdade. “Efatá!”, disse Deus, e se abriram os céus sobre o batismo de Jesus e sobre a humildade do seu batismo; e se abriu o paraíso sobre a cruz de Jesus, e o paraíso ficou à mercê dos ladrões; e se abriram os sepulcros, e os vencidos fugiram da morte. Dirigida agora para nós a fim de que enxerguemos o caminho que nos conduz à Salvação eterna. Por isso, não diga “Abrir-se-ão os olhos do cego e os ouvidos do surdo”. Mas que abrir-se-ão os meus olhos e os meus ouvidos que estávamos fechados por causa da dureza do meu coração, fruto do meu próprio pecado. Saiba que a palavra se cumpre hoje, a profecia está se realizando neste evangelho. A promessa se torna realidade hoje e agora, com Cristo e em Cristo na tua vida. Corra e vá atrás d’Ele. E se não tens como peça a ajuda. Deixe-se ajudar. Não seja cabeça dura. Escute e siga as orientações, os conselhos da tua esposa, do teu marido, dos teus pais e filhos. Deixe de viver na noite e no mundo do erro, do pecado, da falsidade e da morte.
Ah padre, mas eu não sou surdo nem mudo. Isso é ofensa. Eu digo que sim. Somos surdos, por exemplo, quando não ouvimos o grito de ajuda que se eleva para nós e preferimos pôr entre nós e o próximo o «duplo vidro» da indiferença. Os pais são surdos quando não entendem que certas atitudes estranhas ou desordenadas dos filhos escondem um pedido de atenção e de amor. Um marido é surdo quando não sabe ver no nervosismo de sua mulher o sinal do cansaço ou a necessidade de um esclarecimento. E o mesmo quanto à esposa. Estamos mudos quando nos fechamos, por orgulho, em um silêncio esquivo e ressentido, enquanto talvez com uma só palavra de desculpa e de perdão poderíamos devolver a paz e a serenidade ao nosso lar. Os religiosos e as religiosas têm, no dia, tempos de silêncio, e às vezes se acusam na Confissão, dizendo: «Quebrei o silêncio». Penso que às vezes deveríamos acusar-nos do contrário e dizer: «Não quebrei o silêncio».
O que, contudo, decide a qualidade de uma comunicação não é simplesmente falar ou não falar, mas falar ou não fazê-lo por amor. Santo Agostinho dizia às pessoas em um discurso: É impossível saber em toda circunstância o que é o justo que se deve fazer: se falar ou calar, se corrigir ou deixar passar algo. Eis aqui então que se dá uma regra que vale para todos os casos: «Ama e faz o que quiseres». Preocupa-te de que em teu coração haja amor; depois, se falas, será por amor, se calas, será por amor, e tudo estará bem porque do amor não brota mais que o bem.
As histórias de cura, envolvendo as multidões de excluídos, carentes e adoentados, são a expressão da atenção especial de Jesus para com estes pobres, em vista de restaurar-lhes a vida que é característica do Reino de Deus. A proclamação final, “faz os surdos ouvirem e os mudos falarem”, indica o cumprimento da profecia atribuída a Isaías aos exilados da Babilônia; porém, agora, não restrita àquele povo que se julgava eleito, mas a todos os povos da terra sem discriminações. Jesus vem libertar as maiorias empobrecidas subjugadas pelas minorias que detêm o poder, resgatando a dignidade e a vida neste mundo.
Por isso, meu irmão, minha irmã o segredo está em entrar em comunhão com Cristo ressuscitado, tu que estavas morto, vês e escutas e entras com Ele pelas portas abertas de Deus.
Ó Senhor tenho plena consciência de que Vossa voz ressoou no deserto: “Efatá!”, para que do céu caísse como chuva o pão e da rocha jorrou água. “Efatá!”, dissestes, e abristes, como que com uma faca, as águas do Jordão, que se tornaram porta pela qual entraram vossos filhos à terra das vossas promessas. Dignai-vos olhar para mim, para os meus olhos e ouvidos. Impõe sobre mim as Tuas mãos e liberta-me, cura-me do egoísmo que impede a comunicação com o meu próximo.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

CRER QUE SOMOS ESCOLHIDOS

“Naquele tempo, Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis. E foram até ele. Então Jesus designou Doze, para que ficassem com ele e para enviá-los a pregar; com autoridade para expulsar os demônios. Designou, pois, os Doze: Simão, a quem deu o nome de Pedro; Tiago e João, filhos de Zebedeu, aos quais deu o nome de Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, aquele que depois o traiu”. (Mc 3, 13-19)
Jesus escolheu doze homens para a importante missão de acompanhá-lo mais de perto. Eles seriam instruídos constantemente pelo Mestre e teriam a oportunidade de receber direção específica do Senhor. Veriam também seus milagres e, certamente, teriam um lugar importante na realização dos planos de Jesus. O único critério usado por Jesus para a escolha desses homens é descrito por Marcos: “chamou os que Ele quis”. O convite foi um presente de Deus, pois não consta que nenhum deles estivesse à altura de tal missão. Ao Contrário, todos corriam o risco de fracassar, como veio a acontecer com aquele que depois traiu o Senhor. A todos , porém Jesus concedeu autoridade espiritual e o conforto de sua companhia.
Você também foi escolhido por Deus para uma missão. Hoje, mais uma vez, é preciso investir nela. Não se assuste se você não se sente à altura ou preparado o bastante. Busque Jesus! Ele está perto para lhe dar autoridade, consolo e direção.
Dois elementos importantes para o cumprimento da missão
Se é verdade que Jesus conhece aqueles que escolheu, seu potencial e suas limitações, também é verdade que ele é um instrutor capaz de preparar grandes servos para o Reino. Por isso, numa de suas tantas correções aos discípulos(Mc 9,14-29), o Senhor lhes indicou duas lições e colocando-as em prática, os discípulos estariam capacitados a se tornar instrumentos de cura e graça divina. Fé e oração nos tornam ativos no combate, enquanto que incredulidade (dúvida) e murmuração nos colocam em atitude passiva, como que numa guerra já perdida. Você tem se empenhado pessoalmente no combate da fé ou já se rendeu ao desânimo? Hoje, não espere que os problemas se aproximem e peguem você de surpresa. Antecipe-se a eles, proclamando a vitória de Jesus em sua vida e suplicando ao Senhor os livramentos de que você precisa.
Vamos orar, exercitando nossa fé:
Pai Santo em nome de Jesus, agradeço por ser um escolhido. Sei que não estou preparado ainda para a grande missão que me deste, mas não me amedrontarei porque teu Espírito Santo vai me dirigir. Nesta hora, Senhor, deixo tudo para trás e venho buscar em ti a fortaleza de que necessito para ir adiante em meu caminho.
Obrigado, Senhor porque investe em mim para que se cumpram os Teus planos de amor nessa terra. Muito obrigado por me dar tanto valor. Amém
Para refletir nesse dia:
Você ainda investe na missão que Deus lhe deu ou já está desanimado dela? Seu casamento, sua família, seu ministério, sua profissão e tantas outras coisas são sonhos de Deus plantados em seu coração para a sua fidelidade e a de muitos outros. Volte a investir nelas e, de modo especial, nas pessoas que Deus colocou em seu caminho.
Pe. Antonio José (Livro Basta uma Palavra)

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

O NOSSO ALIMENTO É A PALAVRA DE DEUS

O nosso alimento é a a Palavra de Deus. Jejuamos nos alimentos materiais e comemos bem o alimento espiritual. Jesus disse claramente: “Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que saia da boca de Deus” (MT 4,4). Nós estamos mal acostumados com a Palavra de Deus, que mais parece restaurante self-service. A pessoa chega e pega uma batatinha frita aqui, uma verdurinha lá, pega um pedacinho de carne acolá... Isso é lambiscar. Não é isso! Você precisa fazer um bom prato, sentar-se, pegar garfo e faca e alimentar-se. Com a Palavra de Deus é a mesma coisa, não basta lambiscar: pegar uma passagem bíblica aqui, outra lá. Isso não resolve! Você tem de sentar-se à mesa com um prato bem feito e comer.Graças a Deus, antes ainda de iniciar a Comunidade Canção Nova, Deus me deu a graça de encontrar um método de ensinar aos meus jovens como alimentar-se da Palavra de Deus. Trata-se de "A bíblia foi escrita para você". Eu o reescrevi e hoje ele se chama: "A Bíblia no meu dia-a-dia". Pelo amor de Deus, tome consciência e não fique “lambiscando a Bíblia”. Você precisa ser um bom servo de Deus, e o servo de Deus é formado na Palavra. Nós precisamos estudar a Palavra de Deus. Eu nem preciso me alongar, porque tudo está bem claro nesses livrinhos que eu citei. Decida-se!

Deus o abençoe!

Seu irmão, Monsenhor Jonas Abib

terça-feira, 1 de setembro de 2009

ENCONTRO DO SAV AGOSTO DE 2009


Aconteceu no dia 29 de agosto de 2009 no colégio Franciscano Santo Inácio o encontro organizado pelo SAV(Serviço de Animação Vocacional). O encontro teve início com a acolhida pelos membros do SAV e pelas Irmãs do Colégio Santo Inácio. O Encontro contou com a presença de 3 membros da PJ diocesana em especial do Diácono Roberto de Cruzília.Iniciamos com uma oração, tivemos uma reflexão feita pelo Giovanni sobre as vocações onde os grupos apresentaram com carinho suas conclusões
E concluimos com uma adoração.
Pra finalizar o encontro tivemos a benção com diácono Roberto e nosso Pároco
Pe. José Roberto.

SETEMBRO: MÊS DEDICADO A PALABRA DE DEUS

A Palavra de Deus está sempre ao alcance da mão e do coração de quem segue a Deus. E por moção do Espírito Santo, a Palavra vai transformando o coração das pessoas e moldando a comunidade cristã. É claro, supondo um coração aberto, como de discípulo diante do mestre. O profeta Jeremias fez uma experiência profunda: nas mãos de Deus sentiu-se como um vaso de barro nas mãos do oleiro.
As famílias, os grupos e as comunidades que leem a Bíblia de fato progridem na vivência do Evangelho, em unidade com a vontade de Deus e na comunhão fraterna. A Palavra meditada impulsiona as pessoas a superar o pecado e o azedume, causando certa plenitude espiritual com uma aura de paz e de alegria.
É o encantamento espiritual, a força interior, a capacidade de passar imune pelas tentações que nos rodeiam.
São Francisco de Assis, um dos grandes revolucionários da humanidade, apregoava a vida fraterna em meio ao egoísmo; a vida em Deus, mesmo em meio ao prurido da carne e do consumismo; a alegre adesão à vontade de Deus, vencendo o orgulho e a sede do poder. Quando se chega a uma fraternidade assim, logo se capta o perfume do Evangelho.
Por pedagogia, destinamos o mês de setembro a conhecer a Bíblia. Aliás, primeiro a ter a Bíblia em casa. Depois, a lê-la diariamente. Aprender a meditá-la diante de Deus, num coração orante.
A família aprende a acolher de modo afável seus membros: os pais se relacionam de modo afetivo com os filhos, como Deus, com Seu povo. Os filhos, por sua vez, acolhem os pais de modo pacífico, criando um ambiente sereno e alegre. É o encantamento da família.
É neste ambiente que germinam as vocações cristãs, que se alimentam ideais generosos e se superam obstáculos à felicidade.
Seja feliz! Conheça, leia e medite a Palavra de Deus.

LEIA A BÍBLIA TODOS OS DIAS

Eis a principal regra de ouro: ler a Bíblia todos os dias. Sem exceção. Leia quando tiver vontade e quando não tiver também! É como remédio: com ou sem vontade, tomamos, porque é necessário. Com a Bíblia é a mesma coisa. E nos tempos em que vivemos, isso é premente. Assim como você alimenta o corpo todos os dias, alimente diariamente o seu espírito com a Palavra de Deus. Assim como tomamos banho todos os dias e, quando não podemos fazê-lo de manhã, à noite o corpo pede um banho, assim também se passa com a leitura da Bíblia: se você não conseguir ler durante o dia, sem que você se aperceba, o seu espírito ficará pedindo um banho da Palavra de Deus. Não deixe de dar ao seu espírito o que você dá ao seu corpo! Tem gente que não consegue dormir sem tomar banho; essas pessoas se viram e se reviram na cama sem dormir. Que eu e você sejamos assim: que não possamos dormir sem o banho da leitura da Palavra de Deus.

Deus o abençoe!

Seu irmão,

Monsenhor Jonas Abib