Não é surpresa refletimos nesta XXXI Assembléia do SAV Leste II um tema que nos remeta a um paralelo da proposta que o Ano Nacional Catequético apresenta, como “Caminho para o discipulado”, e o incessante apelo vocacional que o Senhor da messe faz àqueles que abrem o coração a sua voz.Quando escutamos relatos de pessoas que ouviram o convite de Deus e abraçaram seu caminho de discipulado, dentro da vocação em que foram chamados, logo podemos encontrar os passos dados no caminho de Emaús. Identificamos nas histórias vocacionais o período em que o caminho para o jovem é incerto, confuso e, até mesmo, dolorido, devido à cegueira ou visão turva que não permite enxergar claramente o Mestre. É a fase dos grandes questionamentos! Mas também, é quando Jesus se põe junto no caminho: O coração arde, reage às palavras Dele, busca esclarecimentos... É o encontro com os ensinamentos desse Companheiro, Amigo que caminha lado a lado e, de alguma forma, faz com o que é tão obscuro se torne mais claro. E assim, o caminho percorrido com a presença do Senhor nos faz convidá-lo a permanecer: “Fica, Senhor, conosco”. Chega o tempo da partilha, do sentar-se à mesa. Para o (a) jovem vocacionado (a), é tempo de viver um profundo contato com a vida eclesial, de conhecer de perto a realidade que o interpela e, veja que bonito, abrir os olhos diante do partir o pão: “o pão partilhado provoca a mais importante descoberta para as pessoas que trilham o caminho de Jesus: ele ressuscitou! Ele está vivo no meio de nós!” (OROFINO, Francisco. O lento processo de abrir os olhos. Revista Vida Pastoral. São Paulo, v. 50, n. 264, jan.fev. 2009, p. 30 - 34).
Os discípulos de Émaus são chamados também nesse momento. Chamados a serem anunciadores da maior notícia que a humanidade pudesse receber: Ele está vivo! “Ao receberem o pão partilhado, perderam o medo de Jerusalém, da cruz, da perseguição e da morte. Acolheram uma realidade profunda, misteriosa e transformadora que os fez renascer e lhes deu coragem” (idem, 2009). Somos chamados a também testemunhar, espalhar, anunciar a boa nova que Cristo ressuscitou. Isso é missão. É vocação. É caminho para o discipulado. CNBB. Evangelização da juventude. São Paulo, Paulinas, 2008. Doc n. 85
1. As transformações culturais e os jovens
11. A modernidade abriu as portas do mundo para uma nova atitude do homem e da mulher face à vida, acentuando a centralidade da razão, a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Num primeiro momento, a Igreja fragilizou-se ao resistir à possibilidade de mudança, distanciando-se da juventude, da sua linguagem...
12. Nas últimas décadas, ao lado da cultura moderna vem-se fortalecendo a cultura pós-moderna. A pós-modernidade não é uma nova cultura que se contrapõe de modo frontal à modernidade. Constatam-se mudanças no cenário, grande velocidade e volume da informação, rapidez na mudança do cotidiano por parte da tecnologia, novos códigos e comportamentos. Devido à globalização e ao poder de comunicação dos meios eletrônicos, essas mudanças vêm penetrando fortemente no meio juvenil.
13. A pós-modernidade não substitui a modernidade. As duas culturas vivem juntas. Os valores da modernidade continuam sendo importantes para os jovens: a democracia, o diálogo, a busca de felicidade humana, a transparência, os direitos individuais, a liberdade, a justiça, a sexualidade, a igualdade e o respeito à diversidade. Uma Igreja que não acolhe esses valores encontra grandes dificuldades para evangelizar os jovens.
14. Os jovens de hoje e a Igreja em que vivem são influenciados pelos impactos da modernidade e da pós-modernidade. Alguns elementos deste momento histórico exercem grande influência na mentalidade, nos valores e no comportamento de todas as pessoas. Ignorar estas mudanças é dificultar o processo de evangelização da juventude – o grupo social que assimila esses valores e mentalidade com mais rapidez. Uma evangelização que não dialoga com os sistemas culturais é uma evangelização de verniz, que não resiste aos ventos contrários.
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