segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

NATAL: TEMPO DE SAUDADE!

Aos olhos da saudade como o mundo é pequeno... Pensar em amor, muitas vezes, é esbarrar na saudade. Saudade de pessoas, lugares, momentos, enfim, de tudo aquilo que, de alguma maneira, não coube dentro de nós e prolongou-se através da saudade. Para muitos, o Natal pode ser, sim, um momento perfeito para viver essa saudade de maneira saudável, saudade daquilo que foi vivido, que construiu em nós uma personalidade firmada na certeza do amor.
Mas, em contrapartida, alguns têm uma experiência difícil nesse momento do ano: a distância, física ou afetiva, que pode levar-nos a esquecer a beleza do nascimento do Menino Deus e fazer-nos cair em uma solidão de nós mesmos.
Quem vive longe de casa, longe de quem ama compreende bem o que eu estou falando. Como faz falta a comida de mãe, o abraço do pai, a reunião de família...! Os detalhes que, sobretudo nesse período do ano, tornam-nos mais “gente”, mais humanos. Na minha casa, lembro-me da rabanada da tia Tânia, das sobremesas das minhas primas, das mesmas piadas do tio Joca, do tio Maurício e do tio Walmir, do amigo oculto que eu sempre sei quem me tirou. Neste ano eles estarão juntos novamente, mas eu não. Talvez com você aconteça o mesmo: não estará perto daqueles que ama. Mas o que faremos então? O Natal perderá o seu sentido? Penso que não!
Aqui esconde-se um desafio muito bonito. Natal é o tempo, por excelência, da esperança, esperança que tudo será novo, será melhor. O Natal empurra-nos para o futuro, para a Páscoa, a nossa Páscoa! Mas isso, de maneira nenhuma, exclui o que vivemos; ao contrário, o Natal valoriza em nós o que foi bom e motiva-nos a transformarmos o que não foi. A felicidade do seu Natal depende da determinação do seu coração!
A distância que você tem dos seus é o grande pretexto para que você faça a diferença na vida de quem está perto hoje. Natal é isto: trazer a vida para quem já não a tinha! Completo dizendo que antes de tudo essa vida acontece em nós. Como é bom motivar um sorriso generoso no rosto do outro! Natal é isso: libertarmo-nos da morte e da tristeza sabendo que aquilo que foi cultivado em nós, em Natais passados, hoje gera vida nova em quem está conosco hoje.
Valorize a sua família, aquilo que viveu com eles vivendo com os outros. Essa é uma nobre maneira de sempre eternizá-los dentro de você e de alguma maneira viver junto com eles o Natal deste ano. Afinal como diz o poeta: aos olhos da saudade como o mundo é pequeno!
Luis Filipe Rigaud

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

CONHEÇA OS SÍMBOLOS DO NATAL

Árvore de Natal

No mundo, milhões de famílias celebram o Natal ao redor de uma árvore. A árvore, símbolo da vida, é uma tradição muito antiga que segue a história da humanidade. Os relatos mais antigos que se conhecem acerca da árvore natalina datam de meados do século XVII, e são provenientes da Alsácia, província francesa.
Descrições de florescimentos de árvores no dia do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo levaram os cristãos da antiga Europa a ornamentar suas casas com pinheiros no dia do Natal, únicas árvores que permanecem verdes na neve.
Esse símbolo natalino representa o agradecimento pela vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A estrela

As estrelas na sociedade humana foram sempre tidas como “bússolas naturais” das pessoas. Hoje os aparelhos de navegação evoluíram de tal forma que esses corpos celestes se tornaram apenas ornamentos no céu, objeto de estudo. Contudo, durante milhares de anos eram elas as responsáveis em guiar os navegadores pelos mares e os viajantes pelos desertos. Eram elas que indicavam a direção, o sentido, o porto seguro.
A estrela guiou os Três Reis Magros Baltazar, Gaspar, Melchíor – desde o Oriente até o local onde nasceu Jesus –, para que pudessem presenteá-Lo com ouro, incenso e mirra , é lembrada hoje pelo enfeite que é colocado no topo da árvore natalina. E Jesus Cristo é a Estrela Guia da humanidade. Ele é o Caminho, o Sentido, a Verdade e a Vida.

Os Reis Magos

“Eis que uns magos chegaram do Oriente a Jerusalém perguntando: 'Onde está o rei dos Judeus, que acaba de nascer? […] viemos adorá-Lo' […]. Eis que a estrela que tinham visto no Oriente, ia-lhes à frente até parar sobre o lugar onde estava o menino […] e o adoraram. Abriram seus cofres e lhe ofereceram ouro, incenso e mirra” (Mt 2,1-12).
Não eram reis, mas sim, sábios, estudiosos, mas o que isso importa? A mensagem é mais forte que esse detalhe. Essa narração tão plástica e viva, enriquecida posteriormente com aspectos lendários, como o nome dos três (Melchior, Gaspar e Baltazar), traz duas grandes mensagens teológicas:
- Cristo não veio apenas para os judeus, mas para redimir toda a humanidade. Ele é o polo para o qual convergem todas as raças.
- A segunda grande mensagem está relacionada aos presentes oferecidos pelos magos: ouro, incenso e mirra. O evangelista Mateus expressa por meio desses símbolos a fé vivenciada pelos primeiros cristãos: Cristo é Rei dos Reis (daí o ouro), é filho Deus (o incenso) encarnado (a mirra).

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

CASAIS QUE NÃO CONSEGUE TER FILHOS

O QUE A IGREJA ENSINA NESSES CASOS

Muitos casais, infelizmente, não conseguem ter filhos por alguma causa de infertilidade do marido ou da esposa. Sabemos que é grande esse sofrimento:
“Que me darás?”, pergunta Abrão a Deus. “Continuo sem filho...” (cf. Gn 15,2). “Faze-me ter filhos também, ou eu morro”, disse Raquel a seu marido Jacó (cf. Gn 30,1).
Mas esses casais não devem desanimar; a Igreja recomenda que valorizem o seu matrimônio. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) lhes ensina:
“Os esposos a quem Deus não concedeu ter filhos podem, no entanto, ter uma vida conjugal cheia de sentido, humana e cristãmente. Seu Matrimônio pode irradiar uma fecundidade de caridade, acolhimento e sacrifício” (CIC § 1654).
Esses casais podem e devem buscar os legítimos recursos da medicina para conseguir os filhos desejados. A Igreja ensina que:
“As pesquisas que visam a diminuir a esterilidade humana devem ser estimuladas, sob a condição de serem colocadas 'a serviço da pessoa humana, de seus direitos inalienáveis, de seu bem verdadeiro e integral, de acordo com o projeto e a vontade de Deus'” (Instrução Donum vitae, CDF, intr. 2).
A Igreja não aceita a inseminação artificial, nem homóloga nem heteróloga. E ela expõe as razões disso:
“As técnicas que provocam uma dissociação do parentesco, pela intervenção de uma pessoa estranha ao casal (doação de esperma ou de óvulo, empréstimo de útero), são gravemente desonestas. Estas técnicas (inseminação e fecundação artificiais heterólogas) lesam o direito da criança de nascer de um pai e uma mãe conhecidos dela e ligados entre si pelo casamento. Elas traem "o direito exclusivo de se tornar pai e mãe somente um por meio do outro" (CIC § 2376).
“Praticadas entre o casal, estas técnicas (inseminação e fecundação artificiais homólogas) são talvez menos claras a um juízo imediato, mas continuam moralmente inaceitáveis. Dissociam o ato sexual do ato procriador. O ato fundante da existência dos filhos já não é um ato pelo qual duas pessoas se doam uma à outra, mas um ato que remete a vida e a identidade do embrião para o poder dos médicos e biólogos, e instaura um domínio da técnica sobre a origem e a destinação da pessoa humana. Tal relação de dominação é por si contrária à dignidade e à igualdade que devem ser comuns aos pais e aos filhos". "A procriação é moralmente privada de sua perfeição própria quando não é querida como o fruto do ato conjugal, isto é, do gesto específico da união dos esposos... Somente o respeito ao vínculo que existe entre os significados do ato conjugal e o respeito pela unidade do ser humano permite uma procriação de acordo com a dignidade da pessoa" (§2377).
A Igreja aproveita esse assunto, para nos lembrar que ninguém tem o direito a um filho.
“O filho não é algo devido, mas um dom. O "dom mais excelente do matrimônio" e uma pessoa humana. O filho não pode ser considerado como objeto de propriedade, a que conduziria o reconhecimento de um pretenso "direito ao filho". Nesse campo, somente o filho possui verdadeiros direitos: o "de ser o fruto do ato específico do amor conjugal de seus pais, e também o direito de ser respeitado como pessoa desde o momento de sua concepção" (CIC § 2378).
Por fim, a Igreja recomenda aos casais inférteis unirem o seu sofrimento, corajosamente, à cruz de Cristo.
“O Evangelho mostra que a esterilidade física não é um mal absoluto. Os esposos que, depois de terem esgotado os recursos legítimos da medicina, sofrerem de infertilidade unir-se-ão à Cruz do Senhor, fonte de toda fecundidade espiritual. Podem mostrar sua generosidade adotando crianças desamparadas ou prestando relevantes serviços em favor do próximo” (CIC § 2379).
Nossa fé nos ensina que só os egoístas desperdiçam a vida; portanto, mesmo que os casais inférteis não possam ter seus filhos naturais, poderão ter seus filhos “do coração”; que não deixam de ser menos filhos. Quantos filhos adotados dão mais alegria a seus pais que os filhos naturais! Jesus não teve um pai natural na terra; mas teve um grande pai adotivo: São José.

Felipe Aquino