"É firme a convicção da Igreja que os problemas atuais, que encontram os casais e debilitam a sua união, têm a sua verdadeira solução num regresso à solidez da família cristã, lugar de confiança mútua, de dom recíproco, de respeito da liberdade e de educação para a vida social". Esta foi a afirmação do Papa Bento XVI, nesta manhã, 25, em discurso aos Bispos brasileiros dos regionais Nordeste 1 e 4 da CNBB. Os líderes católicos estão em Roma, cumprindo visita "ad Limina", encontro obrigatório dos bispos com o Papa, a cada cinco anos.
Bento XVI centrou o discurso na família e fez um alerta aos Bispos quanto às "forças" e "vozes" que na sociedade atual "parecem apostadas em demolir o berço natural da vida humana". O Papa recordou que, durante a visita, os Bispos falaram repetidamente sobre situações de assédio à família, mas disse que é confortante perceber que, apesar de todas as influências negativas, o povo nordestino continua aberto ao "Evangelho da Vida".
No momento em que tramita no Congresso Nacional um projeto de lei sobre o divórcio instantâneo, o tema da separação conjugal chamou a atenção do papa. "A Igreja não pode ficar indiferente diante da separação dos cônjuges e do divórcio, diante da ruína dos lares e das conseqüências criadas pelo divórcio nos filhos".
Para Bento XVI os filhos precisam de pais determinados e convictos do papel educador. "É este princípio que a prática do divórcio está minando e comprometendo com a chamada família alargada e móvel, que multiplica os 'pais' e as 'mães' e faz com que hoje a maioria dos que se sentem 'órfãos' não sejam filhos sem pais, mas filhos que os têm em excesso".
O Papa pediu aos padres que acompanhem as famílias para que elas "não sejam iludidas e seduzidas por certos estilos de vida relativistas, que as produções cinematográficas e televisivas e outros meios de informação promovem".
Ao final do discurso, Bento XVI indicou 3 passos de ajuda às famílias. "A oração, pedra angular de todo lar fiel à sua própria identidade e missão; a laboriosidade, eixo de todo matrimônio maduro e responsável; o silêncio, cimento de toda a atividade livre e eficaz".