terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Equilibrar a sexualidade

É muito difícil nos dias de hoje não ser tentado na sexualidade. Por onde passamos nos deparamos com estímulos. As pessoas aprendem desde a adolescência, ou até antes, que a sensualidade traz status de poder, de auto-estima, então, tornam-se sedutoras, provocativas. E alguns realmente se entregam a esses apelos, vivendo a impureza.

Quando nos voltamos para Deus, ouvimos dizer que a castidade é o método de purificar todas essas sujeiras que jogaram em nós.

Mas corremos o risco de viver um puritanismo e não trabalharmos corretamente a sexualidade como dom concedido por Deus e apreciar a sua real beleza.

Existe diferença entre Castidade e Continência.

Castidade considera o fato de sermos sexuados e eleva a sexualidade ao seu verdadeiro propósito, sem querer arrancá-la de nós: “A castidade comporta uma aprendizagem do domínio de si que é uma pedagogia da liberdade humana. A alternativa é clara: ou o homem comanda suas paixões e obtém a paz, ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz. A dignidade do homem exige que ele possa agir de acordo com uma opção consciente e livre, isto é, movido e levado por convicção pessoal e não por força de impulso interno cego ou debaixo de mera coação externa. O homem consegue esta dignidade quando, libertado de todo cativeiro das paixões, caminha para o seu fim pela escolha livre do bem e procura eficazmente os meios aptos com diligente aplicação.”(cf. Catecismo da Igreja Católica – art. nº 2339).

Castidade é o propósito que adestra os estímulos corpóreos do homem, canalizando para suas verdadeiras potencialidades. Não é uma opção alienante, não faz fugir da realidade, não frustra, mas tranquiliza, não enfraquece nem diminui o desejo, mas põe ordem, fortalece, dá auto domínio, auto controle, auto estima.

Continência é abstenção (cf. www.dicionarioweb.com.br). É o puritanismo. Extrai algo e não devolve outra opção. Na área da sexualidade, a continência fará com que a pessoa lute contra seus impulsos, mas, sem direcioná-los para o lugar certo. A continência por si só, gera ansiedade, pois o desejo ainda existirá na forma antiga e quando a pessoa se deparar novamente com o estimulo, aumentará a tensão até que não resista. E ao não resistir, fabricará dentro de si o sentimento de culpa, pelo orgulho de não reconhecer sua fraqueza mediante aquilo que é lei de Deus.

É muito importante conhecer a diferença entre Castidade e Continência, e claro, trabalhar no nosso interior. Tanto que, sabemos, mesmo aqueles que contraíram o sacramento do matrimônio, e que lhes é permitido a relação sexual, quando não orientam bem sua sexualidade, podem voltar a vícios como masturbação, buscar novas aventuras ou estímulos via internet e etc.

Enquanto a pessoa que harmoniza seus instintos é alguém mais calmo, tranqüilo, alguém que sabe se relacionar em todas as circunstancias, mesmo as mais adversas.

Nunca se viu na história de todos os tempos, um personagem que foi feliz, quando este agiu impulsionado em grande parte pelas suas paixões. Ao contrário, paixões geraram guerras, vinganças, ódio e sentimentos inversos ao amor. “afastai-vos das paixões humanas, que fazem guerra a vós mesmos.” (cf. Tg 4, 1)

Paixões humanas acendem conflitos interiores contra as inclinações que temos de coisas nobres e de vida eterna.

A castidade é a base sólida para conseguir a tempera de que precisamos para chegar onde se deseja.

Um vencedor, necessita de bons princípios, regularidade, constância e fé, acreditar que é possível. Caso contrário ele(a) distrair-se-a na primeira tentação que estiver a beira do caminho, motivado pelos instintos e ficará por ali mesmo.

Só um coração em Deus é capaz de ter essa clareza, que é possível realizar-se a partir do que é justo, verdadeiro.

Castidade nos condiciona a sermos impulsionados pela alma e abre a visão para a eternidade.

Deus abençõe!

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