terça-feira, 30 de novembro de 2010

A conversão me fará renunciar tudo o que gosto de fazer?

A decisão por Jesus requer atitudes que diferem de alguns costumes, ocasiões e práticas que tínhamos anteriormente.

Uma mudança ocorreu no coração e abrimos os olhos para o que é verdadeiro, justo, saudável e correto. Por vezes, até nos espantamos com o quanto estávamos prejudicando a nós mesmos, quando enveredávamos por vias obscuras atrás de prazeres venéreos.

Mas, a verdade é que mesmo na vida antiga, tínhamos um convívio social, eram acontecimentos, ambientes, entretenimentos e companhias que nos forneciam certa adrenalina e sabores de experiências nesta vida.

Éramos parte desse mundo, que o encontro com Cristo nos revelou a face oculta e maléfica que existia sem que percebêssemos. Agora o nosso interior mudou, mas o habitat que nos cerca não se transformou em conjunto ao nosso ser e voltamos para nossa existência com o desafio de sobreviver em um ambiente, agora hostil ao Jesus Cristo que portamos e queremos viver.

A firme escolha de romper com o pecado poderão exigir que deixemos de freqüentar alguns lugares e até de perder amizades, se essas nos quiserem empurrar para o mau caminho.

O ponto agora que vem a tona é: Uma vida nova, de busca de conversão, elimina os prazeres, gostos da vida e exige um isolamento social?

Para responder, vou me amparar nos seguintes textos bíblicos.

“Não peço que os tires do mundo, mas sim que os preserves do mal” (cf. Jo 17, 15).

A conversão é a tomada de consciência de que somos cidadãos do Céu, mas ainda vivemos neste mundo. Jesus não pediu ao Pai que nos tire das eventualidades que permeiam a existência nesta terra, mas somente que nos livre daquilo que leva a perdição.

Devemos assim, santificar as realidades do mundo. Exemplo, o futebol entre amigos, não precisa ser regado à bebedeira, mas servir para bons relacionamentos. A dança e a música não devem promover a sensualidade, mas, pode inserir valores como o amor de Deus no seu contexto. Ser “sal na massa” (cf. Lc 13, 21) é introduzir a mensagem da Boa Nova na essência e propósito das coisas.

E “Quando o espírito impuro sai de um homem, ei-lo errante por lugares áridos à procura de um repouso que não acha. Diz ele, então: Voltarei para a casa donde saí. E, voltando, encontra-a vazia, limpa e enfeitada. Vai, então, buscar sete outros espíritos piores que ele, e entram nessa casa e se estabelecem aí; e o último estado daquele homem torna-se pior que o primeiro” (cf. Mt 12, 43-45) Ao se retirar da vida de alguém, (principalmente do jovem) qualquer tipo de impureza é preciso substituir por algo bom que preencha o vazio. Pois, mesmo que sendo uma má inclinação, essa via lhe era um suporte, uma válvula de escape às pressões e não deve simplesmente ser extirpada. É como um processo de reeducação alimentar, ninguém consegue sobreviver sem o alimento, apenas deve-se substituir o que se come, por nutrientes mais saudáveis ou menores quantidades.

Nunca deixe que se instale um espaço vago no ser.

É importante que, tanto a pessoa que viveu seu início de conversão, quanto àqueles que promovem tal encontro com Cristo, se preocupe com essa substituição. As pessoas renovadas procurem amizades, ocupações e meios de distração que subsidiem essa mudança. E as instituições invistam em eventos que possam ter como centro a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Seus princípios e Seu amor.

Ser de Deus, não significa de modo algum, ser alienado ao mundo, muito pelo contrário, o Senhor deseja tornar o ser humano feliz, com as características, traços e potencialidades que Ele mesmo imprimiu em cada um. Mesmo que gastando nossos tesouros numa vida desenfreada, Deus não retira de nós o que somos. “Pois os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis” (cf. Rm 11, 29), mas somente uma vida com o Altíssimo pode deixar a sua casa, seus dons e vocação em perfeita ordem e arrumação.

Deus abençoe!

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