segunda-feira, 29 de junho de 2009

As etapas para o entendimento bíblico

“Concedei a vosso servo esta graça: que eu viva guardando vossas palavras” (Salmo 118,17).
Segundo o documento da Comissão Pontifícia Bíblica: Ainda que os estudiosos bíblicos tenham a função de interpretar as Sagradas Escrituras, esse trabalho não compete somente a eles, pois a leitura e a vivência dos textos bíblicos vão além das análises acadêmicas, já que os Livros Sagrados não são apenas um conjunto de livros históricos, mas, a Palavra de Deus.
E essa Palavra se torna atual e responde aos questionamentos e angústias do homem pós-contemporâneo. Por isso, a leitura e o estudo bíblico devem ser feitos por todos, uma vez que proporcionam uma experiência de fé prática e atual. Mas também é preciso tomar certos cuidados e ter critérios na leitura e na interpretação desses textos, para que não haja o risco de uma interpretação desvinculada e sem compromisso com a Tradição e com o Magistério da Igreja, pois ambos garantem um entendimento seguro das Sagradas Escrituras ao longo da história de fé do Povo de Deus.
Para isso, torna-se necessário tratar de algumas questões ligadas à exegese e à hermenêutica bíblicas. Mas não é preciso espanto, pois essas palavras [exegese e hermenêutica] estão mais presentes na prática bíblica do que se possa imaginar. E também não se trata aqui de um estudo científico, pois o uso dessa linguagem é para mostrar as etapas necessárias para um correto entendimento da Bíblia.
Comecemos, então, pela definição desses termos: “Exegese” é uma palavra que vem do grego e significa “explicação ou explanação”. É a arte de expor, de trazer para fora o sentido de um determinado texto. É um conjunto de técnicas e ferramentas utilizadas para entender e descobrir o significado de um texto. “Hermenêutica” já diz respeito à interpretação do que está escrito. É a apropriação que se faz do entendimento do texto para aplicá-lo no dia a dia.
Mas existe no meio do caminho entre a exegese e a hermenêutica um filtro. E que filtro é esse? A Doutrina da Igreja e o Catecismo da Igreja Católica. Esse procedimento de filtrar o estudo bíblico serve basicamente para duas coisas: não permitir os exageros e também para ampliar a interpretação quando esta é muito limitada. E, em geral, ele amplia muito mais do que reduz as interpretações, uma vez que são apresentadas outras possibilidades de entendimento do texto que talvez não tenham sido contempladas no estudo.
É como o antigo filtro de barro muito usado, especialmente, nas cidades pequenas e nas zonas rurais. Esse utensílio doméstico não é feito para reter a água, mas para purificá-la. Do mesmo modo, o “filtro” da Doutrina da Igreja não retém a nossa leitura bíblica, mas a deixa livre de impurezas que porventura possam ter surgido durante o momento de estudo [da Palavra de Deus]. Além disso, o filtro de barro possui a capacidade de deixar a água sempre fresca e pronta para ser consumida. Igualmente faz o “filtro” da Doutrina atualizando para nossos dias aquilo que lemos e interpretamos nas Sagradas Escrituras e deixando a mensagem bíblica pronta para saborearmos e utilizarmos no cotidiano.
Que se sigam essas três etapas para o entendimento bíblico: estudar com atenção, trazendo à tona o máximo de informações possíveis para um conhecimento mais aprofundado do texto bíblico – passar esse conteúdo pelo “filtro” da Doutrina a fim de purificar e atualizar o conteúdo – e aplicar a Palavra de Deus na própria vida.
Ler superficialmente o texto das Sagradas Escrituras, sem um mínimo de contextualização e sem consultar a Igreja, nos faz correr o risco de uma aplicação equivocada dele, podendo causar danos a nós mesmos e àqueles a quem o transmitimos. Daí a importância desses três momentos:
- estudo mais cuidadoso (exegese)
– filtro da Doutrina (Catecismo)
– interpretação e aplicação no dia a dia (hermenêutica).

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Você vive a partir do que os outros falam?

Somente Deus nos conhece verdadeiramente. Muitas pessoas sofrem, porque passam a vida se comparando com os outros; dessa forma, vivem sempre inquietas, angustiadas e sem paz. O que as leva a agir assim é a falta de conhecimento de si mesmas.
Precisamos arrumar tempo para nos encontrar com nós mesmos e com Deus. Ao longo do dia, mergulhamos no turbilhão da vida, nos muitos ruídos e em tantas situações, que acabamos nos tornando divididos interiormente, a ponto de, muitas vezes, perder a capacidade de nos encontrar interiormente e de tocar em nossa essência.
Cada um traça um perfil diferente nosso – muitas vezes, negativo – e se não soubermos quem realmente somos, correremos o risco de acolher tudo o que é dito a nosso respeito. Só podemos nos conhecer verdadeiramente como somos ao nos encontrarmos com Jesus Cristo.
Você já parou para pensar como você é no Coração de Deus? Como Ele o criou na sua originalidade? Com certeza, a partir desse discernimento você não será mais a mesma pessoa, porque vai descobrir quem de fato você é: alguém dotado de talentos, de beleza, de amor e tantas outras riquezas e dons!
Convido você para se abrir a essa experiência neste dia. Não perca tempo comparando-se com os outros. Abra-se à ação do Espírito Santo de Deus.
Jesus, eu confio em Vós!

Ser infiel à esposa é ser infiel a Deus!

"De fato, é preciso que perseveres para cumprir a vontade de Deus e alcançar o que Ele prometeu" (Hebreus 10, 36).Ser infiel à esposa, ter casos por aí, prostituir-se, ter amante, parece que hoje é normal e até uma glória para alguns. Muitos homens, para mostrar que são viris, além de ter a esposa, têm seus casos. Por isso, agora, eu falo muito especialmente para os pais: Deus constituiu você para ser o melhor pai do mundo, não melhor do que os outros, mas o melhor pai do mundo para seus filhos, assim como o melhor marido do mundo para a sua mulher. Que você os ame realmente e se entregue por eles! Que você seja o cabeça do seu lar, homem firme, honesto, de palavra, fiel, porque hoje o mundo está nos ensinando lições de infidelidade e de imoralidade!Meu irmão, se você está vivendo isso, não sabe o estrago que está causando, você está fazendo uma rachadura nos alicerces da sua casa! Saiba que você não é infiel somente à sua esposa, você está sendo infiel a toda a sua família e também aos seus filhos, e a sua casa poderá cair na cabeça de vocês a qualquer hora. Quem vive na infidelidade precisa cortar esse mal o mais rápido possível e voltar a ser fiel à sua família, e, dessa forma, ser fiel a Deus. Está na hora de retomar e assumir novamente as rédeas da sua casa! Quanto filho se perdendo por aí porque o pai é um fraco, fica andando com os amigos por aí, nos botequins, nas festas, mas não tem as rédeas da família nas mãos. Deus o constituiu cabeça do lar, não deixe tudo para a sua esposa! Graças a Deus, elas têm aguentado tudo sozinhas, mas o papel delas é ser o coração e não ser o cabeça. O cabeça é você, por isso, precisa assumir o seu lugar no lar.
Eu estou pedindo, Senhor, por todas as nossas famílias, pelas mães, pelos filhos, mas especialmente pelos pais. Senhor, hoje, eles estão tomando uma decisão: confirma essa decisão e enche-os com o Espírito Santo, para que eles sejam fiéis, para que possam acreditar e ter fé e para que sejam obedientes à Sua Palavra e amem os seus de verdade. Amém.
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Atentos à tentação

“Sede sóbrios e vigilantes. O vosso adversário, o diabo, anda em derredor como um leão que ruge, procurando a quem devorar. Resisti-lhe, firmes na fé, certos de que iguais sofrimentos atingem também os vossos irmãos pelo mundo afora” (I Pedro 5, 8-9).
Este não é basicamente um passo para nos aproximarmos de Deus, mas é um alerta para não nos distanciarmos d'Ele. O diabo existe, sim, a Palavra revela isso claramente nesse trecho da Carta de São Pedro. Como o próprio nome do maligno diz, ele é o divisor. Ele quer nos dividir na nossa fé entre o crer e o não crer, entre o confiar e o desconfiar. Por isso, São Pedro coloca em sua carta: “Resisti-lhe, firmes na fé, certos de que iguais sofrimentos atingem também os vossos irmãos pelo mundo afora”. Até mesmo para pararmos com a autopiedade e o pessimismo na nossa vida.
O Altíssimo nos deu a graça de sermos chamados filhos d'Ele, por essa razão o maligno, que é o inimigo de Deus, nos quer devorar. Contudo, o demônio não se apresenta como o nosso inimigo; pelo contrário, apresenta-se como o nosso melhor amigo, aquele que nos satisfaz naquele momento. Na verdade, ele não é o nosso inimigo declarado, nós é que o somos, pois não queremos a mentira na nossa vida, sendo ele o pai desse mal.
Somos humanos e caímos muitas vezes, mas, todas as vezes em que isso acontecer, devemos aguentar firmes na fé, pois é no nosso momento de queda, de fraqueza, de tristeza, que a tentação vem e nos pergunta: “Onde está o vosso Deus?” No deserto, Jesus estava com fome e foi tentado pelo diabo: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães”. Nesse momento, Cristo se coloca não como o Filho de Deus, mas como um verdadeiro homem, provando-nos que somos capazes de resistir à tentação quando verdadeiramente confiamos em Deus: “Não se vive só de pão, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus” (Mateus 4, 1-11).
Na nossa vida íntima com o Senhor, somos muito visados por satanás, pois ele quer nos provar que Deus não existe, que ele é que é o deus, apresentando-nos outros deuses, outras religiões, outras formas de conseguir a felicidade, de termos riquezas materiais, de sermos o centro, de sermos deuses também. Na verdade, ele quer desmoralizar o Senhor, destruindo eu e você, fazendo-se de carneirinho, mas a Palavra diz que o demônio é um leão que ruge querendo devorar-nos.
Quanto mais renunciarmos ao diabo, tanto mais nos aproximaremos de Deus. Não que o Senhor se separe de nós; nós é que, pelo dom da nossa liberdade, nos distanciamos d'Ele. Se você quer cortar toda a aproximação do diabo na sua vida, todas as suas artimanhas dele, reze agora renunciando a ele e a todos os seus espíritos malignos:
Em Nome de Jesus, pelo poder das Cinco Chagas de Jesus, por intercessão de Nossa Senhora, que esmagou a cabeça da serpente, eu renuncio a satanás, autor e pai de todo mal e de toda mentira. Renuncio a todas as suas façanhas na minha vida e a todas as sua falcatruas. Renuncio a todos os espíritos malignos e a toda contaminação que eu possa ter recebido de lugares ou coisas que eu fiz na minha vida. Renuncio a todo tipo de culto que eu possa ter feito a satanás e a seus anjos, consciente ou inconscientemente.
Neste dia, eu assumo o Senhorio de Jesus na minha vida, sobretudo o que eu tenho e tudo o que eu sou. No meu passado, na minha história, no meu presente e no meu futuro. Eu sou de Jesus, inteiramente de Jesus.
Deus é meu Pai, Jesus é meu Irmão e Salvador; o Espírito Santo é o meu Companheiro e Santificador; Maria é minha Mãe e Intercessora. Amém. (Renove as promessas do seu Batismo rezando o nosso Credo).
Pe. Anderson Marçal - Com. Canção Nova
http://blog.cancaonova.com/padreanderson

quarta-feira, 24 de junho de 2009

POVO DE DEUS UNIDO NA CAMINHADA ORANTE A FAVOR DE NHÁ CHICA E DAS FRANCISCANAS DO SENHOR

A caminhada orante foi um protesto contra o tombamento decretado de forma unilateral pela Prefeitura de Baependi dos restos mortais da Serva de Deus e de todo seu acervo, zelado e resguardado pela Santa Igreja através do trabalho da Congregação das Franciscanas do Senhor há 55 anos.
E no mesmo dia deste movimento de fé e amor ás coisas de Deus, uma boa notícia: o juiz Fábio Garcia Macedo Filho suspendeu o decreto do prefeito que determinava o tombamento dos bens de Nhá Chica.

Amor é muito mais que um sentimento

Quanta angústia e até desespero quando se ouve do outro: “Não gosto mais de você!” O gostar é um sentimento. Nossos sentimentos podem mudar de um minuto a outro. Por exemplo, posso estar muito feliz, porém, se de repente recebo uma notícia ruim, torno-me muito triste. Dessa forma, meu sentimento, que era de alegria, agora é de tristeza. Mudou em segundos.
Se o amor for apenas um sentimento, então, ele é frágil e pode mudar ou acabar de uma hora para outra. Amor é muito mais que um sentimento.
Amar é um ato. Uma atitude em favor do outro.
Em I Coríntios 13, 5 diz: “O amor não busca os seus próprios interesses”. Ama aquele que não procura os seus interesses, mas, os do outro. Amar é uma ação, um movimento em favor e em direção ao outro.
Amar é uma atitude que alguém toma em favor e em direção ao outro, sem nada esperar, cobrar e exigir em troca (assim é o amor de Deus por nós: incondicional e desinteressado). Amar é uma atitude que precisa ser renovada todo dia e a todo instante.
Assim, se alguém não me ama hoje, se não está disposto a me amar hoje, poderá me amar amanhã. Da mesma forma, se eu não amo alguém, hoje, posso amá-lo amanhã. Se não amava os pobres, os moradores de rua, posso começar a amá-los. Assim como, pais que não amavam um filho podem começar a amá-lo.
Se você já não ama alguém, pode voltar a amá-lo no momento em que se decidir por isso. Tampouco existe amor não correspondido. Ele nunca depende do outro, apenas de quem se dispõe a amar.
O sentimento pode mudar como o vento, mas “o amor jamais acabará” (I Coríntios 13,8).
Pe. alir

terça-feira, 23 de junho de 2009

Sinto-me perdido... Como reencontrar o caminho?

O fato de procurarmos não amontoar os afazeres é coisa séria que deveria ser mais observada por todos. É importante começar e concluir o que resolvemos fazer; caso contrário, corremos o risco de não conseguir realizar nada; daí vem a frustração. Isso pode gerar angústia, sentimento de incapacidade e tantas outras experiências interiores que a gente não compreende muito bem, mas, quase sempre, são fruto desse estado de mau comprometimento com o que devemos fazer a té o fim! Por favor, medite sobre isso! Reze, faça uma lista e comece sempre com o que é mais importante!

Quando devemos fazer o bem a alguém?

Esta é a regra de ouro do Evangelho: “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei também a eles” (Mateus 7,12a).
Com certeza, esse é um maravilhoso programa de vida a ser vivido por cada um de nós; temos a oportunidade de fazer o bem sempre, independentemente para quem quer que seja, até mesmo aos nossos inimigos, em obediência à Palavra do Senhor, que pede: “Amai vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo sereis filhos de vosso Pai do céu, pois Ele faz nascer o sol tantos sobre os maus, como sobre os bons” (Mateus 5, 44a-45b).
Quanto mais fizermos o bem ao nosso próximo, tanto mais parecidos e íntimos de Deus nos tornaremos.
Jesus, eu confio em Vós!
Luzia Santiago

Trabalhar as emoções feridas

A dificuldade de relacionamento e a possibilidade da mágoa não estão ligadas ao fato de sermos mais ou menos santos. Santidade é fruto de superação. Aliás, muitos santos só chegaram ao estágio de santidade exatamente porque conseguiram superar seus problemas de convivência. Ao lermos a vida dos grandes santos vemos como souberam amar, perdoar, relegar, passar por cima, voltar atrás... Foram mestres em relacionamento não porque não tiveram problemas, mas porque aprenderam a superá-los e a resolvê-los de modo correto.
Problemas existem, dificuldades de relacionamento são relativamente normais. Não podemos, sob nenhuma hipótese, permitir que essas dificuldades se transformem em ressentimentos.
Existem situações que fogem ao nosso controle e acabam por gerar desentendimentos. Mas isso jamais pode ser obstáculo para que vivamos como irmãos e nos amemos cada vez mais. O segredo é não deixar o sentimento negativo se transformar em ressentimento. A verdade precisa aparecer sempre.
É preciso aprender a expressar nossos sentimentos positivos e também os negativos. Não adianta querer se martirizar guardando tudo no coração. Mas é preciso aprender a fabulosa arte de se expressar, especialmente quando somos provocados por sentimentos estragados. Se já é difícil expressar os sentimentos bons, quanto mais expressar corretamente os sentimentos estragados. É preciso saber como falar e, acima de tudo, falar com o objetivo de fazer crescer, de desejar a cura do outro e não a sua destruição.
Ninguém está imune ao ressentimento. Ninguém consegue superá-lo só com alguns bons conselhos. O ser humano vive e se abastece pelo diálogo. Esse é o modo natural de comunicação. Mas parece que nos esquecemos de algo tão óbvio e evidente, e, diante dos problemas de relacionamento, nos fechamos num silêncio sepulcral. Sem a coragem de dialogar não existe a menor possibilidade de evitar que os problemas mais comuns do dia a dia acabem por se transformar em ressentimento.
Assim como a oração precisa ser sincera, o diálogo também deve obedecer a essa lei fundamental. Sinceridade significa estar desarmado. Não há como um diálogo ser canal de cura se eu for ao encontro do outro com o oração armado e pronto para criticá-lo, brigar com ele, ofendê-lo e culpá-lo. Isso não é diálogo, é provocação.
No diálogo fraterno e honesto não pode existir a intenção de ofender o outro ou de devolver a ofensa recebida. Se existe essa intenção, é melhor deixar para outra hora. Tudo o que falamos na hora da exaltação e da raiva só ajuda a aumentar o problema e a aprofundar a ferida.
O diálogo só é curador quando ocorre num clima de amizade fraterna, com o objetivo de solucionar o problema; é curador se ajuda quem fala e quem escuta. Ou ajuda a curar os dois envolvidos no processo ou não é cura do ressentimento. Por isso, o diálogo curador exige a coragem de ouvir. É preciso se colocar no lugar do outro, tentando enxergar o problema a partir do ponto de vista dele, tentando enxergar o problema a partir do ponto de vista dele, saber como ele está vendo e sentindo a situação.
(Do livro “A cura do ressentimento” do padre Léo)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

NÃO AO TOMBAMENTO. EM FAVOR DE NHÁ CHICA

Ser contra o tombamento do acervo de Nhá Chica e os restos mortais nada mais é do que ato de Fé, amor e devoção. Eu sou contra! Milhares estão dizendo a mesma coisa.
Todos os devotos que estão assinando o abaixo assinado e que estão levantando suas vozes em favor das Freiras do abrigo Nhá Chica são pessoas inteligentes e que sabem muito bem para que serve o tombamento.
O que estas milhares de pessoas sabem também é que o momento é inoportuno como bem disse a advogada da associação na TV. Sabem ainda que os restos mortais de um SANTO deve fiar sob guarda da Santa Igreja e sabem ainda que todo este processo se deve única e exclusivamente por perseguição pessoal de gente que não entenderam que não fazem mais parte de nada lá, que não são bem vindas mais no abrigo Nhá Chica pois traíram aquelas que as receberam de braços abertos. SE você não sabe do que estou falando procure saber. Pergunte em Baependi. Vão ao Fórum. Fale com as freiras.
O tal tombamento é fora de época, é fora de hora e foi feito de forma unilateral. Se existisse boa intenção, as freiras teriam sido chamadas para conversar, o padre da cidade também e até o Bispo. Ele já falou que é contra. A IGREJA é contra minha gente!
Mas não: um grupo, sabe-se lá se bem preparado ou não, tomou a decisão e pronto.
Os tombamentos e os tais Conselhos de Patrimônio devem olhar e servir para coisas históricas que estejam abandonadas. Quem visita Nhá Chica sabe que tudo lá está muito bem conservado devido a DOAÇÂO DE ROMEIROS e outros devotos que entregam sem medo o dinheiro nas mãos das irmãs que cuidam de tudo há meio século.
Você teria coragem de deixar tudo na mão de uma Prefeitura? Será que teria sido conservado como foi? E se as pessoas que estão por trás disto tudo resolverem COBRAR para que o devoto va rezar e agradecer na casinha da Nhá Chica ou na Igreja? Quem garante que não vão fazer isto?
Assim como o município tem direito de desconfiar do cuidado que as freiras tem com as coisas de Nhá Chica, o povo tem todo o direito de desconfiar das intenções deste tombamento.
Querem mesmo ajudar? Se dizem devotos e preocupados com Nhá Chica? Então deixe a Santa Igreja cuidar de tudo como foi até agora. Esperem Nhá Chica ser Beatificada. Ai depois com muita calma e pleno entendimento, com pessoas mais competentes a frente da administração pública, façam o tombamento com plena participação da Igreja, as claras,de portas abertas, deixando os cuidados de tudo nas mãos de quem sempre cuidou: as freiras do abrigo Nhá Chica.
O momento não é do povo se curvar. É hora do povo se levantar e mostrar ao mundo que Nhá Chica é SANTA e que não precisa d e meia dúzia querendo posar de zeladoras do que a Santa de Baependi deixou.
Saiam da frente e façam uma remissão dos atos pecaminosos que vocês tem causado nos últimos tempos.

Que Deus nos proteja,

Bernardo
Por email

NHÁ CHICA: Tombamento do acervo de Nhá Chica causa polêmica - Decreto municipal pode atrapalhar o processo de beatificação

Um decreto oficial assinado na terça-feira (16) pelo prefeito de Baependi, Claudio Rollo, no Sul de Minas Gerais, garantiu o tombamento do acervo de Nhá Chica, como patrimônio cultural do município. Mas a atitude causou polêmica. Os objetos e a casa onde ela morou são mantidos, há anos, por uma instituição religiosa. A Igreja alega que o tombamento vai prejudicar o processo de beatificação da “Serva de Deus”, título que Nhá Chica recebeu oficialmente da Congregação das Causas dos Santos, do Vaticano, em 1991. O processo de beatificação está no Vaticano há cerca de 15 anos e já chegou à fase final. De acordo com a prefeitura, apesar do tombamento, as freiras e a Associação Nhá Chica continuam a tomar conta dos seus bens e dos restos mortais. Na prática, o que muda por enquanto, é que só o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural pode autorizar qualquer tipo de mudança no acervo de Nhá Chica.
Fonte: EPTVComentários retirados do site da EPTV:
· mariana 19/06/2009
eu sou contra o tombamento, pois o prefeito nao avisou as irmas que la vivem .
· lucia flavia dos santos 18/06/2009
Sobre o possivel tombamento dos pertences da serva de DEUS Nha Chica, digo que no momento temos mais é que investirmos em orações para que a mesma seja beatificada, e não preocuparmos com dinheiro que o municipio tera que repassar para a associação Nha Chica caso ocorra o tombamento. As irmãs administram com clareza, responsabilidade, carinho,dedicação, respeito e com muito amor a DEUS e a serva de deus Nha Chica, então para que pertubá-las meste momento onde elas estão em orações pela beatificação? o ditado que diz; " quem não ajuda não deve atrapalhar", cai bem nesse caso, e para o conselho do patrimonio historico e cultural do municipio digo que deve se preocupar com os bens ja tombados cuja responsabilidade é do municipio, e com os bens com processo de analise para tombamento, com as coisas de DEUS, temos que ter muito conhecimento e respeito, alem de analisarmos se vai ou não atingir aqueles que dedicam suas vidas em prol dos excluidos, necessitados, sem contar que temos que ter "TEMOR A DEUS", ele ve tudo e sabe qual realmente é nossa intenção......NO MOMENTO SOU CONTRA O PROCESSO DE TOMBAMENTO DOS PERTENCES DA SERVA DE DEUS "NHA CHICA" UM ABRAÇO A TODOS VOCES QUE TRABALHAM COM SERIEDADE E DEDICAÇÃO PARA QUE AS NOTICIAS CHEGUEM ATE NÓS COM CLAREZA. VOCES ESTÃO DE PARABENS. LUCIA FLAVIA, MORO EM BAEPENDI A 4 MESES APENAS, MAS SE PRECISO FOR, LUTAREI EM PROL DA ASSOCIAÇÃO BENEFICIENTE "NHA CHICA".
· stefhani 18/06/2009
Eu não acho certo esse tombamento , sou de baependi e posso conferir de perto o que está acontecendo , espero que nossa serva de DEUS seja beatificada·

domingo, 21 de junho de 2009

Como atrair boas vocações

Peço desculpas ao leitor e à leitora se o título deste texto promete mais do que pode oferecer. Na verdade, eu não tenho uma fórmula mágica para con­ seguir boas vocações, embora tenha tido a graça de acompanhar algumas delas. A úl­tima surpresa foi um breve e-mail que re­cebi de uma jovem adulta, já formada:
"Meu coração arde pelo Senhor e penso que não posso mais negar minha vocação. Ainda não cheguei no momento da eleição no EVC, portanto quero ser prudente e pa­ciente". O EVC é a experiência dos Exer­cícios Espirituais na Vida Cotidiana, se­guindo a metodologia inaciana. A "eleição" é o objetivo central dos Exercícios. Con­siste na descoberta da vontade de Deus sobre o e a exercitante.
Atrair vocações no Brasil, neste mo­mento, sobretudo no Norte e no Nordes­te, não parece difícil. As "novas comuni­dades" e os "movimentos", que os nossos teólogos consideram "fundamentalistas " , têm suas casas e seminários cheios. São boas vocações? Só Deus sabe. O tempo mostrará a que vieram. O que sim pode­mos afirmar é que é menos ruim ter uma paróquia sem padre do que uma paróquia com um padre problemático. E toda supe­riora provincial preferirá ter uma Província pequena, mas de irmãs unidas e identi­ficadas com o carisma da congregação, do que um bando de religiosas divididas ou "franco-atirador".
Um grupo de jovens irmãs me dizia, com humor, que sua congregação fazia "propaganda enganosa" na pastoral vo­cacional: todos os folhetos e o site da congregação apresentavam religiosas jo­vens, bonitas, sorridentes... Pareciam tão felizes que suscitava nas jovens - espe­cialmente as do interior, e de maneira especial nas jovens com problemas fami­liares, carência afetiva etc - o desejo de serem daquela forma: livres, alegres e "felizes para sempre". AÍ, entram na congregação e encontram uma realidade muito diferente.
Uma pessoa que está em alto cargo de uma ordem religiosa acaba de reconhecer que nosso estilo de vida não é atrativo para muitos jovens. É claro, porém, que qual­ quer jovem inteligente compreende que constatações deste gênero não são publicáveis no material de propaganda do instituto. Toda propaganda deverá ser dis­creta, mas nunca negativa.
Então perguntará o leitor e a leitora impaciente: "Como atrair boas vocações sacerdotais e religiosas?". A resposta é bem conhecida: vivendo com coerência e alegria a própria vocação diante da juven­tude. Tratando estes jovens e estas jovens com carinho, com prudência e com paci­ência, como disse a jovem adulta que me enviou o e-mail. Quem não estiver dis­posto ou disposta a "perder tempo", es­cutando os jovens, poderá publicar livros de pastoral vocacional, participar de con­gressos vocacionais e distribuir santinhos do fundador ou fundadora da congregação, mas dificilmente cativará o coração de jo­vens em quem Deus semeou a boa se­ mente da vocação.
Luís González-Quevedo Religioso Jesuíta e sacerdote

Santa Sé divulga decreto para indulgência no Ano Sacerdotal

A Penitenciaria Apostólica do Vaticano, através de boletim no site http://www.annussacerdotalis.org/, divulgou o decreto que confere indulgência, durante Ano Sacerdotal. As indulgências serão concedidas não apenas aos sacerdotes, mas também aos leigos que estejam em comunhão com as intenções do Ano Sacerdotal. Confira o boletim na íntregra: Boletim nº 03328 Aos sacerdotes realmente arrependidos, que em qualquer dia rezarem com devoção ao menos as Laudes matutinas ou as Vésperas diante do Santíssimo Sacramento, exposto a adoração pública ou guardado no tabernáculo, e, a exemplo de São João Maria Vianney, se oferecerem com espírito pronto e generoso à celebração dos sacramentos, sobretudo da Confissão, é concedida misericordiosamente, em Deus, a Indulgência Plenária, que poderão aplicar também em sufrágio dos coirmãos defuntos, se, em conformidade com as disposições vigentes, participarem da confissão sacramental e da Ceia Eucarística, e rezarem segundo as intenções do Sumo Pontífice. Aos sacerdotes é concedida, ainda, a Indulgência Parcial, também aplicável aos coirmãos defuntos, todas as vezes que rezarem com devoção orações devidamente aprovadas, tendo em vista levar uma vida santa e realizar santamente os ofícios que lhes foram confiados. A todos os fiéis realmente arrependidos que, na igreja ou numa capela, assistirem com devoção ao divino Sacrifício da Missa e oferecerem, pelos sacerdotes de toda a Igreja, orações a Jesus Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote, e uma boa obra realizada nesse dia, para que os santifique e os molde segundo Seu Coração, é concedida a Indulgência Plenária, desde que tenham expiado seus pecados com a penitência sacramental e elevado orações pela intenção do Sumo Pontífice: nos dias em que se abre e encerra o Ano Sacerdotal; no dia do 150º aniversário da piedosa passagem para os céus de São João Maria Vianney; na primeira quinta-feira do mês ou em qualquer outro dia estabelecido pelos Ordinários do lugar para a utilidade dos fiéis. Será muito oportuno que, nas igrejas catedrais e paroquiais, os sacerdotes encarregados da pastoral sejam os mesmos a dirigir publicamente esses exercícios de piedade, celebrar a Santa Missa e confessar os fiéis. Aos idosos, aos doentes e a todos aqueles que por motivos legítimos não puderem sair de casa, mas tiverem o espírito desapegado de qualquer pecado e a intenção de cumprir, tão logo possível, as três condições habituais, em sua casa ou no local em que o impedimento os detém, será igualmente concedida a Indulgência Plenária, se, nos dias acima determinados, rezarem orações pela santificação dos sacerdotes e oferecerem a Deus com confiança, por meio de Maria, Rainha dos Apóstolos, as doenças e os dissabores de sua vida. É concedida, enfim, a Indulgência Parcial a todos os fiéis todas as vezes que rezarem devotamente cinco Pai-nossos, Ave-marias e Glória ao Pai, ou outra oração especialmente aprovada, em honra do Sagrado Coração de Jesus, para obter que os sacerdotes se conservem em pureza e santidade de vida. O presente Decreto é válido por toda a duração do Ano Sacerdotal, não obstante qualquer disposição contrária.
Dado em Roma, da sede da Penitenciaria Apostólica, em 25 de abril, festa de São Marcos Evangelista, ano da Encarnação do Senhor de 2009.
James Francis Card. Stafford
Penitenciário-Mor
Gianfranco Girotti, O.F.M.
Conv.Bisp. Tit. de Meta, Regente

sábado, 20 de junho de 2009

A alegria de ser padre


Ontem, dia 19 de junho, o Santo Padre proclamou oficialmente o "Ano Sacerdotal", por ocasião do 150° aniversário do dies natalis de João Maria Vianney, o Santo Patrono de todos os párocos do mundo. Todos devem cumprimentar o padre de sua paróquia, capela, comunidade e todos os sacerdotes que Deus colocou no caminho de sua vida. É o mínimo que podemos fazer em gratidão àqueles que o Senhor escolheu para serem nossos pais e pastores. A palavra “padre” quer dizer “pai”. Todo padre é pai. Deus, porém, me concedeu uma graça especial: os consagrados na nossa Comunidade Canção Nova me têm e me amam como um pai. Eu também os amo e os acolho como verdadeiro pai. Todos sabem que se trata de uma paternidade espiritual, mas muito concreta e real. É uma grande graça e uma imensa alegria. No caminho que venho percorrendo, Deus colocou inúmeros padres que marcaram minha vida. Alguns deles eram verdadeiros santos, que me foram modelo e impulso para eu caminhar rumo ao sacerdócio. Devo destacar especialmente o padre Geraldo Martinelli. Observando seu jeito de ser e de agir como sacerdote, quando eu era ainda tão menino e cursava o primário, me decidi: eu quero ser padre, mas do jeito do padre Martinelli. Com a graça de Deus, nesses quase 45 anos de sacerdócio posso dizer que nunca me arrependi, nunca pensei em voltar atrás. Sou feliz como padre, realizado e disposto a ser cada vez melhor. Digo a todos, mas especialmente aos jovens: ser padre é bom demais! Quando estava a um passo da ordenação sacerdotal, fui abraçar minha mãe e ela estava chorando. Então, perguntei: “Por que a senhora está chorando assim?” Ela me respondeu: “Você escolheu um caminho muito difícil, meu filho. Você vai sofrer muito. Mas, já que a escolha está feita, que Deus o abençoe”. Dei um abraço bastante apertado nela, enquanto me lembrava das palavras que Dom Bosco ouviu de sua própria mãe: “Começar a ser padre é começar a sofrer”. As duas mães tinham toda razão. É verdade que o sofrimento sempre fez parte e sei que continuará presente em minha vida sacerdotal. Mas, nada disso tirou nem irá tirar a felicidade e a realização de ser padre. Sou feliz, sem sombra de dúvidas. Muito feliz e cada vez mais realizado! Da minha parte, eu assumo e quero ser pai. Essa paternidade vem de Deus e eu quero que ela se concretize cada vez mais. É ou não é uma verdadeira realização? É raro imaginar uma fonte de alegria e de felicidade maior do que essa. Ser padre e ser pai é bom demais. Por isso, é preciso se alegrar e fazer festa. Muita festa.
Seu irmão, Monsenhor Jonas Abib

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Escolho escolher

Como você acordou hoje?
Cansado? Com vontade de dormir mais 3 horas?
Quais foram as primeiras vontades que você teve?
De ficar na cama curtindo o frio da manhã e aquele sono que é o melhor.
Quais as escolhas que fez nas primeiras horas de hoje?
Escolhi levantar, pegar minha toalha e tomar um banho e fazer minha higiene e começar mais um dia de trabalho.
Dormir, acordar, trabalhar, estudar... parece que nossa vida gira em torno de um círculo vicioso que tende à rotina.... e parece que temos vontade de estar em qualquer lugar, menos neste em que estamos agora.
Se alguma vez você teve essas reações, se fez essas perguntas, bem-vindo(a) à vida normal de ser gente...
Mas o que fazer com tudo isso?
Escolha...
Em tudo se pode escolher...
E quando parece que a vida me aperta de um lado e de outro e as possibilidades se perdem nos compromissos e nas respostas a serem dadas?
Escolha...
Sempre podemos escolher. Até escolher em não escolher.
Mas acredito que estou num completo vir a ser e que a cada escolha que faço imprimo um pouco de meu mistério de ser pessoa.
Mistério que vai se revelando em meio às minhas escolhas e assim vou mostrando e descobrindo um pouco de mim.
Tecendo esta colcha de retalhos de escolhas vou me percebendo e me vendo. Mas em cada escolha, escolho escolher por Deus que vai me direcionando nas consequências de minhas opções.
E hoje agir como escolhido e podendo fazer escolhas vejo que não vivo de rotina...mas vivo de escolhas! Pois na verdade sou escolhido!
Adriano Gonçalves

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Um Deus mocinho ou bandido?

No meu ministério de atendimento aos sofredores de modo geral, uma coisa tem me intrigado: por que a maioria das pessoas atribui a Deus a “culpa” pela sua situação difícil? Isso seria consequência de uma formação religiosa superficial ao ensinar que, em vários sentidos, Deus é origem de todos os movimentos sobre a face da terra? Seria uma indevida aplicação da terceira lei de Newton com relação à espiritualidade, fazendo-nos pensar que, aí também, todo efeito tem uma causa? Seria essa mentalidade provocada pelo senso comum da narrativa literária ocidental ao afirmar que em toda história tem de haver necessariamente um mocinho e um bandido?
É incrível, mas pessoas piedosas e com grande abertura para o bem e para a paz, quando são assoladas pelo sofrimento, migram para o infrutífero lugar de vítima. Parece que enquanto o sofrimento está no outro, tudo se explica e se consola a poder de reza, tudo se encaixa na ordem do mundo espiritual e fica fácil falar em coisas perigosas como “os desígnios de Deus”; e é automático recorrer à imensa gama de clichês bíblicos que tentam impor a resignação. Mas quando o sofrimento chega pela porta dos fundos, ou seja, quando seu destinatário são essas mesmas pessoas piedosas, então nada daquilo que foi dito para o outro serve para si mesmas, todas as certezas parecem ruir e todo sólido discurso religioso parece dissolver-se no ar.
Muitos cristãos não conseguem assimilar o sofrimento como algo que faz parte da vida, mesmo sendo esse segredo o que há de melhor no Cristianismo. Tão familiarizados com a dor que mana do crucifixo e tão acostumados a reler Jesus alertando que a dor faz parte do nosso caminho – “no mundo, tereis aflições”, “renuncia a ti mesmo, toma a tua cruz”, “bem aventurados os que choram”, entre outros –, nós às vezes sofremos como pagãos, como os que “não têm esperança” (cf. 1Ts 4,13).
Podemos nos colocar frente ao sofrimento pelo menos de duas formas bem distintas. Podemos considerá-lo uma espécie de “boletim de ocorrência” que precisa ser investigado até que se encontre o culpado (e quase sempre já iniciamos a investigação tendo Deus como único suspeito). Ou podemos encará-lo como um mistério; e ninguém ousa interrogar mistérios, porque soa desrespeitoso e inútil. Mistérios nós apenas contemplamos e nos deixamos tomar por eles. Se possível, buscamos encontrar neles alguma beleza ou algum aprendizado, para que não passem por nós em vão. Não há nada mais a fazer. O resto é silêncio, paciência e espera em Deus.
A Escolástica nos ensinou que Deus é sumamente imutável, impassível e feliz: nada pode abalar Seu estado de espírito, nada pode impeli-Lo de coisa alguma. Ensinou-nos também que o Altíssimo é Onipotente e pode absolutamente tudo. E que, se Ele pode tudo e não o faz, é certamente porque não o quer. Logo, o sofrimento de uma pessoa seria claramente vontade divina. Esse é o conhecimento teológico necessário para se formular a imagem de um Criador frio e indiferente. Portanto, é urgente acrescentar a tudo isso o maior atributo do Todo-poderoso: a compaixão. A natureza divina não sofre em si mesma, porque é perfeita e completa. Mas o Senhor sofre, sim, em relação aos outros. Ele sofre por amor a nós. Essa é a face de Deus Pai revelada por Jesus: um Deus que sofre com os que sofrem e chora com os que choram.
Amar não significa impedir, a todo custo, o sofrimento do amado, mas sim, manifestar-lhe companhia e apoio quando surgir o infortúnio inevitável. Se uma mãe estivesse determinada a impedir qualquer sofrimento de se aproximar de seu filho, ela não o deixaria sair do útero, nem cortaria o cordão umbilical, tampouco o deixaria brincar, ir à escola, entre outros. Isso, claro, não seria amor, e sim, absurdo egoísmo, “fagocitose” afetiva. Porque é impossível crescer e ser feliz sem experimentar o sofrimento, consequência natural do confronto de liberdades humanas.
Entender isso no geral é até fácil. Difícil é aplicá-lo concretamente na dor particular, no drama de um momento pontual. Também há desníveis na forma de encarar os diversos tipos de sofrimento: físico, psicológico, moral, acidental, provocado, e assim por diante.
Padre Juliano R. Almeida - Cachoeiro do Itapemerim

terça-feira, 16 de junho de 2009

Reunião da coordenação do SAV Nacional

Nos dias 8 e 9 de junho estiveram reunidos no Centro ROGATE na Freguesia do Ó – São Paulo, representantes dos Regionais do SAV/ Pastoral Vocacional, para partilhar as atividades, de modo particular o dia do Bom Pastor e os encaminhamentos do mês vocacional. Pe. Regionaldo Lima apresentou o texto Pastoral vocacional da Pontifícia Obra das Vocações que vem recordar os princípios da Pastoral vocacional, orientações para a Pastoral vocacional e estruturas pastorais. Também vimos as normas e funcionamentos da Pastoral vocacional por fim, os encaminhamentos que estão sendo feito para a realização do II Congresso Vocacional Latino Americano que acontecerá de 08 a 12 de fevereiro de 2011 em Costa Rica.

Diálogo, ato crucial para o entendimento

A habilidade em saber expressar uma ideia, de maneira clara, elimina qualquer possibilidade de um mal-entendido. Como já foi citado em outros artigos (Comunicação pobre, relacionamentos vazios; A verdade não usa máscaras e O momento para se falar a verdade) quando algo não está progredindo, a melhor saída é o diálogo. Não há como duvidar da eficácia de uma conversa franca para estabelecer um bom nível dentro do relacionamento, necessidade que, além de fortalecer nossos objetivos, facilita a realização do propósito comum.
Na vida conjugal, as coisas que nos fazem investir em mudanças são aquelas que sabemos que vão ao encontro dos anseios de nosso cônjuge. Muitos casais, às vezes, conversam sobre tudo o que diz respeito à casa, aos filhos, entre outras coisas; contudo, falar das necessidades íntimas é que permite mostrar quem realmente somos.
Ouça comentários do autor
Se percebermos uma infiltração no alicerce de uma casa e não tomarmos nenhuma providência, em breve, este imóvel estará com suas estruturas comprometidas. Da mesma maneira, no convívio a dois, é preciso falar daquilo que está nos consumindo por dentro. Mas, comentar sobre aquilo que não nos agrada nem sempre é fácil, pois, na necessidade de esclarecer nosso ponto de vista, naturalmente, teremos de confrontar opiniões.
Dentro das exigências do relacionamento está também o compromisso em conhecer e acolher o nosso cônjuge e sua opinião sobre aquilo que achamos provocar seu descontentamento. Nesse diálogo equilibrado teremos a oportunidade de defender ou justificar nossas atitudes e apresentar nossas objeções.
Nossos problemas podem parecer difíceis se tentarmos resolvê-los sozinhos. Há coisas que não mudam de um dia para o outro; tampouco podemos corrigir algo se desconhecemos o que desagrada a outra pessoa.
Todos nossos impasses têm solução e os desgastes emocionais podem ser aliviados quando contamos com a disposição e o comprometimento do nosso cônjuge para eliminar tudo aquilo que traz desequilíbrio no convívio. Entretanto, se uma possível desavença de opinião nos parece um obstáculo, maiores serão os desafios se – por medo ou insegurança – optarmos pelo silêncio.
Todos esses aprendizados e conquistas permitem ao casal se conhecer melhor para, juntos, alcançar seus propósitos. Uma boa conversa pode ser crucial para restabelecer a retomada do bom convívio, pois, a partir dos argumentos apresentados pela pessoa com quem nos relacionamos, novas estratégias poderão ser traçadas em comum acordo para equacionar uma situação delicada. Infelizmente, há pessoas que preferem recuar diante da necessidade de confrontar seus pontos de vista. Tentar se acomodar dentro de uma situação inaceitável poderá ser um engano, induzindo o outro a pensar que tudo está bem.
Particularmente, considero importante não nos conformarmos com aquilo que nos desagrada no relacionamento, pois o nosso cônjuge precisa saber daquilo que trazemos como preocupações, assim como dos desejos e prioridades acalentados em nosso coração.
Muitas vezes, podemos conversar sobre muitas outras coisas, mas não sobre aquelas situações que passam pelos anseios de nossa alma.
Abrir-se ao diálogo é o caminho que levará muitos casais ao sucesso de uma vida conjugal assumida em comum, sem, no entanto, perder o entusiasmo.
Deixar as coisas como estão, para descobrir aonde vão chegar, poderá ter um desfecho contrário ao que havíamos previsto para o tão sonhado convívio a dois.
Deus os abençoe!
Dado Moura

sábado, 13 de junho de 2009

O que vale mais: atitude ou palavra?

Depende com quem você deseja se comunicar. Entretanto, uma coisa é certa: se sua palavra não for fiel àquilo que você faz e vive, esta não terá valor algum. Portanto, é fundamental que nossas palavras estejam de acordo com nosso modo de ser e viver. Nada nesta vida é mais decepcionante do que quando descobrimos que alguém, a quem estimamos, vive diferente do que ele diz viver, ou seja, quando não há testemunho de vida.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Namorar ou ficar

Nos dias de hoje, por incrível que pareça, namorar é considerado fora de moda. O "ficar" parece muito mais fácil, certo? Talvez nem tanto. No “ficar” as pessoas se encontram, se atraem e acabam trocando beijos ou até algo mais. Mas é importante dizer que esse tipo de relacionamento caracteriza-se pela ausência de compromisso, de limites e regras claramente estabelecidas: o que pode ou não pode é definido no momento em que o relacionamento acontece, de acordo com a vontade dos próprios “ficantes”.
A duração do “ficar” varia: o tempo de um único beijo, a noite toda, algumas semanas. Nessa situação, ligar no dia seguinte ou procurar o outro não é dever de nenhum dos envolvidos.
Por essa razão, esse tipo de envolvimento acaba se tornando atraente para muitas pessoas que desejam apenas curtir o lado bom do namoro, sem responsabilidades, cobranças ou compromissos. A partir disso essa prática acaba substituindo e muito o namoro; muitos jovens preferem apenas trocar alguns carinhos a encarar uma relação mais séria. O problema é que, muitas vezes, bate uma carência, uma vontade de ter alguém...
A pessoa que sempre “fica” dificilmente se envolve. Chega uma hora em que é natural sentir vontade de ter alguém com quem sair, conversar, dividir bons e maus momentos, trocar beijos e carinhos, enfim, ter um relacionamento. Algumas pessoas, às vezes, ficam com vários parceiros na mesma noite, às vezes durante vários dias.
Para refletir:
1) ficar é namorar de brincadeira;
2) ficar é praticar para ver se vai dar certo;
3) ficar é suprir provisoriamente a carência afetiva e sexual;
4) ficar é curtir todo mundo numa boa, sem compromisso
5) enfim, ficar não significa namorar nem mesmo significa crescer.
Pense sempre que Deus tem o melhor para você. Valorizar-se é o caminho da busca da verdadeira felicidade.
"O jovem não foi feito para o prazer, mas para o desafio!" (Paul Marcel, filósofo cristão francês).
João Mariano e Silvia Helena

Por detrás da aparência do pão

Os católicos dizem que não é mais pão após a consagração, mas é o Corpo de Cristo. Isso é uma loucura ou uma verdade que supera os critérios científicos?
O homem moderno espera da ciência, muitas vezes, um remédio que possa curar sua insegurança diante dos vários emblemas que o rodeiam, como a morte, a origem das coisas, o sentido da existência, o drama do sofrimento e da insatisfação interior, entre outros. Diante de suas múltiplas interrogações o que não é provado passa a ser tido como não verdadeiro.
A afirmação católica: "Não é pão e sim Corpo de Cristo" passa a ser considerada uma loucura. Nos laboratórios o que se verifica são as matérias de trigo e de vinho. Da mesma maneira, para muitos cristãos, essa mesma afirmação se encerra apenas no âmbito simbólico, ou seja, aponta para uma realidade, porém, não a contém em si mesma em sua inteireza. Portanto, como acreditar em um sinal de contradição até mesmo no meio cristão?
Existem realidades que superam as constatações realizadas em laboratórios, por exemplo: alguém já tocou em sua alma? Alguém já provou cientificamente a composição da alma humana? Como poderíamos negar sua existência, pois uma vez que alguém morre o que se vê é apenas um corpo e não mais um "alguém"? Por essa razão dizemos que está morto. Porque aquele corpo não possui mais alma.
Da mesma forma o Corpo de Cristo não é verificável em laboratório, mas sim, no princípio de causa e efeito. Se é Cristo deve por sua vez possuir um efeito. Como o alimento, alimenta, o Corpo de Cristo "cristifica", ou seja, faz a pessoa se superar, levando-a progressivamente a crescer no amor, a dar sentido a sua existência, a tornar-se mais humana e por sua vez mais divina.
Essa verdade se comprova também por "pesquisa de campo", pois são milhares de pessoas que no decorrer da história têm testemunhado virtudes heroicas e, ao mesmo tempo, que a causa de sua transformação e a base de sua felicidade se encontram no Deus escondido por detrás do pão consagrado.
Leandro Cesar

quinta-feira, 11 de junho de 2009

SAV realiza reunião com representantes de OVS’s

Com o objetivo de reorganizar e animar as Associações de São José das Obras das Vocações Sacerdotais (OVS), motivado pela realização do Ano Sacedotal, o Serviço de Animação Vocacional (SAV) realizou, no Centro Diocesano de Formação Pastoral, em Três Corações/MG, uma reunião com representantes das OVS’s de nossa Diocese, no último domingo, 07 de junho.
Estiveram presentes as coordenações de três paróquias: Paróquia Sagrada Família, de Três Corações/MG, Paróquia Santa Rita, de Boa Esperança/MG e Paróquia Nossa Senhora do Carmo, de Campos Gerais/MG.
Na oportunidade, debateu-se sobre a importância das OVS’s para a vida da Igreja, dado seu caráter intercessor e incentivador das vocações na comunidade, partilharam-se as experiências de trabalho e de organização de cada paróquia, bem como as dificuldades e desafios. Por fim, Jane Abdala, de Campos Gerais, foi eleita como representante diocesana da OVS para integrar a Equipe Diocesana do SAV e auxiliar na articulação e expansão dessa associação de fiéis.
Em seguida, houve reunião da Equipe Diocesana do SAV. Avaliou-se a formação de animadores vocacionais nas foranias. Estes encontros de formação foram realizados ao longo do mês de maio nas cinco foranias, contando com a presença de 19 paróquias. Além da estrutura do encontro foi considerada muito positiva a acolhida dos vigários forâneos e das comunidades paroquiais onde foram realizados os encontros (Dores de Boa Esperança; Cambuquira; Pouso Alto e Baependi), acolhida essa também vista no Centro Diocesano de Formação Pastoral, em Três Corações/MG.
Foram eleitos também representantes de cada forania, que auxiliarão na comunicação e articulação da Animação Vocacional.Aos que participaram e auxiliaram nosso muito obrigado!
Outro assunto da reunião foi a preparação da I Jornada Vocacional Diocesana que acontecerá no dia 2 de agosto, em Varginha, no Colégio Marista, a partir de 8h30min. Desde já, todos os diocesanos da Campanha sintam-se convidados, especialmente os jovens e os leigos engajados e atuantes nas comunidades! Em breve, daremos mais informações sobre a Jornada.

Adoremos nosso Senhor e Rei!

Eu sou muito agradecido a Deus pela graça que Ele me concedeu ainda no meu tempo de menino. Com 12 anos de idade eu já fazia adoração noturna. Eu era aluno das Escolas Profissionais dos padres salesianos no Liceu Coração de Jesus. Todos os meses, nós éramos convidados para dar ao Coração de Jesus o presente de uma noite de adoração diante do Santíssimo Sacramento. O povo diz que ''É de pequenino que se torce o pepino'', e eu só posso agradecer, porque o Coração de Jesus reservava uma noite inteira, todos os meses, para trabalhar meu coração de menino. Agora sou capaz de entender que muita coisa que vivo e realizo, hoje, foi semeada em mim pelo próprio Jesus naquelas noites de adoração. Não é mérito meu ter começado tão cedo: foi uma imensa graça, que eu não sou capaz de avaliar. O fato de a Canção Nova ser hoje uma "Comunidade de Amor e Adoração" é consequência disso. Com a graça de Deus, a adoração ao Santíssimo Sacramento acontece nas 24 horas do dia nesse Território Eucarístico! Há sempre gente adorando Jesus Cristo na Santíssima Eucaristia. Este é o segredo da Canção Nova: cada um de nós tira um tempo, todos os dias, para estar a sós com o Senhor, de coração a coração com Aquele que nos amou e nos confiou essa missão de evangelizar. Dom Bosco repetia sempre para os seus jovens, e eu tive a graça de aprender isso nos meus tempos de menino: ''Quereis alguma graça? Visitai Jesus no Santíssimo Sacramento. Quereis muitas graças? Visitai-O muitas vezes. Quereis poucas graças? Visitai-O poucas vezes''. As conclusões práticas para sua vida você já tirou! Neste mês de junho, mês do Sagrado Coração de Jesus e da Festa de Corpus Christi, celebrada hoje pela Igreja, Jesus está esperando você, de braços abertos, na Santíssima Eucaristia. É Ele que quer dar a você a graça de estar com Ele, de coração a coração, nas horas privilegiadas da sua adoração. Certamente você sabe que o exame científico comprovou que aquela Hóstia transformada em Carne viva – no Milagre Eucarístico de Lanciano – é tecido do miocárdio: portanto, do Coração de Jesus Cristo! Na Santíssima Eucaristia, nas 24 horas, dia após dia, o Coração de Jesus bate forte por você!
Seu irmão, Monsenhor Jonas Abib

terça-feira, 9 de junho de 2009

A família perfeita

A família perfeita é aquela que não desiste de caminhar, de construir e restaurar o seu lar. A família é igual a uma casa em reformas, é o maior transtorno, às vezes, poeira, entulho, tudo que uma construção pode trazer. Penso que você consiga imaginar. Mas esse retrato de uma casa em construção demonstra que ninguém está parado em si ou acha que já esteja pronto; apesar dos incômodos está em construção, em reforma, em restauração. E ninguém restaura um bem se ele não for muito precioso, e isso é um sinal muito positivo. Quem já não leu este aviso em construções públicas: “Desculpe o transtorno. Estamos em construção para atendê-lo melhor”.
A primeira coisa que precisamos notar é que em casa ninguém é igual, e estamos em níveis de maturidade diferentes. Os pais têm mais experiência, mas entre eles há diferenças. Os filhos estão crescendo, sendo construídos em todos os sentidos: no físico, no psicológico e no espiritual. Aqui entra em ação o material para construir cada um, que se chama respeito e paciência com o processo do outro. Por isso, a família precisa ser o ambiente propício para as mudanças, para o crescimento e até para as crises. Ninguém deve ter vergonha de ser o que é e de estar como está em casa. Em minha opinião, existem alguns pontos primordiais para construir e restaurar a família:
1º Restaurar o relacionamento com Deus: a base do sacramento do matrimonio é o amor, sem fazer a experiência de Deus é impossível amar de verdade. O amor real, muitas vezes, passa pela experiência da morte, do aniquilamento, do esquecer-se de si mesmo; e tudo isso, sem Deus, é impossível superar. Mas é preciso respeitar a experiência religiosa de cada um, saber que ela também é individual, mas que dá para fazer um caminho para Deus, JUNTOS!
2º Fazer da minha casa um ninho de amor: na minha casa eu decido amar primeiro, o processo começa em mim, por essa razão, eu não posso cobrar aquilo que ainda não consigo dar. Procurar defeitos nos outros, culpados, não resolver as situações de tensão ou dificuldades vividas em casa, faz dela um inferno e não um pedaço do céu. Eu preciso sentir o desejo de voltar para casa, ela precisa ser o meu refúgio, meu oásis no meio do deserto. Minha casa e minha família precisam me atrair, significam porto seguro, lugar onde não importa a minha condição: EU SEI QUE SOU AMADO.
3º Partilha e diálogo: isso quer dizer onde todos crescem no conhecimento de si e dos outros. A falta de diálogo e partilha deixa crescer dentro dos membros da família os venenos que podem destrui-la, gerando os ressentimentos e as mágoas, a falta de perdão e o medo de se revelar. Dentro de casa precisa se promover um clima de confiança e aceitação do outro, eu preciso me sentir acolhido para partilhar a minha verdade. Outro dia ouvi a experiência de um movimento que se chama Equipes de Nossa Senhora, o qual trabalha com casais. Eles têm uma prática que se chama “direito de sentar-se”. Sentar-se à cadeira, sentar-se à mesa, para falar e ouvir tudo que o outro precisa dizer. ISSO É CARIDADE.
Nós não podemos esquecer que cada um tem a sua parte essencial e importante na construção da família; os pais têm seu papel de pilar de sustentação e construção da casa, mas os filhos dão sentido, vigor e alegria aos genitores. E assim vamos construindo famílias restauradas.
Oração
Pai santo, Pai amado, a restauração da minha família depende da minha participação ativa e consciente. Do meu amor e compreensão, respeito e paciência com o processo dos meus pais e irmãos, por isso, que eu não sonegue amor e verdade, perdão e misericórdia para com os meus, que esse processo comece em mim primeiro. Eu decido amar primeiro em minha família e colaborar com a restauração do santuário da vida, que é minha casa. Amém.
Minha bênção fraterna.
Padre Luizinho - Comunidade Canção Nova

domingo, 7 de junho de 2009

Pais, não impeçam a vocação dos seus filhos!

Sou muito grato a Deus! Apesar de ser tão pequeno, de ter tão poucas qualidades, quanta coisa consegui fazer com a graça de Deus! Mas, por que consegui? Sou especial? Não! Somente porque tomei o caminho que o Senhor traçou para a minha vida. Quanto mais você vive sua vocação e se dedica a ela, mais Deus Pai o vai abençoando. É assim que as coisas vão se encaixando quando se está no caminho da vocação. No entanto, tudo isso se faz com dor, com sofrimento, com suor, com perseverança, com lágrimas e sangue; mas também com resultados, com eficácia. Eu não sou a exceção, sou a regra e a regra é para todos. Você nem pode pensar em querer realizar a minha vocação, nem eu posso querer viver a sua e realizar aquilo que você realiza. Isso não daria certo. Não é querer fazer o que outro faz: Deus, de antemão, já planejou tudo. Veja que Pedro e André largaram o barco, o trabalho, suas redes; largaram tudo e seguiram Jesus. Tiago e João, que estavam trabalhando com o pai, também deixaram tudo: o chamado de Cristo foi muito forte. Deixaram o pai, largaram suas redes e seguiram o Senhor, sem vacilar. É o assumir a vocação! Com você se dá o mesmo! Deus já o criou em vista das boas obras que preparou de antemão para você. Nem pense que existem vocações maiores e menores. Quem é maior: Dom Bosco ou a mãe dele, Margarida? É dificil dizer. O grande santo italiano já é canonizado, a mãe dele ainda não. Mas eu não duvido nada que ela tenha sido tão ou mais santa do que ele. O filho se projetou e a mãe não, simplesmente porque ela ficou num lugarejo da antiga Itália o ajudando, dando-lhe suporte. Jesus disse a Pedro, André, Tiago e João: “Vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens”. Quando assumimos nossa vocação, todos nos tornamos como esses grandes homens de Deus! Por essa razão, digo aos pais: por amor de Deus, não impeçam a vocação dos seus filhos! Quantos pais querem estabelecer o caminho para os filhos! Querem que o filho seja isso ou aquilo, que tenha tal profissão, vá para aquela faculdade, se case com fulano e que tenha certas garantias... Agindo assim, os genitores, muitas vezes, levam os filhos à infelicidade de viverem para a realização de seus [pais] próprios planos. Se você agiu assim [fazendo a vontade dos pais e não a sua, ou a sua própria vontade sem discernir se era vontade divina], reze, pois Deus também tem um “plano estepe” para colocar em ação. Ele pode refazer até mesmo o que você acabou estragando. Peça essa graça ao Senhor!
Nosso Deus é o Deus do impossível!

Seu irmão,Monsenhor Jonas Abib

sábado, 6 de junho de 2009

A reciprocidade

O que é reciprocidade? Reciprocidade, reduzida à sua expressão mais simples, é o movimento vital que nos leva a influenciar e a ser influenciados. Influenciar alguém é nos incluirmos na fluência de sua vida. Ser influenciado é permitir que a fluência de vida do outro nos penetre e perpasse a nossa vida. A reciprocidade é a troca de elementos que nos dá a certeza de que temos valor para alguém.
Que elementos são esses? São elementos que vão desde os grandes sonhos, projetos, visões, ideias e ideais compartilhados até os pequenos “nadas” que fazem a diferença, ou seja, um olhar, um sorriso, uma palavra, um toque, um abraço, um gesto, um cumprimento ou qualquer outra manifestação que exprima para o outro a certeza de que ele tem valor e de que alguém reconhece isso. Esses pequenos “nadas” são as sementes dos grandes gestos de apreço, de solidadriedade, de amor. São os conteúdos de uma autêntica educação dos sentimentos no caminho do bom, do belo e do verdadeiro.
Nas relações de um casal, na vida de uma família, no ambiente de trabalho, na sala de aula, no hospital, no convívio de um grupo de amigos, esses pequenos “nadas” são as fontes da coesão, da integração, do calor humano e de tudo o que nos dá a certeza de que não estamos sozinhos. Muitas vezes, quando um casal se separa, pensamos que sobrevirá um grande sofrimento na vida dessas pessoas, no entanto, frequentemente, elas nos passam uma impressão de alívio e até mesmo de certo conforto. Quando indagadas sobre a razão disso, é comum ouvirmos como resposta algo do tipo: “Só agora nos separamos, mas nosso casamento já havia acabado há mais de um ano”.
Nas famílias que têm filhos envolvidos com drogas e outras situações de risco, é comum constatarmos que, em muitos casos, os pais deram o melhor que podiam em termos materiais, mas não souberam fazer-se presentes na vida dos filhos. É comum alunos e professores reclamarem do modo como são conduzidas as relações em sala de aula, muitas vezes marcadas pela indiferença e pela hostilidade. Quando nos informamos melhor sobre a situação, deparamos com o fato de que a falta de qualidade nas relações professor-aluno decorre da incapacidade do educador de ser uma presença construtiva na vida de seus educandos.
Quando amigos verdadeiros se encontram, depois de muito tempo sem se verem, a conversa flui como se eles tivessem se encontrado no dia anterior. A razão disso é que a disposição sincera de dar e receber, de influenciar e de ser influenciados, jamais deixou de existir entre eles. Por isso as trocas são tantas e tão generosas.
(Artigo extraído do livro Educação)
Antonio Carlos Gomes da Costa

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Formação para animadores vocaionais em Coronel Fabriciano

O Serviço de Animação Vocacional da Diocese de Itabira e Coronel Fabriciano, realizou nos dias2 8 a 30 de maio formação para os animadores e animadoras vocacionais, que aconteceu na casa de encontro Recanto das Mangueiras em Coronel Fabriciano e tem como responsáveis os missionários Xaverianos. Os três regionais mandaram representantes e também contou com a participação de animadores vocacionais de Governador Valadares e Carantiga. O tema desenvolvido por Ir. Gervis e Ir. Vanderlane foi, “Discípulos Missionários a serviço das vocações” abordando o Ser do animador e animadora vocacional, fundamentos teológicos e indicações pastorais, focalizando a origem trinitária do povo de Deus e a tarefa do serviço da animação vocacional, concluindo com um momento de espiritualidade onde os animadores refletiram sobre o sentido da liderança. Agradecemos ao Pe. Miguel e a coordenação do SAV da diocese de Itabira e Coronel Fabriciano.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Já experimentou fazer silêncio?

Em diversas circunstâncias eu continuo aprendendo que o silêncio é como uma vassoura capaz de varrer mentiras, contratempos, insinuações e uma série de 'sujeiras' desta espécie e que costumam 'empoeirar' nossas vidas.
Se a situação que você está vivendo estiver muito difícil, experimente não falar mais. É que muita gente ainda não entendeu que silenciar, assim como falar, também é dom de Deus. Quem sabe controlar a boca, controla tudo mais.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Amigo é aquele que não desiste de estar junto

Há várias definições de amizade. Cientificamente falando, para a biologia, sentimentos são reações químicas dentro do nosso corpo e a amizade é a sensação de bem-estar que a pessoa pode nos causar devido às substâncias responsáveis pelo prazer, o qual é liberado por nosso organismo ao sentir sua presença.
Para a psicologia, a amizade pode acontecer devido a três fatores determinantes em nós: os afetos, a afinidade e o inconsciente. Afetos, a necessidade de amar e ser amado, busca de preenchimento. A afinidade: quando gostamos de coisas em comuns, semelhanças. E o inconsciente: nossa mente com tudo o que lá está guardado; o inconsciente não sabe o que é real, não é a lembrança, mas o que está oculto. Um exemplo de inconsciente é o que nós gravamos quando ainda estamos no útero materno, em gestação, nessa fase nosso cérebro já é capaz de gravar as
emoções que sentimos e também as sensações da mãe.
Só por esses argumentos é justo afirmar que o amigo tem força para influenciar em nosso humor, no nosso dia. Também no ânimo e na maneira de ver a vida e interferir nas nossas decisões.
Para o filósofo Aristóteles: “Amigo é uma única alma habitando dois corpos. E embora entrando no universo um do outro não podem perder sua individualidade”.
Amigos se unem nas alegrias e nos sofrimentos, revelando a beleza que há em cada um. Respeita características e não tenta fabricar no outro um modelo da vontade própria. No sentido bíblico temos várias definições para eles [amigos], mas uma é bem marcante: “Se queres adquirir um amigo, adquire-o na provação” (Eclesiástico 6, 7), pois, na adversidade, as verdadeiras intenções de coração são reveladas. Mostra-se amigo aquele que conhece as misérias e as fraquezas do outro e ainda assim continua demonstrando amor por ele.
Amigo é aquele que não desiste de estar junto, qualquer que for a situação. Não se ensoberbece mediante a sua força maior e a fraqueza alheia.
São tantos conceitos sobre esse tema, e em todos, encontramos belos exemplos! O importante é aprofundar-se no conhecimento e no sentido que cada definição pode nos trazer e refletir sobre como estão nossas amizades. Penso que todas as explicações nos mostrarão que o poder da amizade está exatamente na força da entrega. Como estou me entregando aos meus amigos e como eles estão se entregando a mim?
“Amigo é um tesouro”, porque há preciosidades no seu interior, ainda que algumas não venham com embalagens dignas de objetos valiosos, compete a quem é agraciado com o presente, revelar o valor da pérola que está escondida. Quer conhecer uma pessoa? Entregue de si a ela. O que ela fará com as pérolas recebidas é o que lhe mostrará um verdadeiro amigo. Quando expomos nossas vergonhas, nossas deficiências a alguém, estamos entregando força de influência sobre nós. E isso tem que ser processo, não pode acontecer da noite para o dia, mas a cada vez dando uma pérola maior e mais valiosa àquele que se mostra digno de confiança.
A busca do ser humano por felicidade passa pelo amigo. Dar-se numa amizade e ser companheiro vale a pena, ainda que no passado tenha havido decepções. "Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles" (Mt 7,12).
Deus se faz e nos fala em quem nos ama e está próximo, porque também é nosso Amigo!
Sandro Ap. Arquejada

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Tomar decisões fundamentadas

Para que uma pessoa se relacione melhor com ela mesma, ela precisa compreender-se e aceitar-se. O melhor caminho para isso é ter um bom conhecimento do seu potencial, das suas capacidades e das suas limitações. No frontispício do Templo de Apolo, em Delphos, já estava escrito: “Conhece-te a ti mesmo”. Essa é a condição básica para qualquer pessoa assumir a sua identidade, aquilo que a singulariza, que a torna única. Quanto mais conhecimentos alguém tiver de si, maior será a sua capacidade de se posicionar corretamente frente aos desafios impostos pela vida.
Para se tornar autônoma e traçar seu próprio caminho no mundo, a pessoa necessitará de critérios consistentes para avaliar situações e tomar decisões diante delas. As boas decisões são aquelas que se fundamentam em nossas crenças, valores, pontos de vista e interesses. Como fazer isso, porém, sem se conhecer bem, sem saber onde está e aonde quer chegar? Informações e dados confiáveis são as matérias-primas mais evidentes de todo o processo de tomada de decisão, embora elas jamais sejam inteiramente substitutas da percepção intuitiva e da visão abrangente do todo.
Aprender com a experiência acumulada nos planos individual e social foi sempre uma das grandes vias de crescimento do ser humano. Analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações do passado, e disso extrair lições e princípios orientadores sobre como conduzir no presente e no futuro, fez, faz e fará a diferença na vida das pessoas, das organizações, das sociedades, das nações e da própria humanidade. Em qualquer tempo e lugar, saber o que aconteceu outrora é uma fonte de elementos que nos ajudam a decidir sobre o que deve e o que não deve ser feito no presente e no futuro.
Quanto mais a pessoa for capaz de conhecer a si mesma, sua circunstância, onde se encontra e a trajetória a ser percorrida para chegar até aqui, tanto maior será a sua capacidade de visualizar aonde pretende ir e de traçar um caminho para chegar lá.
Quanto mais uma pessoa conhece aquilo que faz, tanto maior a sua capacidade de fazê-lo cada vez mais e melhor (produtividade e qualidade). A quantidade e a diversidade dos conhecimentos adquiridos por uma pessoa ao longo da vida tornam-na mais polivalente e flexível, aumentando suas possibilidades de se adaptar às mudanças e de aproveitá-las para seu crescimento pessoal e profissional.
Compartilhar o que se sabe com outras pessoas e exercer uma influência construtiva sobre suas vidas é o principal caminho de que dispomos para ajudar outros seres humanos a desenvolver o seu potencial. O nome dado a esse caminho é educação. Esta abrange todos os processos formativos que ocorrem nos diversos âmbitos da existência humana: família, trabalho, escola, movimentos sociais, meios de comunicação e atividades culturais. E tende, cada vez mais, a ampliar os seus meios e o seu raio de ação, ocupando um maior espaço na vida das pessoas e das organizações.
Para gerar novos conhecimentos, a pessoa apóia-se na sabedoria que já detém, pois lhe serve como matéria-prima nesse processo. Quanto mais uma pessoa aprende, mais aumentam as suas necessidades de aprendizagem e sua capacidade de adquirir novos conhecimentos. Não podemos mais pensar em pessoas formadas. Todos nós estamos em formação ao longo de toda a vida. Aprender, portanto, é uma exigência que nos acompanha do início ao fim de nossa existência. Quanto mais conhecimentos adquirimos, mais aumenta a nossa área de contato com o desconhecido e, assim, cada vez mais ampliam-se as nossas necessidades de aprendizagem. Aprender é crescer. E nenhum tempo é inadequado para isso.
Artigo extraído do livro Educação
Antonio Carlos G. Silva